O presente artigo
busca fazer um levantamento bibliográfico sobre as possibilidades do uso de
histórias em quadrinhos em sala de aula. Ademais, a reflexão proposta buscar
contribuir com o exercício de desconstrução dos preconceitos referentes aos
quadrinhos em sala de aula. Em nossa cultura, as produções cinematográficas e
as HQs têm um papel predominante na difusão de narrativas através de imagens.
Ademais, todos elas se utilizam de imagens e textos, ou conversações. As
maiores similaridades entre o cinema e as histórias em quadrinhos podem ser
localizadas nas escolhas de composição: enquadramentos precisos para conterem
cenas descritas; jogos de luz e sombra para criar determinados efeitos; foco em
detalhes relevantes para as cenas gravadas ou desenhadas [Petersen, 2011].
O relato de
acontecimentos reais ou imaginários está assentado no comportamento de homens e
mulheres de diferentes períodos da história. As narrativas funcionam como
instrumentos que buscam moldar as atitudes dentro da comunidade, questionar ou
ratificar costumes e princípios, ou entreter. Elas fazem emergir as relações
sociais e as dificuldades de convivência, divulgam conceitos e ideologias ou
manifestam desejos. Desse modo, apresentar uma história requer habilidades. As
histórias em quadrinhos têm algumas particularidades que delineiam sua
estrutura. Pode-se citar, como exemplo, as narrativas sequenciadas em balões,
as imagens delimitadas por quadros nas páginas, as onomatopeias para expressar
sons etc.
Essas produções
artísticas recebem algumas diferentes nomenclaturas [Teixeira; Archanjo, 2011]:
elas são também chamadas, no Brasil, de gibis ou histórias em quadrinhos; comics, graphic novel, seqüential art
no mercado norte-americano; a produção japonesa é chamada de mangá; historietas na Argentina; banda desenhada ou BD em Portugal; fumetti na Itália etc. São essas algumas
das denominações pelas quais se caracterizam estas obras gráficas. Em todas
estas variedades de formatos e nacionalidades, as HQs têm como padronização a
sequência de textos-desenhos a qual compõe as narrativas.
Pelo inegável espaço
ocupado pelas histórias em quadrinhos, é importante que educadores e
professores se aproximem delas de modo diligente para aproveitá-las em sala de
aula. Isso está certamente acontecendo, contudo, para alguns docentes e, mais
preocupante, para os alunos, o estereótipo de que as HQs seriam carentes de
serventia intelectual ainda persiste [Carvalho, 2006; Vergueiro; Ramos, 2009].
Compreendendo
as HQs
Marinho [2003, p. 01]
descreve as HQs como enredos narrados, “quadro a quadro, por meio de imagens e
textos que utilizam o discurso direto, característico da língua falada”. Em sua
composição se encontra um texto escrito; elementos os quais remetem a um
diálogo face a face; e imagens complementadores ao entendimento dos leitores e
leitoras, proporcionando um teor agradável.
Sobre a estrutura das HQs,
Will Eisner [2001, p. 08] escreveu que
“A configuração geral
da revista em quadrinhos apresenta uma sobreposição de palavra e imagem, e
assim, é preciso que o leitor exerça suas habilidades interpretativas visuais e
verbais. As regências da arte (por exemplo, perspectiva, simetria, pincelada) e
as regências da literatura (por exemplo, gramática, enredo, sintaxe)
superpõem-se mutuamente. A leitura da revista em quadrinhos é um ato de
percepção estética e de esforço intelectual.”
Estas obras são um
mosaico de elementos cuja reunião viabiliza o seu desenvolvimento e um
sortimento maior de possibilidades narrativas sequenciadas. Em sua forma mais
básica, “os quadrinhos empregam uma série de imagens repetitivas e símbolos
reconhecíveis” [Ibid., p. 08]. Eisner escreveu que com a repetição constante
para explicitar conceitos, a história em quadrinhos se transforma em “uma
linguagem - uma forma literária, se quiserem. E é essa aplicação disciplinada
que cria a ‘gramática’ da Arte Sequencial” [Eisner, 2001, p. 08].
