Luis Filipe Bantim de Assumpção


A HISTÓRIA EM QUADRINHOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM HISTÓRICA: UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO SOBRE OS ESTUDOS DE ETNICIDADE POR MEIO DO MANGÁ “MAGI: O LABIRINTO DA MAGIA”


A experiência em sala de aula é algo que se manifesta, já na graduação, como um resultado prático de nosso ofício enquanto professores. A sua vivência, bem como relevância, pode ser comparada a um desafio próprio dos jogos eletrônicos atuais, sobretudo os de Role-Playing Game. Isso porque não importa o tempo e os esforços investidos na sua realização plena, nós nunca teremos o controle de suas variáveis. Contudo, um aspecto inegável é a satisfação de saber que a nossa “missão” foi cumprida adequadamente. Essa circunstância se materializa não somente a partir dos olhos surpresos e de satisfação de nossos alunos, mas também por percebermos que amadurecemos nesse processo de ensino e aprendizagem.

Diante do exposto e dialogando com o simpósio “Aprendizagens Históricas: relatos e experiências de sala de aula e planejamento”, a partir do qual partilhamos a coordenação com o nosso grande amigo, o Prof. Dr. Carlos Eduardo da Costa Campos, aproveitamos a ocasião, inclusive, para problematizar o uso da História em Quadrinhos em sala de aula. Tal experiência ocorreu no curso de graduação em História, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus de Coxim, na condição de professor colaborador, da disciplina optativa de Antropologia para História, a convite do Prof. Campos. A disciplina ocorreu na modalidade “Curso de verão”, com aulas concentradas no período noturno, entre 7 de janeiro e 2 de fevereiro de 2019.

No decorrer de nossas pesquisas acadêmicas, tivemos a oportunidade de investigar sobre a etnicidade espartana, na passagem do período Arcaico para o Clássico, além de termos cursado disciplinas sobre antropologia cultural e etnicidade. Com isso, em nossa estada na UFMS, tive a incumbência de realizar uma análise crítica da obra de Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart, intitulada “Teorias da Etnicidade”. Neste trabalho, os autores manifestaram a importância das pesquisas de Fredrik Barth para os avanços dos estudos antropológicos acerca do conceito de etnicidade (POUTIGNAT; STREIFF-FENART, 2011, p.61). Ao longo de sua exposição, os autores demarcaram as vertentes teóricas que desenvolveram abordagens científicas sobre a etnicidade e a maneira, por vezes colonialista, como este conceito foi empregado pelos ocidentais (POUTIGNAT; STREIFF-FENART, 2011, p. 22). A proposta parecia simples, afinal, bastava lermos o livro e levantar uma abordagem crítica a respeito. Ledo engano.

Ao considerarmos as especificidades do curso de História da UFMS, campus de Coxim, fomos levados a repensar a nossa postura. Não seria interessante realizarmos uma leitura seguida de debates com os alunos, uma vez que essa metodologia não auxiliaria de modo eficaz uma construção ativa do conhecimento ao considerar uma turma na qual seus integrantes trabalham ao longo do dia e costumam ir direto para a Universidade, ou seja, chegando às 18h30min e saindo às 22h30min, sendo que alguns moram em cidades vizinhas. Nesse sentido, adotamos um planejamento que considerasse as limitações físico-mentais dos alunos depois de um dia inteiro no trabalho, bem como por precisarem permanecer em sala de aula por mais quatro horas.

Sendo assim, organizamos as nossas aulas utilizando alguns trechos de histórias em quadrinhos para que os alunos pudessem materializar as informações por nós transmitidas e observassem a maneira como o conhecimento era articulado a partir de vias com as quais eles estavam pouco familiarizados. Seguindo a premissa de Túlio Vilela (2018, p. 106-107), é preciso considerar que os quadrinhos são mais um recurso pedagógico do qual dispomos, havendo a necessidade de empregá-los de forma adequada para que o resultado deste trabalho fosse interessante. Ao adaptarmos as palavras de Waldomiro Vergueiro (2017, p. 119-123), notamos que não basta termos a boa intenção em utilizar os quadrinhos, nós devemos ser rigorosos ao tratá-los como objeto científico. Por outro lado, Vergueiro também advertiu sobre a preocupação que devemos ter com os nossos leitores/receptores, tendo em vista que muitos desconhecem o que estamos falando.

Após tomarmos esse cuidado, demos início a uma nova etapa do nosso planejamento, ou seja, qual(is) quadrinho(s) utilizar em nossa aula? Diante desse desafio, consideramos a proposta de Poutignant e Streiff-Fenart que, para apresentar o desenvolvimento do conceito de etnicidade, mobilizaram as noções de raça, etnia e nação. Nesse sentido, nos coube selecionar uma obra que pudesse corresponder com as especificidades da turma, das demandas conceituais e temáticas, mas também as nossas necessidades didático-pedagógicas.

Para tanto, optamos por utilizar o mangá “Magi: O Labirinto da Magia”, da autoria de Shinobu Ohtaka e publicado no Brasil pela Editora JBC. Ainda que o mangá tenha características específicas diante das histórias em quadrinhos (HQs) ocidentais, não podemos negar que as suas narrativas também se enquadram nessa nomenclatura, ao levar em conta que se desenvolvem em quadros sequenciais. Contudo, trabalhar com os mangás parece requerer mais cuidados se comparados aos quadrinhos ocidentais. Segundo Djota Carvalho (2006, p. 53), muitos professores desconhecem os elementos culturais e as representações heroicas que os mangás promovem. E a isso se somou o fato de que, no Brasil, muitos mangás de sucesso chegaram ao nosso território por meio dos animês, visto que muitas dessas animações foram taxadas como violentas e distantes de nossa percepção (ocidental) de mundo.

Sidney Gusman (2005, p. 79) nos esclareceu que os mangás começaram a chegar no Brasil na década de 1980, sendo intermediados pelas editoras norte-americanas. Todavia, muitos desses mangás serviram de base para a criação de animês, isto é, a animação serializada do conteúdo originário destas revistas em quadrinhos. Com isso, muitos espectadores preferem assistir à animação serializada do que ler o mangá. Nesse sentido, o Brasil ainda se torna emblemático por facilitar a entrada dos animês por meio dos canais de televisão ou serviços de streaming. Logo, a discrepância temporal que separa os mangás de seus animês provém de alguns anos, fazendo com que muitos prefiram assistir séries animadas do que investir em recursos para comprar os mangás – isso quando eles chegam ao Brasil.

Não só de problemáticas vive o nosso ofício. Na verdade, o caso de “Magi: O Labirinto da Magia” foi algo bastante peculiar, tendo em vista a sua temática voltada para a conectividade e as relações políticas entre sociedades, tendo como cenário “O Livro das Mil e Uma Noites”. Outra especificidade deste mangá foi a Editora JBC vir publicando periodicamente os seus volumes, os quais coincidiram com a chegada de sua animação ao público brasileiro a partir do serviço da Netflix. Sendo assim, em que medida este mangá nos auxilia a pensar uma aula de Antropologia para o curso de História? Ou ainda, de que maneira os assuntos abordados nesse mangá nos permitem problematizar conceitos inerentes às ciências humanas e presentes na obra de Poutignat e Streiff-Fenart? É aí que a “magia” começa.

