CINEMA
E ENSINO DE HISTÓRIA-O USO DE FILMES EM SALA DE AULA
Em um mundo de
constantes transformações, grande fluxo de informações, e avanços tecnológicos,
o desinteresse pela disciplina de história faz-se presente no cotidiano
escolar. Considerado um grande desafio enfrentado pelos docentes. Muitas vezes,
o livro didático é o único recurso utilizado, para reflexão do conhecimento
histórico. Essa atitude gera apatia nos alunos, acostumados em sua rotina ao uso
constante de tecnologias e estarem inseridos na “era digital.”
Segundo Júnior (2010)
a circulação rápida e em abundância de informação, das tecnologias de
informação, onde se processa a circulação eletrônica do saber, a escola,
geralmente passa a significar um espaço de pouca sedução para os discentes.
Dessa forma, o “desencantamento da escola” traz para seu âmbito, alunos
desmotivados.
Diante desse cenário, com
amplas produções imagéticas e sua proliferação, seja por meio da mídia e outros
meios eletrônicos, a qual os alunos estão inseridos cotidianamente, o cinema
pode ser pensado como recurso didático nas aulas de história. Uma metodologia
atrativa, que em complemento com os livros didáticos, tornam o apreender muito
mais dinâmico, atraente e chamativo, conduzindo ao interesse pelo aprendizado.
Segundo Prestes, “o
cinema, como movimento das imagens, transforma sombras em realidade, o reflexo
do real em idéias, sentimentos, emoções, razão e explosões em arte”.(PRESTES,
2004, p.20). Desse modo, o cinema possibilita aqueles que o assistem uma
representação da realidade social da época em que vivem ou até mesmo de épocas
passadas.
Diante dessas
perspectivas seu uso pode ser utilizado pelos docentes a fim de dinamizar suas
aulas e também um recurso a mais para elaboração de discussões e reflexão sobre
determinados temas. Os professores que utilizarem tal metodologia de ensino,
devem estar atentos e ter em mente que “os filmes nunca revelaram a totalidade
dos processos históricos, e sim, que este deve ser entendido como uma
representação da realidade social.” (KORNIS,
1992, p.240). Dessa forma, “a imagem não ilustra nem reproduz a
realidade, ela a reconstrói a partir de uma linguagem própria, cabendo ao
professor aprender a ler, interpretar e compreender essas imagens.” (KORNIS, 1992, p.240).
Ainda em relação a
significado das imagens Nóvoa aponta:
“Toda imagem é
histórica, na medida em que ela é produto de seu tempo e carrega consigo, mesmo
que de forma indireta, subreptícia e muitas vezes inconsciente para quem a
produziu, as ideologias, as mentalidades, os costumes, os rituais e os
universos simbólicos do período em que foi produzido. (NÓVOA, 1998, p. 10).
Marc Ferro (1989), ao
trabalhar com cinema, alude que a imagem não é apenas uma ilustração, mas um
objeto ou produto com variados significados próprio de um tempo, a partir de um
contexto social em que se surge. E com
isso entende-se que por meio de filmes possamos compreender determinados
processos históricos.
Segundo Schmidt:
“Assim como a
fotografia (imagem imóvel), o cinema (imagem móvel) é uma linguagem
contemporânea que exige cuidados especiais no seu uso na sala de aula. Alguns
aspectos precisam ser mencionados como: a necessidade do conhecimento da
historiografia do cinema; estudos sobre a presença da história no cinema; da
presença do historiador no cinema; a questão dos documentários históricos e a
construção da memória (ou da memória em ruínas); o cinema e a formação da
consciência história e, finalmente, os aspectos que envolvem a especificidade
do uso do filme no ensino de História. (SCHMIDT, 2005, p.225).
Diante dos cuidados mencionados, o filme pode contribuir
para o processo de ensino-aprendizagem, pela linguagem conhecida e pela
fascinação provocada nos adolescentes. Seu uso pode ser entendido como uma nova
forma de produzir, entender e refletir sobre o saber histórico.
De acordo com Teixeira foi a partir do século XIX que
intensificou-se o desenvolvimento e a expansão de novas linguagens culturais. Com isso,
“A fotografia, o
cinema, a televisão e a informática, por exemplo, trouxeram novos desafios ao
historiador e ao professor de história. Esses profissionais tiveram que, além
de compreender a natureza das novas linguagens, incorporá-las, percebendo-as
como fonte para o estudo e a reconstrução do passado.” (TEIXEIRA, 2008, p. 94).
