Lilian Bento de Souza Silva e Leonardo Paiva Monte


A PEDAGOGIA DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES EM SALA DE AULA



O presente artigo busca fazer um levantamento bibliográfico sobre as possibilidades do uso de histórias em quadrinhos em sala de aula. Ademais, a reflexão proposta buscar contribuir com o exercício de desconstrução dos preconceitos referentes aos quadrinhos em sala de aula. Em nossa cultura, as produções cinematográficas e as HQs têm um papel predominante na difusão de narrativas através de imagens. Ademais, todos elas se utilizam de imagens e textos, ou conversações. As maiores similaridades entre o cinema e as histórias em quadrinhos podem ser localizadas nas escolhas de composição: enquadramentos precisos para conterem cenas descritas; jogos de luz e sombra para criar determinados efeitos; foco em detalhes relevantes para as cenas gravadas ou desenhadas [Petersen, 2011].

O relato de acontecimentos reais ou imaginários está assentado no comportamento de homens e mulheres de diferentes períodos da história. As narrativas funcionam como instrumentos que buscam moldar as atitudes dentro da comunidade, questionar ou ratificar costumes e princípios, ou entreter. Elas fazem emergir as relações sociais e as dificuldades de convivência, divulgam conceitos e ideologias ou manifestam desejos. Desse modo, apresentar uma história requer habilidades. As histórias em quadrinhos têm algumas particularidades que delineiam sua estrutura. Pode-se citar, como exemplo, as narrativas sequenciadas em balões, as imagens delimitadas por quadros nas páginas, as onomatopeias para expressar sons etc.

Essas produções artísticas recebem algumas diferentes nomenclaturas [Teixeira; Archanjo, 2011]: elas são também chamadas, no Brasil, de gibis ou histórias em quadrinhos; comics, graphic novel, seqüential art no mercado norte-americano; a produção japonesa é chamada de mangá; historietas na Argentina; banda desenhada ou BD em Portugal; fumetti na Itália etc. São essas algumas das denominações pelas quais se caracterizam estas obras gráficas. Em todas estas variedades de formatos e nacionalidades, as HQs têm como padronização a sequência de textos-desenhos a qual compõe as narrativas.

Pelo inegável espaço ocupado pelas histórias em quadrinhos, é importante que educadores e professores se aproximem delas de modo diligente para aproveitá-las em sala de aula. Isso está certamente acontecendo, contudo, para alguns docentes e, mais preocupante, para os alunos, o estereótipo de que as HQs seriam carentes de serventia intelectual ainda persiste [Carvalho, 2006; Vergueiro; Ramos, 2009].

Compreendendo as HQs
Marinho [2003, p. 01] descreve as HQs como enredos narrados, “quadro a quadro, por meio de imagens e textos que utilizam o discurso direto, característico da língua falada”. Em sua composição se encontra um texto escrito; elementos os quais remetem a um diálogo face a face; e imagens complementadores ao entendimento dos leitores e leitoras, proporcionando um teor agradável.
Sobre a estrutura das HQs, Will Eisner [2001, p. 08] escreveu que

“A configuração geral da revista em quadrinhos apresenta uma sobreposição de palavra e imagem, e assim, é preciso que o leitor exerça suas habilidades interpretativas visuais e verbais. As regências da arte (por exemplo, perspectiva, simetria, pincelada) e as regências da literatura (por exemplo, gramática, enredo, sintaxe) superpõem-se mutuamente. A leitura da revista em quadrinhos é um ato de percepção estética e de esforço intelectual.”

Estas obras são um mosaico de elementos cuja reunião viabiliza o seu desenvolvimento e um sortimento maior de possibilidades narrativas sequenciadas. Em sua forma mais básica, “os quadrinhos empregam uma série de imagens repetitivas e símbolos reconhecíveis” [Ibid., p. 08]. Eisner escreveu que com a repetição constante para explicitar conceitos, a história em quadrinhos se transforma em “uma linguagem - uma forma literária, se quiserem. E é essa aplicação disciplinada que cria a ‘gramática’ da Arte Sequencial” [Eisner, 2001, p. 08].

As histórias em quadrinhos são diferentes de simples histórias ilustradas, pois o emprego de ilustrações, em um texto, serve para marcar um tempo no ato de ler acrescentando informações para os leitores e leitoras acerca dos acontecimentos ou de aspectos dos personagens da história, sobretudo se for uma narrativa direcionada a crianças, as quais precisam de um maior enfoque no aspecto visual. Nas HQs as imagens são indispensáveis para a compreensão do que está sendo informado, dado que elas estão postas em série, sem a obrigatoriedade de estarem presas às palavras.