As histórias em
quadrinhos são diferentes de simples histórias ilustradas, pois o emprego de
ilustrações, em um texto, serve para marcar um tempo no ato de ler acrescentando
informações para os leitores e leitoras acerca dos acontecimentos ou de
aspectos dos personagens da história, sobretudo se for uma narrativa
direcionada a crianças, as quais precisam de um maior enfoque no aspecto
visual. Nas HQs as imagens são indispensáveis para a compreensão do que está
sendo informado, dado que elas estão postas em série, sem a obrigatoriedade de
estarem presas às palavras.
Os produtores de
histórias em quadrinhos trabalham com as referências acerca dos acontecimentos,
ficcionalizando-os dentro de uma narrativa sequencial. Seu trabalho transita
entre o entretenimento e a informação. De acordo com Vergueiro e Ramos [2009],
o material informativo presente nas revistas apontam com frequência mais para o
lazer do que para os fatos históricos diretamente. O fato histórico é empregado
somente como pretexto para a analogia com circunstâncias cotidianas.
As histórias em
quadrinhos podem ser uma ferramenta útil somente para divertimento, entretanto,
estão sujeitas apenas às interpretações dadas com o intuito de serem
manipuladas de outro modo. As HQs são “obras ricas em simbologia – podem ser
vistas como objeto de lazer, estudo e investigação. A maneira como as palavras,
imagens e as formas são trabalhadas apresenta um convite à interação
autor-leitor” [Rezende, 2009, p. 126].
A
pedagogia dos quadrinhos
As narrativas nos
quadrinhos, assim como quaisquer formas narrativas, não são construídas de
forma aleatória, ou seja, não são uma associação casual de imagens e textos,
pois existem padrões inerentes à arte sequencial autorizando determinados
procedimentos técnicos durante a composição de uma HQ. Sobre a relevância da
construção da narrativa, Tzevetan Todorov [1973, p. 211], considerando qualquer
forma de enredo narrativo, escreveu que “existe um narrador que relata a
história; há diante dele um leitor que a percebe. Neste nível, não são os
acontecimentos relatados que contam, mas a maneira pela qual o narrador nos fez
conhecê-los”.
O valor pedagógico das
narrativas conta com o fato de que sua estrutura permite que conceitos, enredos
e acontecimentos sejam dispostos de forma a serem assimilados, provendo
elementos para memorização, compreensão, interpretação e reorganização. Além
disso, se um aluno ou aluna for capaz de perceber o conhecimento disciplinar
dentro da narrativa, ele/ela estará hábil para vincular esse conhecimento a
outros contextos e suportes fora dos tradicionais mecanismos de educação
escolar.
O ano de 1996 teve um
importante papel no início dos projetos curriculares de inclusão de HQs como
recursos pedagógicos no campo educacional brasileiro. Nesse ano foi promulgada
a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que, de forma ainda
incipiente, sugeria uma aproximação entre produtos culturais populares e as
práticas educacionais institucionalizadas, pois “já apontava para a necessidade
de inserção de outras linguagens e manifestações artísticas nos ensinos
fundamental e básico” [Vergueiro; Ramos, 2009, p. 10].
Naquele mesmo ano,
foram publicados os PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo a função de
servir como referência para todas as instituições de ensino, públicas e
privadas, nos níveis fundamental e médio, acerca dos temas os quais
necessitariam de ser levados nas diferentes disciplinas em sala de aula. Como
uma política pública em estágio inicial, ainda não se encontrava nenhum grande
incentivo por parte do Ministério da Educação quanto ao uso das HQs pelos
professores em sala de aula, porque somente se encontram alusões aos quadrinhos
nos PCNs referentes às disciplinas de Artes e de Português. Sobre este aspecto,
Vergueiro e Ramos [2009, p. 10 - 11] escreveram que
“Os parâmetros da área
de Artes (...) mencionam especificamente a necessidade de o aluno ser competente
na leitura de histórias em quadrinhos e outras formas visuais, como
publicidade, desenhos animados, fotografias e vídeos.
Os PCN de língua
Portuguesa também mencionam os quadrinhos. No caso do ensino fundamental,
existe referência específica à charge e à leitura crítica que esse gênero
demanda. O mesmo texto menciona igualmente as tiras como um dos gêneros a serem
usados em sala de aula”.