A obra se inicia com a figura de um mago chamado Aladim que passa a interagir com muitos tipos de pessoas em uma região na qual a ambientação relembra a aridez de algumas partes do Oriente Médio. Ainda no início do primeiro volume – lançado em 2014 pela Editora JBC – Aladim passa a se relacionar com saqueadores, com caravanas que atravessam o deserto para comercializar e condutores de bens e produtos. É nessa ocasião que Aladim conhece Ali Babá, tido como o segundo protagonista da trama. Em meio a alguns momentos de tensão, Aladim e Ali Babá logo se veem diante de dilemas político-sociais da sociedade que integram, pois, o produtor de vinhos que está sendo transportado por Ali Babá prefere sacrificar um escravo ao invés de perder a sua valiosa produção.
  
Fig.1

 O comerciante de vinhos Budel prefere salvar a sua mercadoria ao invés da vida de uma jovem escrava. Notem que o jovem Ali Babá (ao lado inferior esquerdo do comerciante) tenta resgatar a jovem, cuja mãe observa a situação com ar de pânico. (MAGI, v. 1, 2014, p. 75).

        
Diante de debates envolvendo o conceito de raça, etnia e nação, tal cena nos ajudou a problematizar com os alunos os pressupostos que foram construídos para determinar a escravidão de um sujeito. Isso porque há uma visão brasileira, em razão da sua historicidade, que acabou generalizando o conceito de escravidão como sinônimo de raça. Ou seja, para uma parcela dos brasileiros, o processo de escravização é vinculado apenas aos negros. Portanto, em “Magi: O Labirinto da Magia”, não somente podemos problematizar esse conceito, demonstrando as especificidades temporais, bem como apresentar essa prática em outros sociedades e temporalidades, como também desconstruímos a ideia de hierarquia racial, nos moldes do imperialismo do século XIX. As reações foram variadas, uma vez que muitos se mostraram surpresos com o fato de um mangá recente abordar essas questões e sobre o novo conhecimento que estavam edificando na aula. Dessa forma, nos coube ressaltar que a escravidão na obra foi utilizada para caracterizar a organização política, social, cultural e econômica daquela sociedade, assim como para tecer críticas sobre práticas exploratórias entre pessoas.
        
Alexandre Barbosa (2005, p. 107) afirmou que o quadrinho japonês soube articular o histórico e o ficcional, permitindo a criação de histórias lúdicas e cheias de possibilidades interpretativas, o que ressalta o seu “[...] forte elo entre o real e o imaginário popular”. Endossamos Barbosa com a proposição de Alexandre Nagado (2005, p. 49) que destacou o fato dos mangás abordarem temáticas que versam sobre amizade, coragem, lealdade e superação de obstáculos, aspectos que não se limitam a uma realidade político-geográfica ou a pressupostos étnicos específicos. Sendo assim, convergindo com os autores, a narrativa de “Magi” nos permitiu criar um mecanismo pedagógico e lúdico para levantar questionamentos importantes acerca do desenvolvimento de debates sobre os conceitos de etnia e raça, em conformidade com o contexto de sua emergência.

Ao longo de sua narrativa, chega-se ao arco de Magnostadt, sendo este um Estado independente governado por magos, que considera os portadores da magia como homens superiores que devem governar os demais. Este arco se inicia quando o mago Aladim decide ir até Magnostadt para entender os problemas inerentes àquela sociedade, onde o preconceito étnico pode culminar em uma guerra. Em um universo no qual as sociedades são governadas por monarquias, termos um Estado governado por magos e submetendo a população “não maga” com um discurso de superioridade étnica parece bastante familiar aos discentes para o estudo do autoritarismo e etnocentrismo em nossa realidade.

O discurso próprio ao mangá nos permitiu tecer críticas acerca do ideal de nação e etnocentrismo, assim como trabalhar as chaves-conceituais relativas a identidade nacional e a identidade étnica. Como manifestaram Philippe Poutignat e Jocelyne Streiff-Fenart (2011, p. 72), as identidades étnicas são negociadas em um jogo de poder que pressupõe interesses mútuos entre os grupos envolvidos nesse processo, o qual manifesta aspectos culturais, pertencentes a um “passado comum”, mas também uma carga ideológica intensa que pode se modificar conforme as circunstâncias. Partindo dessa premissa, verificamos que em “Magi” o Estado de Magnostadt promovia a sua identidade nacional pautada na ideia de que todos ali eram semelhantes por serem magos. O discurso supremacista de seus líderes servia de fio condutor para as suas atitudes, as quais iam do investimento em tecnologia para melhorar a condição de vida das pessoas até o uso da energia vital de “não magos” para sustentar o uso contínuo de tais instrumentos tecnológicos. Elemento esse que problematizamos sobre o viés da exploração do trabalho e desigualdade social entre os homens, em nossas sociedades.


Fig. 2
Enquanto Aladim e o seu colega de quarto conversam sobre a estrutura social de Magnostadt. Nessa representação, vemos uma estrutura de castas que se assemelha a sociedade indiana, mas também reforça a diferença político-social existente nesta sociedade (MAGI, 16, 2015, p. 102).

A cena que segue a estruturação da sociedade de Magnostadt é Aladim indagando a uma professora sobre a maneira como ele, um estudante de segundo ano de magia, poderia ter acesso à área na qual residem os cidadãos de grau 5. A sua professora responde que os alunos somente podem acessar essa região depois de terem assistido à aula de “educação ideológica” (MAGI, 16, 2015, p. 103). Neste momento, o mangá nos permitiu desenvolver inúmeros questionamentos, contudo, o mais relevante é pensar sobre a maneira como a ideologia influi na nossa percepção sobre uma identidade étnica.

Outro elemento interessante é pensar o nome do Estado no qual existe a supremacia dos magos, pois é composto pela junção de “magno” e “stadt”. O termo “magno” provém do adjetivo “magnus”, cujo significado seria “grande”, “importante”, “vasto” (SARAIVA, 2006, p. 704). Enquanto que “stadt” vem do alemão e significa “cidade” (LANGENSCHEIDT, 2011, p. 1150, verbete “Stadt”). Dessa forma, não somente este mangá representa a tentativa de uma sociedade em se caracterizar como maior diante das outras em razão da sua “eugenia” relacionada com os portadores da magia, como também acaba emulando o discurso nazi-fascista de se edificar uma nação racialmente pura, ao considerar que o nome Magnostadt faz alusão ao alemão. Os elementos abordados serviram de mote para suscitarmos algumas análises com a participação dos alunos acerca da maneira como algumas sociedades do século XX legitimaram a supremacia de um grupo sobre outro(s) por meio da edificação de uma identidade étnica.

Por fim, temos o caso dos fanalis. Em “Magi”, os fanalis são uma tribo cujos membros detém traços fenotípicos específicos – como os cabelos vermelhos – e são dotados de uma compleição física incomparável. Por esse motivo, os fanalis foram caçados e transformados em escravos tanto para proteger os seus senhores, quanto para combater no coliseu do Império Remano – sendo este uma referência direta ao Império Romano da Antiguidade.

Na sequência, temos a personagem Morgiana, uma fanalis que foi liberta por Ali Babá, tentando regressar para sua terra natal, o “Continente Negro”. A caracterização do “Continente Negro” seria o extremo sul do Império Remano, após o “Grande Desfiladeiro” (MAGI, 15, 2015, p. 92). Seguindo o sentido de leitura oriental, temos o primeiro quadrinho no canto superior direito, em que a informação destaca que Morgiana estava em “Catargo” (ver a Figura 3). Ao interagirmos com as referências históricas, o sul do Império Romano seria o continente africano e “Catargo” uma alusão direta a Cartago. Considerando essas informações, no “extremo sul” de Cartago teríamos o deserto do Saara. Logo, defendemos que na trama de “Magi” o “Grande Desfiladeiro” seria o deserto que, ao ser atravessado, culminaria no “Continente Negro”, o território dos fanalis.