Os produtores de histórias em quadrinhos trabalham com as referências acerca dos acontecimentos, ficcionalizando-os dentro de uma narrativa sequencial. Seu trabalho transita entre o entretenimento e a informação. De acordo com Vergueiro e Ramos [2009], o material informativo presente nas revistas apontam com frequência mais para o lazer do que para os fatos históricos diretamente. O fato histórico é empregado somente como pretexto para a analogia com circunstâncias cotidianas.

As histórias em quadrinhos podem ser uma ferramenta útil somente para divertimento, entretanto, estão sujeitas apenas às interpretações dadas com o intuito de serem manipuladas de outro modo. As HQs são “obras ricas em simbologia – podem ser vistas como objeto de lazer, estudo e investigação. A maneira como as palavras, imagens e as formas são trabalhadas apresenta um convite à interação autor-leitor” [Rezende, 2009, p. 126].

A pedagogia dos quadrinhos
As narrativas nos quadrinhos, assim como quaisquer formas narrativas, não são construídas de forma aleatória, ou seja, não são uma associação casual de imagens e textos, pois existem padrões inerentes à arte sequencial autorizando determinados procedimentos técnicos durante a composição de uma HQ. Sobre a relevância da construção da narrativa, Tzevetan Todorov [1973, p. 211], considerando qualquer forma de enredo narrativo, escreveu que “existe um narrador que relata a história; há diante dele um leitor que a percebe. Neste nível, não são os acontecimentos relatados que contam, mas a maneira pela qual o narrador nos fez conhecê-los”.

O valor pedagógico das narrativas conta com o fato de que sua estrutura permite que conceitos, enredos e acontecimentos sejam dispostos de forma a serem assimilados, provendo elementos para memorização, compreensão, interpretação e reorganização. Além disso, se um aluno ou aluna for capaz de perceber o conhecimento disciplinar dentro da narrativa, ele/ela estará hábil para vincular esse conhecimento a outros contextos e suportes fora dos tradicionais mecanismos de educação escolar.

O ano de 1996 teve um importante papel no início dos projetos curriculares de inclusão de HQs como recursos pedagógicos no campo educacional brasileiro. Nesse ano foi promulgada a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que, de forma ainda incipiente, sugeria uma aproximação entre produtos culturais populares e as práticas educacionais institucionalizadas, pois “já apontava para a necessidade de inserção de outras linguagens e manifestações artísticas nos ensinos fundamental e básico” [Vergueiro; Ramos, 2009, p. 10].

Naquele mesmo ano, foram publicados os PCNs, Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo a função de servir como referência para todas as instituições de ensino, públicas e privadas, nos níveis fundamental e médio, acerca dos temas os quais necessitariam de ser levados nas diferentes disciplinas em sala de aula. Como uma política pública em estágio inicial, ainda não se encontrava nenhum grande incentivo por parte do Ministério da Educação quanto ao uso das HQs pelos professores em sala de aula, porque somente se encontram alusões aos quadrinhos nos PCNs referentes às disciplinas de Artes e de Português. Sobre este aspecto, Vergueiro e Ramos [2009, p. 10 - 11] escreveram que

“Os parâmetros da área de Artes (...) mencionam especificamente a necessidade de o aluno ser competente na leitura de histórias em quadrinhos e outras formas visuais, como publicidade, desenhos animados, fotografias e vídeos.
Os PCN de língua Portuguesa também mencionam os quadrinhos. No caso do ensino fundamental, existe referência específica à charge e à leitura crítica que esse gênero demanda. O mesmo texto menciona igualmente as tiras como um dos gêneros a serem usados em sala de aula”.

O uso das histórias em quadrinhos, apesar dos esforços dos professores, de incentivos de políticas públicas educacionais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), ainda carece de análises pelas quais se fundamentem metodologias apropriadas direcionando a prática pedagógica a resoluções consistentes no que diz respeito ao aprendizado. A simples presença e acessibilidade de revistas de quadrinhos nas bibliotecas escolares ou durante as aulas não resulta, impreterivelmente, no emprego satisfatório das HQs por parte dos docentes.

Existem, ao menos, três razões pelas quais as HQs são úteis como ferramentas de ensino: 1) o interesse dos estudantes no gênero; 2) não são caras para se obter e 3) o vocabulário não é complicado de se ler [Wright; Sherman, 1999]. Os quadrinhos possibilitam a emergência de oportunidades para os professores estimularem os estudantes a discussões sobre percepção visual, desenho, história da arte e conteúdo em diferentes níveis [Berkowitz; Paker, 2001].