O uso das histórias em
quadrinhos, apesar dos esforços dos professores, de incentivos de políticas
públicas educacionais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e
Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), ainda carece de análises pelas
quais se fundamentem metodologias apropriadas direcionando a prática pedagógica
a resoluções consistentes no que diz respeito ao aprendizado. A simples
presença e acessibilidade de revistas de quadrinhos nas bibliotecas escolares
ou durante as aulas não resulta, impreterivelmente, no emprego satisfatório das
HQs por parte dos docentes.
Existem, ao menos,
três razões pelas quais as HQs são úteis como ferramentas de ensino: 1) o
interesse dos estudantes no gênero; 2) não são caras para se obter e 3) o
vocabulário não é complicado de se ler [Wright; Sherman, 1999]. Os quadrinhos
possibilitam a emergência de oportunidades para os professores estimularem os
estudantes a discussões sobre percepção visual, desenho, história da arte e
conteúdo em diferentes níveis [Berkowitz; Paker, 2001].
Nas HQs, os autores
manifestam em sua arte vários modos de viver, proporcionando aos leitores e
leitoras observações relevantes com a utilização de signos diferentes os quais
vão ao encontro dos interesses e das necessidades contemporâneas, estimulando
sua curiosidade.
Vergueiro [2010]
declara que os alunos e alunas querem ter uma proximidade com a arte sequencial
em suas aulas, uma vez que, há algumas décadas, as histórias em quadrinhos são
parte integrante de uma cultura popular e acessível. Destarte, a utilização de
HQs como recurso pedagógico durante as aulas não geraria qualquer grau de
desaprovação por parte dos estudantes, os quais, comumente, demonstram
entusiasmo com seu manuseio, podendo mesmo sentir, com sua utilização, mais
inclinados a uma presença ativa durante as atividades propostas em sala de
aula.
As HQs instigam a
curiosidade e requerem o uso de um senso crítico. Além disso, atualmente,
diversos personagens de HQs se tornaram ícones da cultura pop, como Batman, Homem-Aranha, Mulher-Maravilha,
Super-Homem, X-Men etc., causando, muitas vezes, uma identificação dos os
espectadores/estudantes com suas histórias, muitas delas de superação, senso de
justiça, abandono, bullying e
solidão.
Reconhecer o número de
informações encontradas nas histórias em quadrinhos é importante para que os
educadores passem esse conteúdo por um filtro refletindo em como levar esse
conhecimento para sala de aula. As HQs tratam das mais diversas temáticas, sob
diferentes perspectivas, adequando-as como recurso pedagógico em diferentes
áreas do conhecimento. Cada história em quadrinhos dispõe de informações
heterogêneas suscetíveis a possibilitar discussões enriquecedoras em sala de
aula.
A arte sequencial pode
assumir várias funções no espaço escolar, pode servir tanto como auxílio a
tópicos individuais do currículo como para fornecer novos ângulos para a
compreensão e execução do que é debatido durante as aulas. Como afirmou
Waldomiro Vergueiro [2010, p. 21], “histórias de ficção científica possibilitam
as mais variadas informações no campo da física, tecnologia, engenharia,
arquitetura, química etc., que são muito mais facilmente assimiláveis quando na
linguagem das HQs”. O material intelectual apresentado nas HQs é facilmente
assimilado pelos estudantes, tornando, com frequência, desnecessárias longas
explicações.
Além disso, outro
aspecto importante quanto à utilização das HQs durante as aulas é a atenção
voltada para a história narrada, porque a aproximação de um material de leitura
pode contribuir para que os discentes se acostumem com a linguagem da arte
sequencial e se divirtam com histórias ali descritas.
Waldomiro Vergueiro [2010,
p. 21 - 25] elaborou uma sistematização dos ganhos possíveis com o uso das
histórias em quadrinhos em sala de aula. Para o autor, a arte sequencial pode
se transformar em uma ferramenta de aprimoramento cognitivo e intelectual,
além, claro, de ser um produto midiático. A maior questão, certamente, para os
professores e professoras que utilizam esse recurso em sala, é como realizar
essa transformação, desconstruir preconceitos em relação às HQs e se aproveitar
do conhecimento divulgado nas narrativas em quadrinhos.