Ampliando as nossas considerações, Mônica Lima (2006, p. 89) declarou que Cartago foi uma antiga potência rival dos romanos, cuja disputa culminou nas famosas Guerras Púnicas. Após a derrota de Cartago, os seus domínios se tornaram importantes para os romanos pela sua posição geográfica no Mar Mediterrâneo, assim como por facilitar o contato com os berberes que, ao atravessarem o deserto, traziam ouro do interior do continente. Diante dessas informações, afirmamos que a autora, Shinobu Ohtaka, caracterizou as relações político-econômicas do antigo Império Romano com o continente africano, onde os fanalis seriam identificados com os habitantes da África Subsaariana, ou “África Negra”, cujas potencialidades eram reconhecidas, mas eram tratados como “bárbaros” e, por isso, escravizados.

Outra possibilidade interpretativa seria a de que os fanalis eram berberes escravizados pelo Império Romano e, ao se verem livres, buscavam recuperar as suas origens regressando para um local no qual os seus capturadores não poderiam, ou não sabiam como atacar. Ainda nesta página do mangá, o último quadro nos evidencia alguns traços do “Continente Negro”, com ênfase para os animais de grande porte e as árvores que se assemelham com as acácias africanas.

Fig. 03
A fanalis Morgiana se encontra na província de “Catargo” pensando sobre a possibilidade de ir, ou não, até o “Continente Negro” a terra natal de seu povo.
          
Sendo assim, concluímos que a experiência didática por meio da parceria estabelecida com a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, campus de Coxim, foi muito gratificante. Ao apresentarmos uma abordagem pautada no uso de histórias em quadrinhos japonesas para pensarmos problemas contemporâneos e, até mesmo cotidianos, os alunos ficaram surpresos, curiosos e interessados. Nesse sentido, o planejamento de aula foi um instrumento imprescindível para que pudéssemos pensar os nossos métodos pedagógicos, os nossos objetivos e os recursos mais eficientes em conformidade com as especificidades desta turma de graduação em história. Assim, embora os alunos tivessem o conhecimento de que “Magi: O Labirinto da Magia” fosse uma obra de ficção, o seu discurso e a sua representação pautada em experiências e conhecimentos prévios da autora foram fundamentais para que pensássemos, em conjunto, as contribuições desta obra para definirmos – por intermédio da mescla entre texto e imagem – as noções de etnia, raça e nação. Considerando as limitações desta exposição, este artigo não esgota as possibilidades interpretativas do mangá em voga, cuja narrativa permite análises acerca das conectividades promovidas pelo Mediterrâneo ou sobre relações de poder entre Ocidente e Oriente.

Agradecimentos
Eu gostaria de agradecer ao Prof. Dr. André Bueno pela confiança e parceria de trabalho, bem como pela amizade que tem dedicado à minha pessoa. Do mesmo modo, agradeço ao Prof. Dr. Carlos Eduardo da Costa Campos pela amizade de uma década, entre “eiras e beiras”, mas, sobretudo, por ser um entusiasta de minhas pesquisas ao longo desse período e pelo convite para ministrar o curso em conjunto na UFMS, campus Coxim, em janeiro de 2019.

Referências
BARBOSA, Alexandre. Quadrinhos japoneses: uma perspectiva histórica e nacional. In: LUYTEN, Sonia (Org.). Cultura pop japonesa. São Paulo: Hedra, 2005. p.107-118.

CARVALHO, Djota. A educação está no gibi. São Paulo: Papirus Editora, 2006.

GUSMAN, Sidney. Mangás: hoje, o único formador de leitores do mercado brasileiro de quadrinhos. In: LUYTEN, Sonia (Org.). Cultura pop japonesa. São Paulo: Hedra, 2005. p.79-84.

LANGENSCHEIDT. Taschenwörterbuch Portugiesisch. Berlin; München: Langenscheidt KG, 2011. p.1150.

LIMA, Mônica. História da África: temas e questões para a sala de aula. Cadernos Penesb, Niterói, n. 07, p. 73-103, novembro de 2006.

NAGADO, Alexandre. O mangá no contexto da cultura pop japonesa e universal. In: LUYTEN, Sonia (Org.). Cultura pop japonesa. São Paulo: Hedra, 2005. p.49-57.

OHTAKA, Shinobu. Magi: O Labirinto da Magia. v. 1. São Paulo: Editora JBC, 2014. p. 75.

_____. Magi: O Labirinto da Magia. V. 15. São Paulo: Editora JBC, 2015. p. 92.

_____. Magi: O Labirinto da Magia. V. 16. São Paulo: Editora JBC, 2015. p. 102.

POUTIGNAT, Philippe; STREIFF-FENART, Jocelyne. Teorias da Etnicidade: seguido de grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barrth. Trad.: Elcio Fernandes. 2. ed. São Paulo: Editora UNESP, 2011.

SARAIVA, F. R. dos Santos. Dicionário Latino – Português: Etimológico, Prosódico, Histórico, Geográfico, Mitológico, Biográfico, etc. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, 2006. p.704.

VERGUEIRO, Waldomiro. Aspectos a considerar na redação de textos acadêmicos sobre histórias em quadrinhos. In: Pesquisa Acadêmica em Histórias em Quadrinhos. São Paulo: Criativo, 2017. p.113-159.

VILELA, Túlio. Os quadrinhos na aula de História. In: RAMA, Angela; VERGUEIRO, Waldomiro (Orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2018. p.105-130.

54 comentários:

  1. Percebo que quadrinhos e mangás tem se alastrado bastante na geração atual de jovens e adolescentes, e é muito legal ver perspectivas de trabalhar com eles nesse público, porém acredito que deva se tomar certos cuidados metodológicos para não se tornar verdade "absoluta" a representação tidas neles (apesar de grandes autores tomarem o "real" como base). Dito isso minha pergunta seria no sentido de que com esse acesso a novas mídias, e visto pelo relato que o trabalho com o mangá (Magi: The labyrint of magic) foi um sucesso, essa "nova" mídia deveria ser melhor aproveitada pelos professores de história em geral? Na sua experiencia de utilização, quais são os pontos fortes e fracos dele?

    Felipe Avila Dos Santos Traczynski

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  2. Olá Felipe,

    Boa tarde. Eu agradeço a sua pergunta e o seu interesse.

    Particularmente, eu acredito que toda e qualquer nova oportunidade e instrumento de trabalho pode e deve ser aproveitado para melhorar a nossa atividade em sala de aula.

    Embora ambas não sejam tão novas, o consumo de revistas em quadrinhos se acentuou na última década. A questão é o professor investir em métodos de análise e interpretação das contribuições que essas mídias podem nos fornecer.

    O ponto forte é se conseguir expressar ideia e conceitos através de representações, as vezes, pouco convencionais. O ponto fraco é que alguns alunos ainda não estão acostumados e acabam acreditando que um quadrinho e/ou um mangá foi criado para aquela finalidade específica. Com isso, é sempre importante frisar que nenhum discurso é neutro e imparcial.

