A EDUCAÇÃO DO
CIBORGUE: QUESTÕES DO AGORA
PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
Esta comunicação
originou-se em um debate preliminar da linha de pesquisa Ensino de História e
Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, vinculada ao Núcleo de Pesquisa
em Teoria e Ensino de História da Universidade Católica de Petrópolis, fundado
em outubro de 2018. Neste sentido, procura-se apresentar preliminarmente as
possíveis questões que se desvelam ao Ensino de história em um mundo repleto de
novas tecnologias da informação e comunicação, tão bem expresso na Internet e
em smartphones e em plataformas como a Wikipedia e o YouTube. Assim sendo, mais
do que apresentar resultados finais, procura-se mesmo iniciar um debate tão
necessário no tempo presente: qual o lugar da tecnologia em um Ensino de
história que busque uma consciência histórica de caráter orientador?
O mundo virtual e a autoeducação histórica do ciborgue
As últimas décadas
mudaram com uma significativa velocidade, cada vez de forma mais acelerada. Não
que outros tempos não mudassem também de forma rápida. Entretanto, a sequência
de inovações que se apresentaram, pelo menos nos últimos 30 anos, criaram uma
sensação de gênese de um mundo totalmente novo baseado na velocidade. Alguns autores
chamaram esse mundo de moderno (EKSTEINS, 1992). Rapidamente outros se
apresentaram e questionaram esta terminologia e, em uma enxurrada conceitual,
cunharam termos como pós-modernidade (LYOTARD, 1986), mundo líquido (BAUMAN,
2001), supermodernidade (AUGÉ, 1994), hipermodernidade (LIPOVETSKY, 2004). Uma
verdadeira miríade de termos que, entre defesas e ataques, apenas reafirmavam a
dinâmica acelerada dos tempos vindouros. Neste novo mundo de trocas tão
rápidas, permeado por dúvidas e medos, se consolidou um novo indivíduo: os
ciborgues.
‘Somos todos
ciborgues’. Com esta afirmação, a filósofa estadunidense Donna Haraway (2000)
impressionou a comunidade acadêmica internacional no milênio que se findava. A
autora não se voltava, entretanto, a ciborgues como aqueles apresentados em
filmes distópicos ou de ficção científica da década de 1980, nos quais o
ciborgue surge como um sistema eletrônico autônomo mais parecido com um
androide, mas sim à significativa parcela mundial. Nesta perspectiva, referia-se
à inexistência de uma fronteira clara entre o humano e a máquina, esta no
sentido mais ampliado possível. Logo, ciborgues passam a ser interpretados como
“redes híbridas nas quais o humano e a tecnologia complementam-se sem que um
seja responsável pela criação do outro” (SILVA, 2018, p. 30). Este fenômeno é
aquilo que, enfim, tão claramente se manifesta nos contemporâneos usos da
tecnologia nas mais variadas áreas do viver humano, como a internet e os smartphones.
Harawy, todavia,
não está fazendo uma defesa ou mesmo um ataque contra este processo de
ciborguização do homem. Apenas apresentando a constatação de que para uma
parcela considerável da população a tecnologia da informação e da comunicação é
uma ferramenta tão incorporada quanto a escrita e, a partir da assiduidade de
sua utilização, estas se tornam parte do indivíduo, deixando de serem
percebidas como um equipamento externo para fazerem parte da própria
constituição humana. Logicamente também que a tecnologia não atinge toda a
população, uma parcela significativa permanece negligenciada de qualquer
possibilidade tecnológica, configurando uma nova rede de analfabetos, os
analfabetos tecnológicos (MARÍN). Estes medos e inquietudes assombram todos os
ambientes, os conhecidos e os desconhecidos, os fixos e os transitórios e,
finalmente e de forma direta, os reais e os virtuais.
Tarefa árdua e
necessária é a definição de mundo virtual enquanto metáfora para o espaço
cibernético, usualmente chamado de ciberespaço. Este se apresenta como pertencente
a um reino de informações e dados apenas, não possuindo uma presença
materialmente palpável. Por conseguinte, encontra-se intimamente ligado a fenômenos
da contemporaneidade, referindo-se, na maioria das vezes, às interações cujo
sucesso depende de uma comunicação mediada à distância através do uso de
tecnologias decodificadoras de dados (LEMOS, 2016). Nestes termos, o
ciberespaço acaba se apresentando como um lugar plural, no qual qualquer
indivíduo habilitado pode se fazer presente, criticando, questionando e
apresentando suas argumentações. Esta característica levou autores como Pierre
Lévy (1993) a afirmar que o ciberespaço é um claro meio de emergir
singularidades, fortalecendo a democracia – o que levou seus críticos a
suspeitarem de um otimismo ingênuo por parte do autor (SILVA, 2018, p.32).