Nos dias atuais onde o
processo informativo possui uma velocidade impressionante através das várias
mídias disponíveis, os professores precisam adaptar-se à essa realidade com
novas metodologias de ensino. Pelo fato do cinema estar presente no cotidiano
dos alunos acredita-se, que o mesmo é um suporte fundamental na mediação do
ensino e da aprendizagem, evidenciado os cuidados metodológicos em sua utilização.
A utilização do cinema
como recurso didático no processo de ensino/aprendizagem, no ensino de história,
requer que tenhamos bastante atenção naquilo que quer se passar aos alunos,
“Pois é preciso
entender que o filme não é reconstituição do passado ou ressurreição da
realidade, mas sim, uma representação da mesma, onde o autor que produz um
determinado filme faz um recorte da realidade de acordo com suas visões de
mundo de um determinado processo histórico.” (KORNIS, 1992, p.258).
De acordo com as
imagens que o cinema produz, portanto, podem ser “utilizadas como recursos a um
dado estudo sobre questões históricas, desde que possa fomentar discussões, a
partir do ponto de vista histórico e social.” (PRESTES, 2004, p.37).
Como já abordado o
filme não deve ser encarado como realidade, mas como representação do real, de
acordo com a visão de mundo de quem o produz. Os docentes precisam estar
atentos de como fazer uso desse importante e chamativo recurso didático.
Bittencourt nos
orienta sobre três aspectos fundamentais na análise dos filmes:
“a) Os elementos que
compõem o conteúdo, como roteiro, direção, fotografia, música e atuação dos
atores; b) o contexto social e político de produção, incluindo censura e a
própria indústria do cinema; c) a recepção do filme e a recepção da audiência
considerando a influência da crítica e a reação do público segundo idade, sexo,
classe e universo de preocupações. (BITTENCOURT, 2004, p. 23).
O professor deve ser
mediador do conhecimento, dialogando com a temática abordada. Segundo Severo
“nenhuma imagem fala por si só. Para que ela seja útil na aprendizagem, é
essencial a intervenção do professor.” (SEVERO, 2004 p. 68). Somente a transmissão do filme, aos alunos, não
terá proveito algum.
Na perspectiva de
Rosentone,
“Sempre que houver necessidade da intervenção
no filme, ela deve ocorrer, pois às vezes um comentário realizado no momento da
exibição será melhor compreendido pelos alunos, fazendo com que o filme em si
se torne parte a aula e não apenas um assistir por assistir, e também se
necessário trazer os alunos que demonstram um desinteresse para a retomarem a
atenção ao filme.” (ROSETONE, 2012, p.14).
Como sabe-se a
tecnologia ficou mais acessível e a possibilidade de levar o cinema para sala
de aula é real e motivadora. Atualmente todas as escolas possuem televisões,
algumas retroprojetores, o que facilita a utilização desse recurso. Segundo Woiski,
ao estudar sobre a possibilidade de utilização do cinema no ensino, “toda sala
de aula tem que ter uma tela branca para projeção.” (WOISKI, 1952, p.38).
O cinema deve ser
tratado como documento histórico e não ser utilizado como uma ilustração de um
assunto abordado. O aluno deve saber que se trata de um documento histórico e
como documento histórico deve ser analisado. O docente deve ter em mente que o
filme foi feito por alguém, com alguma intenção ou mesmo para divulgar alguma
ideologia.
Em hipótese alguma o
filme pode suprir a explicação e nem o estudo histórico sobre determinado
assunto. O docente deve explicar o processo de construção, produção do filme e
sua intenção. Esse recurso deve ser instrumento para gerar discussão em sala de
aula, levando a reflexão e a produção do raciocínio histórico crítico nos
alunos.
Segundo Napotitano:
“Ao fazer uso de
filmes o professor necessita planejar a escolha do filme e principalmente qual
será o propósito em passá-lo, deixando claro para os alunos como acontecerá a
atividade. Ao fazer uso do filme como conteúdo de ensino, o professor deverá
fazer um planejamento prévio, através do qual terá clareza quanto aos objetivos
a serem alcançados e sua relação entre os conteúdos trabalhados em sala de
aula, que impedirão a passividade do aluno frente a ele, e cujas técnicas e
didáticas adotadas devem ativar a classe.” Portanto, interromper a projeção nos
pontos necessários, voltar o filme, repetir algumas cenas, são meios que os
professores devem aproveitar, para desenvolver no aluno a capacidade de
observação e criticidade, descoberta das relações entre os fenômenos
apresentados através das imagens, as quais reforçarão pontos importantes,
ampliando, assim, as informações trazidas pelo recurso audiovisual.”