Um dos ganhos
apontados por Vergueiro [2010] é a forma pela qual os canais de comunicação são
enriquecidos a partir da proximidade com as histórias em quadrinhos. Pois, a
inserção das HQs durante as aulas permite aos alunos e alunas alargar suas
opções de comunicação, acrescentando a arte sequencial à oralidade e
textualidade, que já estão comumente ao seu alcance desde que se tornaram
indivíduos em uma sociedade repleta de interações orais e informações escritas.
Os diferentes elementos os quais formam a linguagem das HQs, como os balões, os
quadros etc., viabilizam que os estudantes tenham familiaridade com outras
alternativas de comunicação e transmissão de conhecimento.
Os estudantes de hoje,
sem dúvida alguma, vivem dentro de um complexo ambiente de crescimento de
informações, logo, os profissionais da educação poderiam prepará-los para
existirem nesse espaço. Muitos educadores já perceberam que o conhecimento não
está limitado aos livros e exposições em sala, porque existem outros caminhos
pelos quais se pode seguir em busca de um melhor aproveitamento do
conhecimento, como as histórias em quadrinhos. Benjamin R. Harris [2006] aponta
um declínio da hegemonia do texto como fonte de informação e chama atenção para
que os educadores estejam atentos a esta mudança na estrutura do campo
educacional, sabendo reconhecer outras possibilidades de dialogar com as formas
de conhecimento.
Sobre a prática de
leitura da arte sequencial na sala de aula, sugere-se que tenha em mente a
existência de múltiplos formatos e gêneros de HQs. Vários estudantes das séries
iniciais do ensino fundamental já são habituados a alguma variedade de arte
sequencial, pois, nos pontos de venda especializados, encontra-se um elevado
número de títulos de, além das produções nacionais, obras norte-americanas (comics) e japonesas (mangás) traduzidas para o português
assim, vários alunos e alunas já são consumidores desses produtos culturais.
Além da possibilidade
de incentivo de leitura, as HQs são capazes de melhorar o vocabulário dos estudantes
[Vergueiro, 2010]. A sua escrita é composta por uma linguagem facilmente
compreensível, apresentando expressões presentes no dia-a-dia de seu público e
trazendo novas palavras aos leitores, o que pode fazer o seu vocabulário se
desenvolver de modo quase imperceptível. Através das narrativas em quadrinhos,
as histórias de ficção científica ou de viagens espaciais permitem, quando
devidamente empregadas, a integração ao vocabulário dos alunos e alunas dos
léxicos pertinentes àquele contexto representado na arte, tanto em um enfoque
científico, físico, social, tecnológico ou mesmo os aspectos fictícios de
determinada época em relação a outra.
Vergueiro [2010]
também chama a atenção para as condições elípticas da linguagem das HQs a qual
força os leitores a usar sua imaginação e a pensar formas de interpretar o
material lido. A composição da arte sequencial se forma com a seleção de
determinados acontecimentos da narrativa na história. Outros momentos, as
entrelinhas, entretanto, ficam a cargo dos leitores imaginarem. Os estudantes/leitores,
portanto, são instigados a pôr em atividade o seu raciocínio, rematando em sua
mente as situações as quais não foram representadas na história em quadrinhos,
incentivando o exercício de um pensamento lógico. Ademais, a arte sequencial
força as atividades de interpretação de texto, análise e síntese.
É sempre bom recordar
que as HQs são direcionadas para públicos diversificados (infantis, jovens ou
adultos) e, consequentemente, não devem ser utilizadas de forma desregrada em
sala de aula. As atividades possíveis por meios das histórias em quadrinhos podem
ser adaptadas para os alunos e alunas. Para resultados satisfatórios, os
professores e professoras poderiam conhecer a turma e o material que pretendem
utilizar na aula, para não ter respostas além ou aquém da competência da turma.
Além disso, mesmo as obras, aparentemente, designadas somente para a diversão,
ou seja, aquelas cujo conteúdo não foi elaborado a fim de instruir ou
transmitir alguma forma de conhecimento, podem ser transformadas em recurso
didático, requerendo, todavia, uma atenção e planejamento.
Referências
Leonardo Paiva Monte é
mestre em História Social (USP).