A partir disto,
Levy passa a considerar “as tecnologias intelectuais como participantes
fundamentais no processo cognitivo, sendo a informática e, principalmente, o
acesso à internet seus maiores representantes” (Idem). Enquanto o saber da
escrita se apresenta estaticamente, o saber da informática e a divulgação que
esta ferramenta proporciona está em constante movimento. A velocidade da
informação e das comunicações virou a base geral do desenvolvimento,
transformando tudo, inclusive o conhecimento, em passageiro, descartável e
questionável, na mesma medida em que estimula a produção coletiva por meio de
ferramentas tão acessadas quanto Wikipédia e YouTube. Nesta perspectiva, o
navegante, indivíduo que acessa a rede mundial de computadores, passa a ser
visto como um participante ativo na aquisição de conhecimento, escolhendo, por
seu próprio interesse, os caminhos de seu aprendizado fora das salas de aula.
Neste mundo
virtual, ciberespaço, há um fluxo constante de reescrituração de informações. Estas
passam por um processo de reconstrução tão significativo que, proposital ou
acidentalmente, parcela significativa das narrativas, incluindo especificamente
as históricas, se apresentam como falsas ou fictícias, falaciosas. Todos,
assim, se transformaram, ao menos potencialmente, em autores com características
científicas. Não que a História enquanto disciplina detenha o domínio do
território do passado, certamente não o detém. Entretanto, o que se espera de
um historiador é que ele detenha o domínio do campo teórico e metodológico de
seu objeto criando um conhecimento cientificamente orientado. No campo do
ciberespaço isto não ocorreu e a disseminação de narrativas historiográficas
falaciosas, tal qual de fakenews, ampliam-se exponencialmente, aprofundando um
mundo de pós-verdade.
Este fenômeno de
disseminação de falácias historiográficas, no entanto, não é tão novo quanto o
ciberespaço, basta lembrarmos das usuais questões do negacionismo que produzem
narrativas que negam desde os impactos ambientais causados pelo homem até a
esfericidade aproximada da Terra, passando, é claro, pelo negacionismo do
holocausto que acabou sendo criminalizado em uma série de Estados. Entretanto,
estes fenômenos negacionistas que criam argumentações falaciosas dos eventos
históricos atendem a bandeiras políticas tão específicas quanto aquelas que
promovem uma educação baseada exclusivamente nas ferramentas virtuais. Como
afirma Cristiane Moreira da Silva:
“As
ténicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas pelo seu uso. Não podemos
atribuir um sentido único para o desenvolvimento tecnológico [bem como para a
produção técnica de narrativas]. Por trás deste, há projetos sociais, utopias,
interesses econômicos, estratégias de poder e toda gama dos jogos dos homens
agindo e reagindo às ideias.” (SILVA, 2018, p.40)
O
ponto central neste quesito para a História em geral e para o Ensino de
história especificamente, entretanto, pode ser exposta nos seguintes termos:
como as narrativas historiográficas presentes no ambiente virtual atingem os
alunos do Ensino Básico e como os discursos historiográficos escolares e
virtuais se chocam?