Nas HQs, os autores manifestam em sua arte vários modos de viver, proporcionando aos leitores e leitoras observações relevantes com a utilização de signos diferentes os quais vão ao encontro dos interesses e das necessidades contemporâneas, estimulando sua curiosidade.
Vergueiro [2010] declara que os alunos e alunas querem ter uma proximidade com a arte sequencial em suas aulas, uma vez que, há algumas décadas, as histórias em quadrinhos são parte integrante de uma cultura popular e acessível. Destarte, a utilização de HQs como recurso pedagógico durante as aulas não geraria qualquer grau de desaprovação por parte dos estudantes, os quais, comumente, demonstram entusiasmo com seu manuseio, podendo mesmo sentir, com sua utilização, mais inclinados a uma presença ativa durante as atividades propostas em sala de aula.

As HQs instigam a curiosidade e requerem o uso de um senso crítico. Além disso, atualmente, diversos personagens de HQs se tornaram ícones da cultura pop, como Batman, Homem-Aranha, Mulher-Maravilha, Super-Homem, X-Men etc., causando, muitas vezes, uma identificação dos os espectadores/estudantes com suas histórias, muitas delas de superação, senso de justiça, abandono, bullying e solidão.

Reconhecer o número de informações encontradas nas histórias em quadrinhos é importante para que os educadores passem esse conteúdo por um filtro refletindo em como levar esse conhecimento para sala de aula. As HQs tratam das mais diversas temáticas, sob diferentes perspectivas, adequando-as como recurso pedagógico em diferentes áreas do conhecimento. Cada história em quadrinhos dispõe de informações heterogêneas suscetíveis a possibilitar discussões enriquecedoras em sala de aula.

A arte sequencial pode assumir várias funções no espaço escolar, pode servir tanto como auxílio a tópicos individuais do currículo como para fornecer novos ângulos para a compreensão e execução do que é debatido durante as aulas. Como afirmou Waldomiro Vergueiro [2010, p. 21], “histórias de ficção científica possibilitam as mais variadas informações no campo da física, tecnologia, engenharia, arquitetura, química etc., que são muito mais facilmente assimiláveis quando na linguagem das HQs”. O material intelectual apresentado nas HQs é facilmente assimilado pelos estudantes, tornando, com frequência, desnecessárias longas explicações.

Além disso, outro aspecto importante quanto à utilização das HQs durante as aulas é a atenção voltada para a história narrada, porque a aproximação de um material de leitura pode contribuir para que os discentes se acostumem com a linguagem da arte sequencial e se divirtam com histórias ali descritas.

Waldomiro Vergueiro [2010, p. 21 - 25] elaborou uma sistematização dos ganhos possíveis com o uso das histórias em quadrinhos em sala de aula. Para o autor, a arte sequencial pode se transformar em uma ferramenta de aprimoramento cognitivo e intelectual, além, claro, de ser um produto midiático. A maior questão, certamente, para os professores e professoras que utilizam esse recurso em sala, é como realizar essa transformação, desconstruir preconceitos em relação às HQs e se aproveitar do conhecimento divulgado nas narrativas em quadrinhos.

Um dos ganhos apontados por Vergueiro [2010] é a forma pela qual os canais de comunicação são enriquecidos a partir da proximidade com as histórias em quadrinhos. Pois, a inserção das HQs durante as aulas permite aos alunos e alunas alargar suas opções de comunicação, acrescentando a arte sequencial à oralidade e textualidade, que já estão comumente ao seu alcance desde que se tornaram indivíduos em uma sociedade repleta de interações orais e informações escritas. Os diferentes elementos os quais formam a linguagem das HQs, como os balões, os quadros etc., viabilizam que os estudantes tenham familiaridade com outras alternativas de comunicação e transmissão de conhecimento.

Os estudantes de hoje, sem dúvida alguma, vivem dentro de um complexo ambiente de crescimento de informações, logo, os profissionais da educação poderiam prepará-los para existirem nesse espaço. Muitos educadores já perceberam que o conhecimento não está limitado aos livros e exposições em sala, porque existem outros caminhos pelos quais se pode seguir em busca de um melhor aproveitamento do conhecimento, como as histórias em quadrinhos. Benjamin R. Harris [2006] aponta um declínio da hegemonia do texto como fonte de informação e chama atenção para que os educadores estejam atentos a esta mudança na estrutura do campo educacional, sabendo reconhecer outras possibilidades de dialogar com as formas de conhecimento.