(NAPOLITANO, 2006, p. 28).
No entanto, o professor
de história que fazer uso do cinema deverá passar por um processo de reeducação
do olhar, onde esta nova forma de ver possibilita ler as imagens não como uma
forma de ilustração, e nem tão pouco como reconstrução ou ressurreição do
passado, mas sim como uma forma de representação social, ou seja, buscando
compreender que as imagens produzidas não são o real em si, mas sim uma
construção do real elaborado de acordo com as relações ideológicas de quem
produz tais imagens.
Refletindo sobre as possibilidades
abordadas do uso do cinema nas aulas de história, deve-se levar em conta o
filme, sua representação, seu valor como documento e também como produto
cultural reconhecidamente importante para os jovens que estabelecem no ensino
médio estudos mais aprofundados de história. Frequentemente, os alunos
reconhecem no cinema traços do seu cotidiano e da sua cultura.
A utilização de filmes
como recurso pedagógico ou ferramenta didática pode contribuir para que os
professores de história ampliem suas práticas educacionais, incorporando-as aos
processos de construção do conhecimento histórico. Propõe-se que não apenas a
escrita, mas o visual faz com que o aluno sinta-se mais interessado em
aprender.
Referências Bibliográficas
Angélica Stachuk,
mestre pelo Programa de Pós-Graduação em História-UNICENTRO.
ABUD,
KATIA MARIA. A construção de uma didática da história: algumas ideias sobre a
utilização de filmes no ensino. São Paulo, 2003.
BITTENCOURT, Circe
Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez,
2004.
FERRO, Marc. A
história vigiada. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
KARNAL, Leandro.
História Moderna e a sala de aula. In: IBDEM. História na sala de aula. 2 ed.
São Paulo: Contexto, 2003.
KORNIS, Mônica
Almeida. História e cinema: um debate metodológico. Estudos Históricos, Rio de
Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992.
NAPOLITANO, Marcos.
Como usar o cinema em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006.
NOVÓA, Jorge. Apologia
da relação cinema-história. In: O Olho da História: revista de história
contemporânea. Salvador, v.1, n. 1. 1998.
ROSENSTONE, Robert.
História em imagens, história em palavras: reflexões sobre as possibilidades de
plasmar a história em imagens. In: O Olho da História: revista de história
contemporânea. Salvador, v.1, n. 5. 1998,
SEVERO, Gerson Egas.
Com Lumière em sala de aula: uma contribuição. Erechim: Edifapes, 2004.
SCHMIDT, Maria
Auxiliadora. Lendo imagens criticamente: uma alternativa metodológica para a
formação do professor de História. História & ensino: Revista do
Laboratório de Ensino de História. Vol. 4. Londrina: UEL, 1998.
TEIXEIRA, Inês
Assunção de Castro. A escola vai ao cinema. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica,
2008.
PRESTES, Lucilia
Dutra. A Amazônia no cinema. Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura
plena em História do Centro universitário do Norte-UNINORTE/LAURETE. Manaus,
2004.
WOISKI, Albano. A
cinematografia pedagógica: sua importância e necessidade na didática
contemporânea. Tese de concurso de docência livre. Curitiba: UFPR. 1952.
Interessante abordagem, Angelica. De fato, o cinema nos possibilita a percepção, até certo ponto, de elementos exógenos ao próprio filme, na apreensão de significados que o rodeiam. Contudo, em um ensaio chamado Jalons historiographiques et perspectives critiques (1981), o teórico suíco François Garçon nos aponta a impossibilidade de mesmo o historiador perceber de maneira total e abrangente os elementos que se apresentam por meio do filme por meio da semiologia, vide que, da mesma forma que o filme é construído por meio de símbolos e ideologias de uma época, como você mesma apresentou, o próprio historiador também possui particularidades em seu olhar que o levam a orientar-se em uma determinada perspectiva, ao defrontar-se com o objeto fílmico. Dito isto, como seria possível solucionar este paradigma, a fim de melhor elucidar para os alunos alguma questão ligada à História, levando em conta os próprios limites do historiador frente ao objeto de análise em questão (no caso, os filmes)?
ResponderExcluirFelipe Monteiro Pereira de Araújo
Você acha que se o professor/a tivesse um meio tecnológico de editar seu filme, o mesmo seria melhor aproveitado?
ResponderExcluirDavid Silva Dias
Em seu texto você afirma que O aluno deve saber que o filme é um documento histórico e como tal precisa ser analisado. Como conduzir o aluno nessa análise crítica?