    Espero ter respondido.
    Cordialmente,
    Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  3. Alex Campos de Souza

    Boa noite Luiz Filipe, gostei muito do seu texto. Atualmente os alunos andam muito desinteressados pelos livros didáticos e o ensino convencional expositivo. Os mangás são formas de atrair os alunos para realidades passadas longínquas no tempo e no espaço da sua realidade de vida. Gostaria de saber como poderia ser proposta uma atividade prática em sala de aula utilizando os mangás? Como você já utilzou ou utilizaria os mangás e se já utilizou quais foram os resultados avaliativos obtidos?

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  4. Olá Alex,

    Agradeço pelas palavras e pelo o interesse. Recentemente, eu fiz um trabalho com uma turma de ensino médio, na qual apliquei os pressupostos conceituais de discurso e representação para problematizarmos o mangá "Gen Pés Descalços". Foi interessante o resultado em virtude do ponto de vista do autor (Keiji Nakazawa) acerca dos efeitos diretos das bombas atômicas no Japão e na sua vida. Em seguida, apresentei alguns relatos de pessoas que vivenciaram o período pós-segunda guerra e início da guerra fria na Europa e nos EUA.

    Nessa ocasião, os alunos puderam comparar pontos de vista e verificaram como o gênero literário e o suporte de informação influenciam na representação elaborada pelos discursos apresentados. Foi interessante perceber a surpresa de alguns em relação as possibilidades de apreensão de informações inerentes ao mangá, bem como a capacidade crítica de análise que desenvolveram. Cheguei a promover algo semelhante com "Maus" de Art Spiegelman, "Watchmen" de Alan Moore e Dave Gibbons e "Akira" de Katsuhiro Otomo.

    Espero ter respondido ao seu questionamento. Qualquer dúvida me mande uma nova mensagem.

    Um abraço,
    Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  5. Prezado Luiz Felipe,

    Parabéns pelo texto e pela iniciativa em utilizar um material tão rico como são as HQs. Percebi, em comentário que fez a outro leitor, que você utiliza em sua prática diferentes obras, voltadas a públicos diversos, dentre eles mangás shonen (como é o caso de Magi), mas também obras mais voltadas ao público adulto (Akira, Watchmen), além de HQs biográficas (Maus, Gen). Ademais, as origens são variadas: mangás japoneses, quadrinhos com autores europeus, contracultura americana. Tendo em vista a importância da HQ como fonte documental, e considerando o contexto de produção, gostaria de saber se estes aspectos são levados em conta em sua análise em sala de aula. Outra dúvida tem caráter mais prático: como você disponibiliza as HQs aos alunos? São fotocópias de páginas específicas? Ou arquivos digitalizados?

    Elton Mitio Yoshimoto

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  6. Olá Elton,

    Bom dia. Eu agradeço a sua postagem e as suas questões. De imediato, o principal aspecto de minhas práticas têm sido historicizar o autor e a obra junto aos alunos. Como citei em um comentário anterior, nessa etapa os alunos já estavam familiarizados com os conceitos de discurso e representação, os quais foram adaptados a partir da Análise do Discurso francesa e os estudos linguísticos de Roland Barthes (Elementos de Semiologia).

    Geralmente, eu organizo as aulas em slides e apresento para os alunos, os quais têm um tempo estabelecido para desenvolverem as análises. Por questões de direitos autorais, o material que eu utilizo foram escaneados do meu próprio acervo pessoal, composto dos originais impressos.

    No caso de "Akira" o trabalho é um pouco maior porque eu tenho a versão completa em inglês e preciso traduzir para os alunos (e não são poucos) que tem uma pequena familiaridade com o idioma. Contudo, os resultados são proveitosos.

    Espero ter respondido as suas perguntas.
    Cordialmente,
    Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  7. Boa tarde, Luis Filipe pelo trabalho exposto no simpósio. Interessante, que os estudos sobre o uso dos desenhos gráficos, no âmbito historiográfico, ainda tem precariedades. E muitos desses trabalhos, se concentram em temáticas voltados para os grandes feitos. Esse estudo desenvolvido por você traz reflexões pertinentes para a quebra desse antigo olhar tão valorizado por alguns historiadores. Também sou pesquisadora nessa perspectiva, porém meu foco são charges e caricaturas jornalisticas. Enfim, existem diferentes assuntos na grade curricular, que não encontramos em específico esse tipo de recurso para ser utilizado em sala de aula, quando esse fator ocorre o que você faz? Você faz seus próprios desenhos?

    Desde já muito obrigada.

    Amanda de Oliveira Santos

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  8. Olá Amanda,

    Boa tarde. Agradeço pelo o seu interesse e contribuição. De fato, muitas temáticas inerentes aos currículos de História ainda não foram abordadas, ou devidamente abordadas, pela arte sequencial dos quadrinhos.

    Eu responderei as suas perguntas na ordem inversa. Embora eu goste muito e tente apreciar adequadamente os traços dos quadrinhos com os quais me deparo, eu sou um péssimo desenhista. Nem se eu quisesse eu conseguiria fazer com que os meus desenhos expressassem enredos temáticos.

    Quando não sou capaz de encontrar quadrinhos que supram as minhas demandas didático-pedagógicas, eu tento me utilizar de charges. Não estou dizendo que estas sejam uma alternativa secundária e/ou de menor valor. Muito pelo contrário. Na verdade, eu sou mais familiarizado com o universo quadrinístico. As charges são indícios que me desafiam bastante, então, quando preciso utilizá-las é sempre muito legal.

    Por outro lado, eu também utilizo músicas, filmes, desenhos, pinturas, esculturas e arquiteturas para dar aula. Afinal, estas não somente representam o tema que pretendem retratar, bem como as possíveis intencionalidades inerentes ao "lugar social" de seu autor. Obviamente que para isso o planejamento se mostra fundamental, haja vista a especificidade de cada suporte, discurso e representação.

    Espero ter respondido as suas perguntas.
    Caso não o tenha feito, por favor, queira me mandar novas questões.

    Cordialmente,
    Prof. Luis Filipe de Assumpção

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    1. Olá, Luis Filipe.
      Me respondeu sim! Eu também não sou uma boa desenhista (risos). Mas, sempre tento algo! Realmente, os HQs trazem um seguimento de determinado assunto. Só sei de uma coisa, quanto mais estudo sobre a arte gráfica fico encantada, com tantas possibilidades de pesquisas e estudos sobre diferentes assuntos.

      Forte abraço, Amanda de Oliveira Santos.

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    2. Nesse quesito, o que me resta é apreciar, admirar e me apropriar para fins acadêmicos da capacidade e da habilidade de todos os que conseguem fazer aquilo que não consigo junto a arte gráfica.

      Portanto, eu te entendo bem.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  9. As histórias em quadrinhos demonstraram ser uma importante ferramenta que
    aproxima a vida escolar com o cotidiano dos alunos, o que pode facilitar a
    verificação dos conhecimentos prévios.
    UELITON DE JESUS SANTOS

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Olá Ueliton

      Agradeço a sua contribuição e,de fato, corroboro com o seu comentário.

      No entanto, eu não entendi se você concordou com o meu posicionamento ou se discorda. Poderia me esclarecer?

      Um abraço e obrigado,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  10. As histórias em quadrinhos podem ser utilizadas para introduzir um tema,
    para aprofundar um conceito já apresentado, para gerar discussão a respeito de um
    assunto, para ilustrar uma ideia. Não existem regras para sua utilização, porém, uma
    organização deverá existir para que haja um bom aproveitamento de seu uso no
    ensino podendo desta forma, atingir o objetivo da aprendizagem
    UELITON DE JESUS SANTOS

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  11. Mesmo tratando-se de um reino pequeno, o Reino de Sindria, aparentemente é o reino com a maior diversidade de etnias, por quê justamente este reino é tão diversificado? E comparando com o mundo real, qual nação mais se aproxima das características do Reino de Sindria e por quê?