Sobre a prática de leitura da arte sequencial na sala de aula, sugere-se que tenha em mente a existência de múltiplos formatos e gêneros de HQs. Vários estudantes das séries iniciais do ensino fundamental já são habituados a alguma variedade de arte sequencial, pois, nos pontos de venda especializados, encontra-se um elevado número de títulos de, além das produções nacionais, obras norte-americanas (comics) e japonesas (mangás) traduzidas para o português assim, vários alunos e alunas já são consumidores desses produtos culturais.

Além da possibilidade de incentivo de leitura, as HQs são capazes de melhorar o vocabulário dos estudantes [Vergueiro, 2010]. A sua escrita é composta por uma linguagem facilmente compreensível, apresentando expressões presentes no dia-a-dia de seu público e trazendo novas palavras aos leitores, o que pode fazer o seu vocabulário se desenvolver de modo quase imperceptível. Através das narrativas em quadrinhos, as histórias de ficção científica ou de viagens espaciais permitem, quando devidamente empregadas, a integração ao vocabulário dos alunos e alunas dos léxicos pertinentes àquele contexto representado na arte, tanto em um enfoque científico, físico, social, tecnológico ou mesmo os aspectos fictícios de determinada época em relação a outra.

Vergueiro [2010] também chama a atenção para as condições elípticas da linguagem das HQs a qual força os leitores a usar sua imaginação e a pensar formas de interpretar o material lido. A composição da arte sequencial se forma com a seleção de determinados acontecimentos da narrativa na história. Outros momentos, as entrelinhas, entretanto, ficam a cargo dos leitores imaginarem. Os estudantes/leitores, portanto, são instigados a pôr em atividade o seu raciocínio, rematando em sua mente as situações as quais não foram representadas na história em quadrinhos, incentivando o exercício de um pensamento lógico. Ademais, a arte sequencial força as atividades de interpretação de texto, análise e síntese.

É sempre bom recordar que as HQs são direcionadas para públicos diversificados (infantis, jovens ou adultos) e, consequentemente, não devem ser utilizadas de forma desregrada em sala de aula. As atividades possíveis por meios das histórias em quadrinhos podem ser adaptadas para os alunos e alunas. Para resultados satisfatórios, os professores e professoras poderiam conhecer a turma e o material que pretendem utilizar na aula, para não ter respostas além ou aquém da competência da turma. Além disso, mesmo as obras, aparentemente, designadas somente para a diversão, ou seja, aquelas cujo conteúdo não foi elaborado a fim de instruir ou transmitir alguma forma de conhecimento, podem ser transformadas em recurso didático, requerendo, todavia, uma atenção e planejamento.

Referências
Leonardo Paiva Monte é mestre em História Social (USP).

Lilian Bento de Souza Silva é doutoranda em Ciências da Educação (Universidad de la Integración de las Américas).

BERKOWITZ, J.; PACKER, T. Heroes in the classroom: Comic books in art education. The Journal of Art Education, 54(6), 12-18. 2001.

CARVALHO, D. A educação está no gibi. Campinas: Papirus, 2006.

EISNER, W. Quadrinhos e arte sequencial. Tradução de Luís Carlos Borges. 3. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

HARRIS, B. Visual literacy via visual means: Three heuristics. Reference Services Review, 34(2), 2006. p.213-221.

MARINHO, E. Histórias em quadrinhos, a oralidade em sua construção. In: Congresso Nacional de Lingüística, 3, 2004, Rio de Janeiro. In: III Congresso Nacional de Lingüística e Filologia e I Congresso Internacional de Estudos Filológicos e Lingüísticos, Rio de Janeiro: 2004. Disponivel em:<http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno12-11.html>. Acesso em: 07 jan. 2019

PETERSEN, R. Comics, manga, and graphic novels: a history of graphic narratives. PRAEGER: Santa Barbara, 2011.

RAMOS, P. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009.

TEIXEIRA, N.; ARCHANJO, R. Quadrinhos na educação e filosofia. Linguagem Acadêmica, Batatais, v.1, n.2, p. 45-63, jul./dez. 2011.

VERGUEIRO, W.; RAMOS, P. (Org.). Quadrinhos na educação: da rejeição à prática. São Paulo: Contexto, 2009.