ResponderExcluirObrigada
Marcela Adriana Grandi
Muito bem explicado o artigo. De fato o filme é uma metodologia de ensino muito importante, mas o professor tem que em primeiro lugar pensar no objetivo que aquele filme vai trazer para a aula e adaptar a realidade do aluno. Como será que deve ser desenvolvido uma aula com filmes contemporâneos?
ResponderExcluirAndreza Cardoso de Moura (andrezacardoso958@gmail.com)
Podemos perceber que o mundo contemporâneo está em constante transformação tecnológica. Nós que estamos em sala de aula temos grande dificuldade de "prender" o nosso aluno aos fatos e fontes históricas, já que essas tecnologias chamam mais atenção da juventude. Consegui através dos filmes e séries estreitar as relações com meus alunos, já que na hora das minhas exposições sempre faço indicações de filmes, mas tenho grande dificuldade na utilização do tempo para passar filmes, pois o currículo de história não é condizente com a quantidade de aulas, no caso, 1 hora e meia por semana. Poderíamos então pensar em uma revisão a respeito do aumento da carga-horária do ensino de história ou terei eu que optar sempre em "passar" um filme( me inserir na "Era digital") ou que meus alunos fiquem sem conhecer O Segundo Reinado, por exemplo?
ResponderExcluirSuellen Gerlane da Silva
Considerando que nem todas as escolas, possui recursos áudio visuais, como podemos superar o desinteresse pelos alunos em relação a disciplina de história? Obrigada.
ResponderExcluirGeovana Peloi Mantoani
Ao adentrarmos em sala de aula, percebemos que para os alunos é muito difícil identificar fontes históricas. Para eles um pergaminho é uma fonte, no entanto uma lenda passada de forma oral de geração para geração, deixa de ser. Antes de trazer o filme para a sala de aula, qual a melhor maneira de discutir fontes históricas, principalmente no Ensino Fundamental? Obrigada.
ResponderExcluirGeovana Peloi Mantoani
BOA NOITE,
ResponderExcluirDE QUE FORMA OS FILMES PODEM SER MELHOR UTILIZADOS PELO PROFESSOR PARA FACILITAR A COMPREENSÃO DOS CONCEITOS HISTÓRICOS DE REPRESENTAÇÃO E ANACRONISMO EM SALA DE AULA?
Boa noite. Como fazer o aluno entender que o cinema vai além do entretenimento? Como fazer com que o aluno desenvolva a consciência histórica por meio de filmes?
ResponderExcluirCleni Lopes da Silva
Olá. Gostei do seu texto. Traz elementos pertinentes q quem deseja trabalhar com filme como fonte, objeto ... e trago particularmente o trecho q coloca, "No entanto, o professor de história que fazer uso do cinema deverá passar por um processo de reeducação do olhar, onde esta nova forma de ver possibilita ler as imagens não como uma forma de ilustração, e nem tão pouco como reconstrução ou ressurreição do passado, mas sim como uma forma de representação social, ou seja, buscando compreender que as imagens produzidas não são o real em si, mas sim uma construção do real elaborado de acordo com as relações ideológicas de quem produz tais imagens." Aí q penso q a coisa fica complicada... tenho coordenado proj de extensão com filme e nos 3 anos de andamento dos trabalhos percebo o quanto os filmes são vistos apenas como ilustração. Essa educação pela imagem me parece vem com os filmes, porém é lenta. E parece q não apenas com os filmes.. tenho nesse momento utilizado outras linguagens como HQs. Não sei se complico mais ainda, mas... obrigada.
ResponderExcluirO artigo faz um levantamento bibliográfico muito interessante, trazendo elementos para quem trabalha com Ensino de História e Cinema. Parabenizo a comunicadora pela clareza na organização da bibliografia e os questionamentos mais do que pertinentes para o uso do cinema em sala de aula.
ResponderExcluirMinha questão vai no sentido levantado pelo pensador alemão Walter Benjamin, quando no seu trabalho sobre a “A obra de Arte na Era da reprodutibilidade técnica” e em outros ensaios. Benjamin chama a atenção para “percepção tátil”, que em seu artigo pode ser relacionada com a capacidade trazida “pela linguagem conhecida e pela fascinação provocada nos adolescentes”. Isto é, seria uma das dimensões a ser trabalhada na sala de aula essa “fascinação” que o audiovisual provoca no espectador? Como trabalhar a questão do poético dentro do processo de Ensino-aprendizado para além de uma “consciência histórica” como algo mecanizada? Ou com interrupções sistemáticas do filme? O procedimento didático deve se sobrepor à fruição estética? Ou é possível conciliar as duas dimensões no uso do cinema em sala de aula?