O choque dos discursos
historiográficos entre o mundo escolar e o virtual
Os alunos do Ensino
Básico de hoje diferem profundamente daqueles de décadas atrás. Se antes os
alunos se apresentavam de forma passiva perante o professor, percebido tradicionalmente
como o detentor de um conhecimento pleno e inquestionável, deixando suas ações
contestatórias para o ambiente extraclasse; hoje se percebe um aprofundamento
de crises nos ambientes institucionais das escolas. Estas crises marcam uma
ambiguidade profunda, principalmente ao se tratar de discussões de caráter
histórico-social: se por um lado temos o aprofundamento do interesse dos alunos
em questões históricas e um clamor por politização dentre as mais variadas
possibilidades políticas; por outro, além de professores que se prendem a um
imaginário de autoridade tradicional, percebemos que os mesmos estudantes, em
suas mais diversas possibilidades, procuram informações em ferramentas virtuais
que podem ser facilmente controladas por qualquer indivíduo que conheça a
linguagem do ciberespaço e não necessariamente a linguagem de uma historiografia
cientificamente orientada, como é o caso de ferramentas como a Wikipedia e os
canais do YouTube (SILVA; SALES) – e mais, este acesso pode se dar a qualquer
momento e em qualquer lugar a partir da utilização de smartphones. A crise
está, assim, na comunicação, ou na falta desta. Afinal,
“o universo do
ciberespaço não possui centro, linha diretriz ou conteúdo específico; ele
aceita todos os conteúdos e mantém todos eles em possível contato. [...] A
conexão não se dá somente nos computadores [...] carregamos conosco a
tecnologia que nos mantém conectados.” (SILVA, 2018, p.37)
O problema reside,
entre outros, na falta de diálogo entre os professores e os alunos que, em
última instância, se apegam ao ciberespaço, já que neste, as pessoas agrupam-se
por afinidade, escolhendo temas por interesses comuns. Afinal de contas, o ciberespaço ampliou as possibilidades de contato,
apesar de parecer que não em um primeiro golpe de olho, o que ocorre devido às
novas formas de interação ofertadas por estas tecnologias.
Anulando a
possibilidade de construção coletiva do conhecimento histórico, alunos elegem a
rede virtual como fonte plenamente confiável, enquanto professores ainda focam
em aulas expositivas e tradicionais, presas em material didático impresso e
desconexo da realidade dinâmica dos alunos e, quando utilizam outras
ferramentas e técnicas, as utilizam como ilustração de conteúdo e não como
possibilidade plena de construção coletiva do conhecimento. Parece, portanto,
que o embate ainda é entre o tradicionalismo no Ensino de história e as
contemporâneas demandas sociais e individuais dos alunos que, não se sentindo
parte integrante do processo de construção do conhecimento, buscam uma
autoeducação histórica enquanto ciborgues.
Questões para o Ensino de história
Se
anteriormente, apesar de possuir seus consumidores assíduos, as narrativas
históricas negacionistas e conduzidas em prol de determinados agentes políticos-econômicos
que não possuíam interesses além de sua reafirmação ficavam socialmente
relegadas a segundo plano no nível educacional, percebemos, nos últimos anos,
um vertiginoso crescimento destas falas. Neste diapasão, cabe às análises
historiográficas, em constante luta ainda por espaço social, resolver algumas
questões urgentes.
A formação
e atualização de professores ante as novas tecnologias da informação e comunicação
se apresenta como uma das questões centrais neste debate. Em um Estado como o
brasileiro, no qual a profissão docente sofre um processo de esvaziamento de
significado social e precarização há décadas, aprofundado pelo próprio
ciberespaço no qual qualquer indivíduo se apresenta como professor em
ferramentas como YouTube e Wikipedia, passa a ser necessário um esforço
coletivo que busque garantir não apenas o acesso dos professores a uma formação
de qualidade mas também que ofereça a ambos, professores e alunos, todas as
possibilidades de interação com o mundo virtual dentro do ambiente escolar,
buscando, assim, a naturalização desta ferramenta como pedagógica (GARÍGLIO;
SILVA). Posto isto, como são um fenômeno estabelecido, mais do que afastar é
necessário integrar as tecnologias do ambiente virtual na prática docente. Certamente
isto exige um esforço nacional coletivo.
Por
outro lado, ainda hoje muito se pergunta sobre a função e validade do
conhecimento histórico em um mundo que se dinamiza cada vez mais. Parece,
claramente, que ainda não existe uma resposta a essa indagação. Na verdade,
existem respostas plurais. Hans Ulrich Gumbrecht (2011) demonstrou claramente a
expansão do interesse pela leitura histórica. A leitura contemporânea,
entretanto, não é aquela que se vincula apenas ao livro físico, muito menos ao
livro didático. No caso de alunos do Ensino Básico, é uma leitura que se
encaminha constantemente ao mundo virtual. Uma aposta possível é a inserção de
conteúdo de orientação científica no meio virtual. Não qualquer conteúdo, mas
sim um que seja especificamente pensado para o ciberespaço. Logo, não basta uma
tradução da linguagem científica para a linguagem leiga (MORA, 2003), mas sim a
reconfiguração de interpretações historiográficas que criem conteúdos voltados
ao mundo público, tal qual o significativo Projeto Teoria da História na
Wikipédia, desenvolvido magistralmente pelos professores Flávia Varella e
Rodrigo Bonaldo, do Departamento de História da UFSC, e sua rede de
colaboradores.