    Hugo Cezar Alves

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    1. Olá Hugo,

      Agradeço pelo interesse e pela contribuição. A representação de Sindria é aquela dos benefícios de uma cidade portuária e cosmopolita, que em virtude da sua posição geográfica e dos seus interesses comerciais opta pela pluralidade como mecanismo de interação econômica.

      Sinceramente, eu não consigo estabelecer um paralelo preciso entre Sindria e alguma sociedade real. O reino de Simbad mescla características de regiões portuárias do oceano Índico, como a própria Índia ou mesmo a Atenas de Péricles.

      Por outro lado, essa interpretação poderia se ampliar se considerarmos que esta seria culturalmente associada ao Império de Parthevia, cuja representação seria o próprio Império persa. Bem, essas são apenas pequenas suposições.

      Me desculpe por não ter uma resposta mais precisa, mas, agradeço pelas perguntas.
      Cordialmente,
      Luis Filipe de Assumpção

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    2. Obs.: a Atenas de Péricles não se encontrava no oceano Índico, mas sim no Mediterrâneo.

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  12. Luis Filipe, boa tarde!

    Parabéns pelo seu texto, sou apreciador de Magi também. Estou trabalhando com memórias japonesas na Segunda Guerra, inclusive utilizando os filmes de 'Gen Pés Descalços' na qual também se tem o mangá. Nesse aspecto, quais caminhos podemos seguir para tratar a representação de um fato histórico como a Segunda Guerra em sala de aula a partir dos mangás?

    Att,
    Dionson Ferreira Canova Júnior

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    1. Olá Dionson,

      Agradeço pela sua contribuição e fico feliz que tenha gostado do texto.

      A sua temática é bem interessante e "Gen Pés Descalços" é uma narrativa fantástica. Eu, particularmente, gosto bastante das obras de Shigeru Mizuki "Hitler" e "Showa: 1939-1944". Esta última é composta por quatro volumes que cobrem de 1929 até 1989, sendo essa da indicação o volume dois.

      Outra obra interessante pode ser "Adolf" de Osamu Tezuka, cuja abordagem narra o ponto de vista de três homens chamados Adolf no contexto que cobre do "entreguerras" até o final da segunda guerra.

      Existem outras obras, mas, nesse momento, são as únicas das quais consigo me lembrar. O Estúdio Ghibli tem o "Túmulo de Vagalumes" que trata da temática da segunda guerra.

      Espero ter ajudado.
      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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    2. Boa tarde Luis!

      Obrigado pelo retorno. Os filmes na qual estou trabalhando no momento são Túmulo dos Vagalumes e Gen (2 filmes). Sobre os mangás sugeridos para a temática, ainda não tinha visto e irei procurar se há venda deles nas livrarias. Obrigado pela sugestão.

      Att,
      Dionson Ferreira Canova Júnior

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  13. Boa noite.
    Gostei muito do texto e admiro a inovação, tendo em vista que esse é um dos processos que o docente está sempre imerso e que deveria sempre aderir. As práticas docentes é uma construção do seu cotidiano em sala de aula. Levar para sala de aula métodos novos, para além dos livros didáticos (um aparato do governo/institucional, como forma de disciplinar o aluno olhar sempre reto), é louvável, sobretudo, na nossa atualidade, em que nosso oficio está o tempo todo sendo ameaçado. Materiais que instiguem os alunos a pensarem, a olharem ao seu redor e buscar outro tipo de leitura são essenciais. Como buscar um diálogo entre a livro didático, os mangás, os quadrinhos e realidade local de um aluno, cujas suas condições sócio-econômicas sejam vulneráveis? Como conseguir manter um dialogo com esses aluno?

    Érica de Oliveira santos

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  14. Olá Érica,

    Boa noite. Agradeço pelas palavras e fico feliz pelo o interesse neste texto.

    De fato, a nossa condição diante do processo de ensino-aprendizagem se encontra vulnerável, porém, acredito que ao rompermos com o "lugar comum" fazemos a diferença.

    Estou longe de ser o pioneiro em pesquisas sobre quadrinhos, mas, estes foram uma "descoberta" muito útil e valorosa no meu ofício como professor.

    Dito isso, o meu diálogo inicial com os quadrinhos e mangás se deu em virtude da defasagem de muitos alunos com os quais me deparei, diante do "conteúdo formal" da disciplina. Ao verificar que estes acabavam se interessando por temas, abordagens e indícios comuns ao seu cotidiano e a sua realidade individual, eu passei a investir na aquisição de obras que me fundamentassem a nível teórico e metodológico para lidar com a especificidade desses alunos.

    Ainda assim, muitos são resistentes de início. O meu artifício em sala de aula é tentar atraí-los com filmes de super-heróis ou com grandes produções "hollywoodianas" para daí inserir os quadrinhos. O trabalho é gradativo, mas o resultado tem sido interessante.

    Em algumas escolas em que trabalhei/trabalho, os responsáveis exigem o uso do livro didático da sua maneira mais convencional. Nesse momento, eu tento trazer tiras de quadrinhos, charges, trechos de músicas e filmes em concomitância ao livro didático. Essa situação não é a ideal e me faz utilizar o universo quadrinístico como um suporte.

    Em outras ocasiões já desenvolvi um projeto pedagógico todo atrelado a quadrinhos, cuja marca fundamental foi a interdisciplinaridade. Desse modo, eu primeiro preciso introduzir o assunto, apresentar a "natureza" dos quadrinhos e mangás, jogar "iscas" para que eles pensem de forma crítica com essas mídias, ao ponto de fornecer alguns exemplares para que eles leiam em casa. Essa tem sido uma das características da minha didática para lidar com essas variáveis.

    Sinceramente, não sei se respondi. Caso não tenha conseguido, por favor, me pergunte novamente.
    Cordialmente,
    Luis Filipe de Assumpção

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  15. Olá Luis Filipe. Gostei muito desta abordagem, principalmente por fazer parte de um grupo que tem conhecimento e acompanha periodicamente mangás e animes. Seu artigo me faz pensar em atitudes didáticas para serem utilizadas, tendo este material rico e atual como instrumento. Principalmente pensando, que a difusão do mangá e dos animes é cada vez maior. Outro ponto interessante aqui, foi seu inicio de artigo, quando cita o RPG - Role Playing Game - que vem tomando uma forma nestes últimos anos e agregando pessoas das novas gerações conosco veteranos destes sistemas.

    -Desta forma gostaria de questionar se você já trabalhou o RPG como mecanismo didático, e se é possível atrela-lo aos mecanismos do mangá e do anime?
    -Além disso, utilizar animes e mangás é uma estratégia mais interessante para se aplicar aos adolescentes (16 -18 anos) e aos jovens adultos, ou é indicado também para crianças (12 - 15 anos), visto que na maioria das vezes o conteúdo é exageradamente agressivo e/ou violento?

    Obrigado, Henrique Ramansini Pinto

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  16. Olá, Henrique

    Bom dia. Eu agradeço a sua participação e o interesse.

    Eu ainda não cheguei a utilizar RPG em sala de aula. No momento, me falta conhecimento teórico-metodológico para isso e, sem contar que o tamanho das minhas turmas atuais não ajuda muito. De todo modo, é algo em que pretendo investir em um futuro próximo.