Lilian Bento de Souza Silva
é doutoranda em Ciências da Educação (Universidad de la Integración de las
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Primeiramente quero parabenizá-los pelo texto e pela reflexão propondo o uso dos quadrinhos no ensino. Recentemente tenho me aventurado no uso dos quadrinhos como ferramenta pedagógica. Explicando melhor, fazendo uso das HQs para fins do ensino de História, minha disciplina e formação. Pensando coletivamente neste espaço privilegiado, aproveito para questionar sobre as possibilidades oferecidas pelas HQs (em todos os seus formatos) para promover a interdisciplinariedade. Perguntando aos autores: Já refletiram sobre esta questão ou se tiveram alguma experiência na qual a temática foi posta em prática na sala de aula? Em caso afirmativo, quais foram os pontos positivos e aqueles a melhorar vocês destacariam? Esta pergunta esta diretamente relacionada com a minha prática, onde tento promover um olhar amplo partindo dos HQs, linguagem, arte, símbolos, expressões, onomatopeias, contexto, período histórico, argumentação etc. Enfim, promover ao estudante que perceba a riqueza das HQs como fonte histórica, são datadas, tiveram um objetivo, um contexto, uma ideologia etc. Desde já agradeço pela oportunidade do debate e desejo-lhes sucesso. Atenciosamente, Fabian Filatow.
ResponderExcluirOlá, Fabian.
ExcluirTrabalhamos com as HQs para tratar da inclusão de pessoas com deficiência. Histórias infantis têm sido úteis nesse trabalho. Os alunos e alunas se interessaram mais pela história ao perceberem situações cotidianas na HQ. Em nossa experiência, podemos ver uma maior participação dos alunos nas discussões.
Algo que é essencial para trabalhar com as HQs é conhecer a turma, suas vivências e interesses. Pode ser complicado encontrar o ponto certo entre uma história infantil ou adulta demais.
Leonardo Paiva.
Boa noite Lilian e Leonardo,
ResponderExcluirSou estagiário em Licenciatura em Historia em uma escola pública do Rio de Janeiro e um admirador da utilização dos quadrinhos em sala de aula. É preciso e necessário este este recurso seja realmente empregado no ambiente escolar e o mais importante, que esta metodologia seja amplamente divulgada. Temos a EBAL como pioneira em quadrinhos Históricos e Gustavo Barroso como aquele que possivelmente tenha sido o responsável por trazer os quadrinhos para o Brasil. Gostaria de propor a realização de um seminário e um encontro para discutirmos sobre este tema. Eu poderia ajudar a organizar. Segue meu e-mail: kastrup.leonardo@gmail.com
A minha pergunta é: de que forma, nós professores e educadores poderíamos dinamizar a utilização deste recurso em sala de aula? Qual a sugestão de vocês com relação à produção de material que poderíamos utilizar , uma vez que no meu caso, Quadrinhos Históricos são difíceis e caros para serem adquiridos e neste caso como fazer para que os alunos tivessem contato com este material?
Olá,
ExcluirRealmente para trabalhar com HQs com temáticas históricas pode ser mais complicado. Talvez fosse mais viável trabalhar com tirinhas de jornal. Elas costumam apresentar níveis de críticas aos governos, aos costumes etc.
Na escola em que trabalhamos, organizamos um projeto para tratar da inclusão escolar, utilizando as HQs da Turma da Mônica.
Deve-se considerar a idade da turma, o grau de alfabetização e interpretação.
Atenciosamente,
Leonardo Paiva.
Olá Lilian e Leonardo, sue texto apresenta suma serie de argumento a favor da utilização das Histórias em Quadrinhos como ferramenta pedagógica. Qual a viabilidade desse material na discussão de diferente assunto? Como todos os alunos poderiam ter acesso ao mesmo material. Já que nem todos tem acesso a uma História em Quadrinho impressa?
ResponderExcluirOlá, Maycon.
ExcluirLevar as HQs para sala de aula pode contribuir com a ideia de que o conhecimento pode vir de diferentes formatos, não apenas do livro didático.
Quanto ao acesso, já tivemos duas experiências: 1) utilizamos as HQs distribuídas pela secretaria de educação e 2) desenvolvemos um projeto sobre inclusão e conseguimos recursos para aquisição de revistinhas.
Atenciosamente,
Leonardo Paiva.