Parece até agora
que a análise desenvolvida por Jörn Rüsen na trilha iniciada por Hans-Georg
Gadamer ainda é uma das possibilidades mais seguras de legitimação de uma
leitura histórica cientificamente orientada e que possibilite o diálogo entre
alunos, o mundo público e professores (CERRI, 2011). Referimo-nos, aqui,
especificamente ao conceito de consciência histórica, expresso por Rüsen (2010,
p. 57) como “a soma das operações mentais com as quais os homens interpretam
sua experiência da evolução temporal de seu mundo e de si mesmos, de forma tal
que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo”. Neste
sentido, a história ganha função de orientação entre o espaço de experiência e
o horizonte de expectativas.
Apesar de não
mencionar claramente as novas tecnologias, conseguimos perceber o importante
papel da dialógica na produção de sentido de orientação. Partindo disto,
conseguimos localizar o Ensino de história, em suas mais diversas facetas,
mediado pelo conceito de consciência histórica: afinal o dialogismo que
possibilita a efetivação da orientação ocorre em um processo de troca entre
indivíduos, tanto no mundo real, quanto no virtual. Contudo, estes pontos
apontados logicamente não esgotam as questões que apenas agora se clarificam
nos iniciais debates. Nesta mesma medida, as respostas não são finais, sendo
apenas um exercício breve e teórico sobre as inúmeras possibilidades que se
abrem no leque historiográfico.
Reflexões finais
Dominar uma nova
técnica, tal como o ciberespaço, cria novas possibilidades cognitivas. Nesta
perspectiva, a técnica cria a cognição na mesma medida em que a cognição cria a
técnica em uma dinâmica de aperfeiçoamentos e aprofundamentos. Aparentemente,
aquilo proposto por Donna Haraway na transição do milênio se confirmou: estamos
passando, direta ou indiretamente, por um processo de ciborguização, queiramos
ou não.
O surgimento e
desenvolvimento de toda ferramenta tecnológica deve ser pensado, assim, dentro
de um contexto histórico e social. Conforme
afirmou Pierre Lévy (1999, p.17), “os instrumentos que construímos nos dão
poderes, mas, coletivamente responsáveis, a escolha está em nossas mãos.” Cabe
a cada um de nós enquanto membros de um mundo social, real e virtual, decidir o
caminho a ser seguido mas, conforme afirmou Silva (2018, p.41), ‘não sejamos
inocentes, pois sabemos que liberdade de escolha, em um espaço monitorado que
registra sua movimentação e seleciona o que será oferecido em sua tela, é uma
liberdade controlada’ (Silva, 2018, pp. 40-41).
Os tempos mudaram,
não houve um tempo para a reflexão adaptativa. A professores significativas
vezes de orientação tradicional, uma nova geração se apresenta: alunos
ciborgues. Estes, além de conectados, encontram uma série de informações
históricas, políticas, sociais... que transitam entre todas as possibilidades
epistemológicas, levando-as ao espaço escolar real. Neste caminho, uma das
questões imediatas do Ensino de história é repensar suas possibilidades de
orientação. Novas tecnologias estão sendo adaptadas ao mundo do conhecimento e
este Simpósio é uma prova direta deste fenômeno: um espaço dialógico virtual; Na
Educação Superior o processo de ciborguização é uma boa marca, basta percebermos
a ampliação dos cursos EAD, tanto na graduação quanto nas pós-graduações,
responsáveis por um crescimento exponencial no número de matrículas (INEP); algumas
instituições já oferecem grupos de pesquisa e discussão em forma online. As
instituições de Ensino Básico já começam a engatinhar na educação ciborgue com
a criação de plataformas específicas de ensino. Nesta mesma perspectiva,
percebemos o crescimento dos cursos de Licenciatura em História em todas as
suas modalidades. Logo, é premente discutirmos qual profissional estamos
formando e como este se adaptará a um mundo que, tal qual a Lagarta de Alice, encontra-se
em mutação.