    Quanto ao uso de mangás para crianças, eu acredito que o planejamento prévio e a seleção do conteúdo adequado não inviabilize a utilização dos mesmos. Sem contar que nem todos os animêd/mangás são violentos.

    Agradeço pela sua contribuição e espero ter respondido as suas perguntas.
    Cordialmente,
    Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  17. Bom dia Luis Filipe, primeiramente parabéns pelo seu texto, gostei muito da sua iniciativa para utilização de mangás, ndito que sou fã e gosto muito. Achei interessante também a utilização do mangá especifico "Magi", sendo um mangá onde nos mostra claramente as relações das nações, das etnias, além das de hierarquias. Diante disto em seu texto na figura 1, onde está representado o comerciante "Budel", onde ele acha sua mercadoria mais valiosa que a vida de um escravo, você como pesquisador, não acha que temos esses mesmos fatores hoje em dia? Muitos donos de grandes empresas (chamados antigamente burgueses, representado no mangá) valorizam mais o seu produto comercial do que a vida e as condições dos próprios empregados, não dando condições de trabalho corretas, condições de saúde de seus empregados, jornadas de trabalho, entre vários outros fatores. Desse modo qual o seu posicionamento sobre essa relação que existe entre o mangá e a nossa realidade atual? Chegou a cogitar esse pensamento durante suas pesquisas?

    Gileade Martins Nunes

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    1. Olá Gileade,

      Boa noite. Agradeço o seu interesse e contribuição.

      De fato que o mangá, em virtude de seu papel político-social e pelo "lugar social" de sua autora manifesta críticas e denúncias a realidade atual.

      No entanto, como deve ter percebido, o meu enfoque se concentrou em um aspecto conceitual e na tentativa de "desvelar" o "não-dito" de alguns elementos inerentes a narrativa quadrinística.

      Nesse sentido, eu corroboro o seu ponto de vista e, de fato, penso que essa representação não se limite a sociedades antigas, uma vez que muitas dessas práticas acontecem nos dias de hoje, com as suas devidas singularidades.

      Com isso, como um produto contemporâneo em um suporte material específico e direcionado a um grupo sócio-etário singular, pensei e muito na forma como este mangá tratou de problemas humanos que perpassam pela nossa trajetória no mundo - quase um "problema" antropológico.

      Agradeço, novamente, a sua contribuição e espero ter respondido os seus questionamentos.
      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  18. Olá, agradeço pela contribuição no simpósio. Esta temática é extremamente interessante por trazer à pauta a oportunidade de introduzir novas ferramentas no processo de ensino. Assim como o cinema e outros meios audiovisuais,"quadrinhos" e mangás são uma abordagem interessante para trabalhar com jovens que já são familiarizados com este material. Gostaria de saber, como é a preparação para a utilização dos quadrinhos? Trabalho no meu estágio com alunos de sexto ano, tenho receio de não compreenderem a proposta. Como foi a receptividade dos alunos para esta ferramenta?

    Agradeço!

    Gerfeson Carvalho dos Santos

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    1. Olá Gerfeson,

      Boa noite. Eu agradeço a sua contribuição e o interesse por este texto.

      O meu planejamento considera não somente a temática a ser abordada como também a série em que se encontram e a singularidade dos alunos.

      Feito isso, geralmente, eu começo a avaliar as minhas possibilidades de análise junto com a turma através de uma perspectiva dialógica. Nas instituições onde trabalho existe uma exigência pelo o uso do livro didático, algo que sempre conseguimos subverter para não limitarmos a nossa proposta didática.

      Ao comentar e apresentar os principais elementos inerentes a temática, eu exponho o quadrinho, mangá, charge, caricatura, etc. e deixo que eles comentem sobre o que eles percebem acerca da relação entre o assunto e a obra que têm diante dos olhos.

      A receptividade, até agora, foi a melhor possível. Para as minhas turmas de sexto ano eu utilizo coisas que estejam mais associadas ao universo deles, tal como "A Turma da Mônica". Perceba que em seu projeto político-social a editora de Maurício de Sousa publica obras de cunho educativo que, muitas vezes, carecem de assessoria histórica. Acredito que seja um ótimo instrumento para as suas aulas, porém, não se esqueça de planejar a sua aula.

      Agradeço, novamente, pela sua contribuição. Caso eu não tenha respondido, por favor, retorne com novas questões.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  19. Olá Luis, é um bom artigo, essa discussão da utilização de Histórias em Quadrinhos como suporte no ensino, para diferente temas é bastante pertinente. A escolha do mangá não traz um "resíduo" de um discurso estrangeiro sobre etnia, nação e outros temas que você abordou. Não existiria alguma obra nacional que envolvesse essa discussão no roteiro?

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    1. Olá Maycon,

      Boa noite. Agradeço o interesse e a contribuição.

      De fato que sim. O que me interessou no mangá foi, justamente, perceber como a autora interpretou essas questões. Isso porque estamos familiarizados com muitas das visões e definições ocidentais, o que torna interessante para podermos dialogar com outras tendências interpretativas e de análise.

      Na ocasião das aulas que pude ministrar a convite do Prof. Carlos Eduardo Campos, eu cheguei a utilizar o quadrinho "A Turma da Mônica" na série "Você sabia? - Abolição dos Escravos". Nessa obra, a maneira como a escravidão foi tratada no Brasil acabou colocando a maioria dos negros em uma posição passiva diante da escravidão e submetidos ao "beneplácito" dos "brancos" para se verem livres do cativeiro.

      Para o presente texto, por uma questão de seleção, acabei optando pelo mangá em questão, mas ele não é a única alternativa. Posso te sugerir a obra "Cai o Império! República Vou Ver" da Lilia Moritz Schwarcz e desenhada pelo Angeli.

      Espero ter respondido as suas questões.
      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  20. Olá,

    Além do uso dos quadrinhos para aprendizado histórico, como você entende que essa mídia poderia ser aproveitada ao mesmo tempo em matérias como literatura e gramática?

    Eduardo de Moraes Faria

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    1. Olá Eduardo.

      Boa noite. Agradeço a sua contribuição e o interesse pelo texto.

      Acredito que as possibilidades de utilização dos quadrinhos sejam inúmeras, independentemente da disciplina. Contudo, te sugiro que estabeleça um planejamento com objetivos claros, afinal, somente através da percepção do que se pretende alcançar que saberemos a melhor maneira de selecionar o conteúdo das obras quadrinísticas e como aplicá-los em sala.

      Se me permite, te sugiro pesquisar duas obras em particular. A primeira é "Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula", organizada pela Angela Rama e Waldomiro Vergueiro. A outra é "Quadrinhos e literatura: diálogos possíveis" organizada por Paulo Ramos, Waldomiro Vergueiro e Diego Figueira.

      Espero ter respondido e ajudado.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  21. Quais são as características mais marcantes nos quadrinhos japoneses que diferenciam dos quadrinhos americanos?

    LEIDE DAYANA MAGALHÃES SOARES

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    1. Olá Leide Dayana,

      Boa noite. Agradeço a sua contribuição e o seu interesse.

      Alguns elementos marcantes que distinguem o mangá japonês das HQs ocidentais são a direção da leitra (da direita para a esquerda) que altera a percepção das cenas, temos a questão das onomatopeias típicas da tradição japonesa e que precisam ser adaptadas para a compreensão ocidental e, em muitos casos, a falta de um inimigo/vilão evidente.