VERGUEIRO, W. A linguagem dos quadrinhos: uma “alfabetização” necessária. In: RAMA, Ângela; VERGUEIRO, Waldomiro. (Orgs.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2010.

WRIGHT, B.; SHERMAN, R. Let's create a comic strip. Reading improvement. 1999. 36(2), 66-72.




6 comentários:

  1. Primeiramente quero parabenizá-los pelo texto e pela reflexão propondo o uso dos quadrinhos no ensino. Recentemente tenho me aventurado no uso dos quadrinhos como ferramenta pedagógica. Explicando melhor, fazendo uso das HQs para fins do ensino de História, minha disciplina e formação. Pensando coletivamente neste espaço privilegiado, aproveito para questionar sobre as possibilidades oferecidas pelas HQs (em todos os seus formatos) para promover a interdisciplinariedade. Perguntando aos autores: Já refletiram sobre esta questão ou se tiveram alguma experiência na qual a temática foi posta em prática na sala de aula? Em caso afirmativo, quais foram os pontos positivos e aqueles a melhorar vocês destacariam? Esta pergunta esta diretamente relacionada com a minha prática, onde tento promover um olhar amplo partindo dos HQs, linguagem, arte, símbolos, expressões, onomatopeias, contexto, período histórico, argumentação etc. Enfim, promover ao estudante que perceba a riqueza das HQs como fonte histórica, são datadas, tiveram um objetivo, um contexto, uma ideologia etc. Desde já agradeço pela oportunidade do debate e desejo-lhes sucesso. Atenciosamente, Fabian Filatow.

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    1. Olá, Fabian.
      Trabalhamos com as HQs para tratar da inclusão de pessoas com deficiência. Histórias infantis têm sido úteis nesse trabalho. Os alunos e alunas se interessaram mais pela história ao perceberem situações cotidianas na HQ. Em nossa experiência, podemos ver uma maior participação dos alunos nas discussões.

      Algo que é essencial para trabalhar com as HQs é conhecer a turma, suas vivências e interesses. Pode ser complicado encontrar o ponto certo entre uma história infantil ou adulta demais.

      Leonardo Paiva.

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  2. Boa noite Lilian e Leonardo,
    Sou estagiário em Licenciatura em Historia em uma escola pública do Rio de Janeiro e um admirador da utilização dos quadrinhos em sala de aula. É preciso e necessário este este recurso seja realmente empregado no ambiente escolar e o mais importante, que esta metodologia seja amplamente divulgada. Temos a EBAL como pioneira em quadrinhos Históricos e Gustavo Barroso como aquele que possivelmente tenha sido o responsável por trazer os quadrinhos para o Brasil. Gostaria de propor a realização de um seminário e um encontro para discutirmos sobre este tema. Eu poderia ajudar a organizar. Segue meu e-mail: kastrup.leonardo@gmail.com

    A minha pergunta é: de que forma, nós professores e educadores poderíamos dinamizar a utilização deste recurso em sala de aula? Qual a sugestão de vocês com relação à produção de material que poderíamos utilizar , uma vez que no meu caso, Quadrinhos Históricos são difíceis e caros para serem adquiridos e neste caso como fazer para que os alunos tivessem contato com este material?

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    1. Olá,
      Realmente para trabalhar com HQs com temáticas históricas pode ser mais complicado. Talvez fosse mais viável trabalhar com tirinhas de jornal. Elas costumam apresentar níveis de críticas aos governos, aos costumes etc.
      Na escola em que trabalhamos, organizamos um projeto para tratar da inclusão escolar, utilizando as HQs da Turma da Mônica.
      Deve-se considerar a idade da turma, o grau de alfabetização e interpretação.

      Atenciosamente,
      Leonardo Paiva.

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  3. Olá Lilian e Leonardo, sue texto apresenta suma serie de argumento a favor da utilização das Histórias em Quadrinhos como ferramenta pedagógica. Qual a viabilidade desse material na discussão de diferente assunto? Como todos os alunos poderiam ter acesso ao mesmo material. Já que nem todos tem acesso a uma História em Quadrinho impressa?

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    1. Olá, Maycon.
      Levar as HQs para sala de aula pode contribuir com a ideia de que o conhecimento pode vir de diferentes formatos, não apenas do livro didático.
      Quanto ao acesso, já tivemos duas experiências: 1) utilizamos as HQs distribuídas pela secretaria de educação e 2) desenvolvemos um projeto sobre inclusão e conseguimos recursos para aquisição de revistinhas.

      Atenciosamente,
      Leonardo Paiva.

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