Leandro Couto
Carreira Ricon é Doutor e Mestre em História pelo Instituto de História da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor da Universidade Católica de
Petrópolis e líder do Núcleo de Pesquisa em Teoria e Ensino da História.
Atualmente se dedica a pesquisas acerca do Ensino de História e das utilizações
e questões de Novas Tecnologias na aprendizagem histórica. Gostaria de
agradecer à Profa. Dra. Cristiane Moreira da Silva pelas significativas conversas
ao longo do ano de 2018 que colaboraram profundamente com a formação do Núcleo
de Pesquisa em Teoria e Ensino de História. Dedico este trabalho à Profa. Dra.
Fabiana Eckhardt, pela sua presença intelectual e humana em minha formação e
vida.
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Acesso em: 08 de fevereiro de 2019.
Olá, Leandro Ricon.
ResponderExcluirDe acordo com seu texto é nítido como que as tecnologias, quase de forma orgânica, nos levou a um nível em que estamos dentro daquilo que fazemos e aquilo que fazemos está dentro de nós.
Nesse sentido, minha pergunta vai para o âmbito ensino/aprendizagem. Formamos "críticos de textos?" ou "críticos de vídeos?". E, além disso, como alguns americanos chamam de "lifelong learning", que é um "inevitável aprendizado ao longo da vida" (continuum). Este processo está em infraestrutura adequada ou consciência que o mundo virtual se estabeleceu para permanecer?
Considerando a frase de John Dewey que diz: "é necessário aprender a conhecer, a fazer, a viver junto, e a ser".
Parabéns pelo grande texto. Abraços!
Ass: FLÁVIO PEREIRA BASTOS
Perfeito Flávio, este é mesmo o conceito de 'ciborguização'. Neste sentido, será que não seria possível pensarmos que o 'vídeo', conforme você mencionou não seria, também, um 'texto', no sentido de que produz, no mesmo sentido, um discurso orientado? Nesta perspectiva penso que os aparatos ofertados pelo mundo virtual certamente devem ser problematizados em ambiente escolar.
ExcluirOlá, Leandro.
ResponderExcluirDe acordo com a perspectiva que vê o navegante do ciberespaço, hoje, como protagonista na busca e construção de um conhecimento que o mesmo acessa nas redes, eu lhe pergunto: Em uma realidade onde uma vasta quantidade dos estudantes inseridos em escolas possuem já acesso à internet e às suas ferramentas, você acredita que as instituições de ensino devam se dedicar de maneira formal a discutir com seu corpo discente as boas práticas da pesquisa no ciberespaço? (Informando por exemplo acerca da natureza dos algoritmos, dos destinos escusos que os dados compartilhados muitas vezes acabam tendo e de como a publicidade na rede em muito também determina o conteúdo que lhe será indexado)
João Furio Novaes
Olá, João...
ExcluirCertamente este ciberespaço se apresenta como uma ferramenta ativa. Entretanto, penso que os riscos da falta de orientação na 'leitura' deste mundo que aos poucos desbravamos seja, ainda hoje, problemática. Nesta perspectiva penso que as instituições formais de ensino podem (e, em certa medida, devem) estabelecer um diálogo, não apenas com o corpo discente mas, também, com os professores sobre as possibilidades positivas deste uso, o que, certamente, pode ser um complemento aos processos de socialização apresentados nos ambientes formais de educação. Penso, também, que esta discussão certamente deve levar em conta o lado 'oculto' da internet, principalmente na esfera da educação virtualizada.
Caríssimo Leandro, parabéns pelo seu texto, muito instigante! Por acaso você conhece o texto NOIRET, Serge. História Pública Digital. Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v.11, n.1, p. 28-51, maio 2015. ?
ResponderExcluirOlá José Maria, como vai? Procurei o texto e o li hoje... Muito interessante a ponte entre a História Digital e a História Pública debatida pelo autor, notadamente ao tratar das questões referentes à memória. As interpretações de Pieter Lagrou mencionadas no texto eu já conhecia de outro tempo. Realmente é um dos temas necessários para o tempo presente.
ResponderExcluirAbraços sinceros, Leandro