      Isso se relaciona com a própria percepção de mundo da cultura japonesa. As vezes parece que estão "relativizando" a posição do sujeito, mas, em virtude das muitas tradições budistas existentes ali, as influências oriundas do confucionismo e a própria cultura xintoísta não temos uma dicotomia polarizada entre um "mal que deve ser superado por um bom". Tudo é uma questão de aprendizado, semelhante a percepção de Joseph Campbell em sua "A jornada do herói".

      As personagens dos mangás tendem a aprender com todas as suas experiências e, embora se culpem e/ou tentem se vingar, a percepção da sua responsabilidade e da sua contribuição para a realização dessa mudança é algo que, por vezes, escapa em muitas HQs do ocidente.

      Acho que esses elementos são suficientes por enquanto.
      Espero ter respondido ao seu questionamento.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  22. Na sua opinião como poderiam ser melhor utilizadas na sala de aula, a análise de histórias em quadrinhos como objeto de discussão contra as formas de racismo e fazer com que os alunos se desvencilharem dos preconceitos vindos de casa?
    LEIDE DAYANA MAGALHÃES SOARES

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    Respostas
    1. Olá Leide Dayana,

      Agradeço, novamente, pela sua contribuição.

      Nesse sentido, para que possamos trabalhar de forma efetiva essa questão do preconceito, sobretudo, aquele vindo de casa penso que o ideal seria considerar o "lugar social" do aluno, da família, da escola e o papel do professor nessa dinâmica.

      A linguagem que iremos empregar precisa corresponder a realidade do aluno que desejamos atingir e a maneira como pretendemos atingi-lo. Nesse caso, não acho que precisemos nos limitar a quadrinhos, pois outras mídias podem ser empregadas para essa finalidade.

      Agora, não se esqueça que isso é um processo, por vezes, demorado. Devemos considerar o melhor quadrinho ou a melhor mídia para essa abordagem.

      Recentemente, utilizei a representação da história do Brasil colonial através do livro didático dos alunos, somente através das imagens utilizadas pela editora, para pensarmos a identidade brasileira e o preconceito étnico na abordagem disponibilizada.

      Nelas fomos capazes de perceber como o preconceito é reforçado e como os negros e indígenas têm, ainda hoje, a sua participação minimizada nesse processo de formação identitária do Brasil, mesmo depois das leis 10.639/03 e a 11.645/08.

      Espero ter respondido. Caso eu não tenha sido claro, por favor, traga novas considerações.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  23. Olá Luis, gostei muito do teu texto e da tua proposta de trabalho com os alunos. Vi pelos teus comentários que você já utilizou outros mangás em sala de aula. No texto você comentou que existem diferenças entre os mangás e as histórias em quadrinhos ocidentais, gostaria de saber se você conversa com os seus alunos sobre essas diferenças antes de iniciar a análise do mangá em si, ou se isso não é necessário? E qual a recepção dos alunos ao seu trabalho com mangás especificamente?

    Jéssica Jenifer Wessoloski

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    1. Olá Jéssica,

      Boa noite. Agradeço a sua contribuição e o seu interesse.

      Geralmente, ao utilizar uma obra em quadrinho, seja ele ocidental seja ele o mangá, eu tento situar ao máximo o "lugar social" da obra e do autor diante dos alunos.

      Não vou negar que os alunos do ensino médio e do ensino superior acabam dando maior importância a essas características relativas a roteiro, o ponto de vista do autor, o ano de produção e o que isso implicaria na publicação, a identidade da editora. Afinal, todas essas características atuam como variáveis na percepção da obra. Logo, é fundamental problematizar o "lugar social" do autor e concomitância a sua abordagem.

      Atualmente, a difusão dos mangás ganhou fôlego depois de um período de "crise". Em certa medida, mangás e super-heróis em geral passaram a ser consumidos com maior ênfase pelos jovens e por adultos apreciadores deste gênero literário na juventude. Retomando os mangás, a recepção têm sido muito positiva, uma vez que a maioria dos nossos jovens oriundos dessa sociedade global e midiática consomem esses produtos de modo acrítico.

      Poder suscitar debates e análises sobre coisas que, até então, eles não conseguiam ver utilidade além do passatempo tem favorecido o interesse dos alunos pelas aulas de história.

      Espero ter sido claro e respondido as suas perguntas.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  24. Quais elementos culturais estão presentes no mangá “Magi: o Labirinto da Magia” e em que aspectos podem ser utilizados como um debate entre as diferentes culturas presentes no mundo em comparação com as do Brasil?
    LEIDE DAYANA MAGALHÃES SOARES

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    1. Olá Leide Dayana,

      Obrigado pela contribuição.

      Olhe só, quando analisamos estas questões culturais, devemos considerar inúmeros pressupostos que não incidem unicamente na obra acabada. Ao tomarmos um mangá para instrumento de análise e de prática pedagógica, identificar o posicionamento do autor em seus "não-ditos" é fundamental.

      Por outro lado, considerando o "Magi" e a sua proposta temática, podemos problematizar as formas de governo e a forma como as pessoas buscam melhorias políticas em suas vidas. Podemos considerar a relação entre grupos étnico-sociais em cada um dos reinos e como isso incide no Brasil.

      Agora, não esqueça que embora essa obra se baseie em elementos históricos e culturais ela é ficcional. Logo, as possibilidades interpretativas superam as nossas expectativas, mas também podem nos iludir e nos fazer enxergar mais do que poderíamos.

      Nesse caso, mais uma vez, acredito que o planejamento e a seleção do material em conformidade ao conteúdo seja o caminho mais adequado para pensarmos essa questões para a História do Brasil.

      Espero ter respondido ao seu questionamento.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  25. O uso dos quadrinhos em sala de aula pode incentivar os alunos a preservar os patrimônios culturais nacionais e regionais?
    LEIDE DAYANA MAGALHÃES SOARES

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    1. Olá Leide Dayana,

      Agradeço, novamente, pela sua contribuição.

      Sinceramente, eu não tenho uma resposta adequada para esse questionamento. Acredito que tudo dependerá dos seus objetivos de aula e a seleção do material.

      Feito isso, a apresentação e a problematização do arcabouço teórico-metodológico empregado te ajude a pensar essas problemáticas relativas ao patrimônio.

      Me desculpe por não saber como responder da maneira mais adequada, mas, espero ter ajudado.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  26. Realmente muito bom ver que alguém está utilizando de um instrumento que no meu ponto de vista é uma porta imensa para um meio de prender a atenção dos jovens e também mostra-los como a história não está apenas em livros de escritores famosos e conceituados e sim como a história na verdade está na a volta das pessoas e que o aluno pode sim analisar os mais diferentes meios de uma maneira historiográfica.

    Mas agora indo ao ponto da minha questão, no momento sou graduando na universidade estadual de maringá,e estou com o projeto de analisar algum quadrinho oriental para que possa usar não só do mesmo, como de outros, quando tiver minha turma de alunos,e por isso gostaria que me apresentasse se possível, os pontos que facilitam na utilização do manga para esse processo de ensino, e os quais você coloca os mais importantes para a utilização do mesmos?

    Bruno Henrique Alves da Silva.

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    1. Olá Bruno,

      Agradeço a sua contribuição e o interesse.

      O mangá, assim como grande parte das mídias disponíveis, sejam elas imagéticas ou não, são fruto de uma cultura e uma sociedade no tempo e no espaço. Por isso, todas essas formas de comunicação têm muito a nos fornecer no processo ensino-aprendizagem.

      A vantagem que o mangá e o quadrinho têm reside no número significativo de jovens que consomem esse tipo de mídia. O problema é que a maioria não lança sequer uma crítica aquilo que leem. Portanto, se você contextualizar o discurso e problematizá-lo acredito que fará uma grande diferença na percepção que os próprios alunos lançam a sua realidade e aos produtos que consomem, sejam em quadrinhos sejam em filmes ou mesmo em outras mídias.

      Espero ter te respondido. Caso haja dúvidas, por favor, queira trazer novos questionamentos.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  27. Olá Boa Noite, achei o texto interessante ao se falar de didática, trabalho hoje com turmas do ensino fundamental de uma zona periférica, onde eles não teriam acesso a esses materiais tão facilmente, consistindo ainda em uma sala de extrema agitação como problematizar determinadas questões sem o prévio conhecimento destes alunos? Ademais é importante considerar os planos e desenvolvimento da aula, na sua experiência como formou-se as metas e problematizações a serem evidenciadas, considerando essa mesma abordagem ao ensino fundamental com recursos como desenhos?

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    1. Olá Leandro,

      Boa noite. Agradeço a contribuição e o interesse pelo texto.

      Para o ensino fundamental, considerando que a grande maioria das instituições em que trabalho ainda se mantêm atreladas ao livro didático, eu organizei e planejei os meus objetivos em conformidade as limitações inerentes ao currículo escolar e ao planejamento anual de cada instituição.

      Feito isso, o passo seguinte foi selecionar as mídias para corresponder aos meus objetivos em sala. A partir daí, eu adotei o método dialógico e passei a "conduzir" os debates acerca dos quadrinhos selecionados.

      Vale destacar que cada turma é um caso distinto e a contextualização da obra é fundamental para que eles alcancem a meta que estabelecemos em função do tema abordado.

      Espero ter sido claro e respondido a sua questão.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  28. Outra questão a qual gostaria de fazer, é sobre o uso de bibliografia externa ao mangá, como dar bases ao uso dos mesmos em sala de aula quando se trata de ensino médio e fundamental? De acordo com o texto á a possibilidade de se fazer associações o que é ótimo, como fazer uso destas associações advindos de fontes externas a realidade de uma educação que têm por uso o livro didático obrigatório em sala de aula, por se tratar até mesmo de um material de fácil acesso, mesmo que com suas várias problemáticas ?

    Leandro de Almeida Costa

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    1. Olá Leadnro,

      Agradeço, novamente, pela sua contribuição.

      Leandro, eu te sugiro pesquisar sobre esse material externo, investir na aquisição dos mesmos, se preparar e criar a sua aula. Essa semana mesmo, eu selecionei um texto para poder servir de base para uma aula sobre coronelismo na República brasileira e, em uma turma de 30 alunos, 2 alunos leram.

      Ou seja, mesmo você disponibilizando o material, seja um texto seja um quadrinho, muitos alunos não têm o hábito e não querem desenvolver a prática da leitura.

      O melhor, inicialmente, é você se utilizar dos seus meios e recursos - o que inclui o aspecto financeiro - para se aprimorar quanto a metodologia e a arcabouço conceitual necessário para a sua análise sem criar grandes expectativas. Se a sua ação ajudá-los a mudar a percepção de mundo e o lugar comum em que se encontram, você terá feito um ótimo trabalho.

      Espero ter respondido a sua questão.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

      Obs.: esse posicionamento está vinculado a minha realidade didático-pedagógica junto a alunos de instituições de ensino básico da rede particular do Rio de Janeiro.

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  29. Olá Boa Noite, achei o texto interessante ao se falar de didática, trabalho hoje com turmas do ensino fundamental de uma zona periférica, onde eles não teriam acesso a esses materiais tão facilmente, consistindo ainda em uma sala de extrema agitação como problematizar determinadas questões sem o prévio conhecimento destes alunos? Ademais é importante considerar os planos e desenvolvimento da aula, na sua experiência como formou-se as metas e problematizações a serem evidenciadas, considerando essa mesma abordagem ao ensino fundamental com recursos como desenhos?

    Leandro de Almeida Costa

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    1. Leandro, eu respondi essa questão anteriormente.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  30. Interessante seu texto...uma temática realmente cativante com uma abordagem nada tradicional. Vou ser bem direto, pois creio que os elogios e certos apontamentos que gostaria de ter feito já foram expostos.
    Ao trabalhar com o mangá, qual a profundidade, por assim dizes, foi atingida com os alunos? Este "Magi" foi explorado em todo o seu potencial temático? Quais as outras relações de, mangá-conteúdo, que podem ser feitas?
    Iago Bizatto da Silva

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    1. Estimado Ian,

      Boa noite. Agradeço o interesse e a contribuição.

      Na ocasião apresentada no texto, os alunos foram capazes de problematizar as questões relativas aos conceitos de etnia, etnicidade e nação com maior profundidade. Do mesmo modo, não somente levei os trechos do mangá, como também exibi um trecho da animação de "Magi". Digamos que eles conseguiram "materializar" os conceitos propostos através do estudo da obra.

      Quanto a sua segunda pergunta, de fato que não. O potencial temático de "Magi" é imenso, afinal, temos representações de sociedades no moldes do antigo Império Romano, o antigo Império persa Aquemênida, do Império Chinês, de sociedades que integram grandes confederações, etc. Para a ocasião tive que selecionar e recortar uma temática específica e pequena da obra - e que mesmo assim rendeu muitos debates em sala e esse texto.

      Se você tiver a oportunidade, assista a primeira temporada do anime "Magi: o labirinto da Magia" ou leia o que corresponde a essa primeira temporada. Um dos elementos temáticos mais interessantes, na minha opinião, é quando um dos personagens principais (Ali Babá) é responsável por pensar uma nova forma de governo para o seu reino Balbadd. O interessante é verificar a discussão, cujo conteúdo perpassa por sociedades que aboliram monarquias e substituíram por governos republicanos. Essa é somente uma das possibilidades que a relação mangá-conteúdo pode te fornecer.

      Espero ter sido claro e respondido as suas questões.

      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe de Assumpção

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  31. Assim como Baxandal nos diz do conceito de representação "interpretação parcial do real", nas obras japonesas de cultura de massas o Anime e o Mangá, passam a ser uma de interpretação social do mundo idealizado pelo Mangaká. Na sua Visão, pode haver um ideal de certo pre-conceito para com as culturas do oriente próximo, como a questão da ganancia apontada pela cena descrita da fig. 1?
    Obrigado, atenciosamente
    Gabriel Tavares Gomes Gonçalves

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  32. Olá Gabriel,

    Bom dia. Agradeço o interesse e a contribuição.

    De fato, o mangá é uma representação edificada pelo mangaká a partir da sua experiência, interesse e realidade. No entanto, a crítica em relação a personagem Budel não reside no fato do mesmo ser árabe, mas sim na lógica de ser comerciante e estar preocupado com os lucros advindos de sua mercadoria.

    É interessante pensar que a crítica em si foi direcionada as pessoas que valorizam a riqueza acima de tudo e também uma crítica a escravidão. Digo isso porque na última parte do mangá o próprio Budel acabou se transformando, embora não tenha deixado de ser comerciante.

    Do mesmo modo, praticamente o enfoque é dado as personagens do oriente e as mesmas são exemplos, na maioria dos casos, de boa conduta.

    Espero ter respondido a sua questão.

    Cordialmente,
    Prof. Luis Filipe de Assumpção

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