Rubens Baldini Neto (ProfHistória-UNICAMP)
Bom dia, excelente sua abordagem, sou professor de Geografia e tenho buscado incorporar o uso de filmes e fotos na minha prática pedagogica. Gostaria de saber quais sugestões podem ser utilizadas como instrumentos de verificação da aprendizagem? Adilson Marcos de Matos Ferrarese.
ResponderExcluir
ResponderExcluirAngelica Stachuk, parabéns! Acredito que a interação entre mídias e teoria é essencial no aprendizado histórico. A minha pergunta é a seguinte; o que você faz para mediar o recurso do filme em sua dimensão fictícia com o ensino de História? Qual o principal recurso que você utiliza para trabalhar junto do filme, isso pelo fato de que só assistir o filme somente pode não ser o ideal, mas somado ao filme qual o recurso que você mais usa e julga essencial para o processo de aprendizagem?
Parabéns pelo ótimo trabalho. O uso do cinema é um ótimo instrumento de ensino para tornar as aulas de história atrativas e dinamizadas.
ResponderExcluirContudo, gostaria de saber como que o filme pode contribuir na formação cidadã do aluno?
"O cinema deve ser tratado como documento histórico e não ser utilizado como uma ilustração de um assunto abordado. O aluno deve saber que se trata de um documento histórico e como documento histórico deve ser analisado. O docente deve ter em mente que o filme foi feito por alguém, com alguma intenção ou mesmo para divulgar alguma ideologia.
ResponderExcluirEm hipótese alguma o filme pode suprir a explicação e nem o estudo histórico sobre determinado assunto. O docente deve explicar o processo de construção, produção do filme e sua intenção. Esse recurso deve ser instrumento para gerar discussão em sala de aula, levando a reflexão e a produção do raciocínio histórico crítico nos alunos."
Em geral os filmes costumam modificar passagens relevantes dos acontecimentos em busca de carga dramático, ou mesmo, por razões comercias ou ideológicas. No entanto, normalmente essas modificações não são explicitadas dando a entender que a história aconteceu exatamente daquela forma - como no filme "O Gladiador" -, o professor, teria, então, que mostrar aos alunos cada ponto em que o filme "modificou" a história?
Alexandre Black de Albuquerque
Excelente discussão Angelica, como também pesquisador de cinema gostaria de fazer as seguintes perguntas:
ResponderExcluir1- Considerando o mergulho na modernidade liquida em que estamos inseridos e o aumento de um desinteresse cada vez mais nas atividades escolares por parte da sociedade e dos alunos, você acredita que é possível que o futuro da aula de história se concentre nas fontes mídias, como o cinema?
2 - Considerando ainda o uso do cinema dentro da sala e o trabalho arduo de demonstrar que o filme é uma narrativa produzida intencionalmente e acaba se tornando um lugar de memória referencia em um determinado assunto, você acha que a realidade brasileira torna inviavel o uso de filmes na realidade escolar de base(considerando os fatores desde o tempo até o curriculo da disciplina)?
Douglas Tacone Pastrello
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ResponderExcluirBoa tarde, interessante temática abordada. Gostaria de saber como fazer para motivar os alunos a se interessarem por determinado assunto em História abordando filme, ou seja como demostrar a capacidade de ensino que os filmes possuem aos alunos?
ResponderExcluirKelly Marinho Vieira Mesquita
Durante o processo de graduação em Licenciatura Plena em História, na disciplina Estágio Supervisionado, fizemos e aplicamos o projeto de intervenção em uma escola da rede pública, projeto foi "Cine História e Debate". Concluímos - logo após os resultados satisfatórios da intervenção - que se faz necessário novos métodos de se ensinar a disciplina História diante das mudanças e demandas da sociedade, também percebemos que a sala da escola está relativamente bem equipada para ser usada em aulas atrativas e informativas, mas quase não são usadas pelos professores, o que nos fez pensa entre outras coisas no desinteresse dos professores e na falta de habilidades para utilizar os recursos tecnológicos em suas aulas. Como estimular o docente a entender que se faz necessário diante das demandas sociais que ele também invista em aprender novos métodos para que possa acompanhar o processo de ensino/aprendizado de seu tempo?
ResponderExcluirGRATO...
CLÁUDIO COSTA SOARES
Boa tarde. Parabéns pelo excelente trabalho.
ResponderExcluirSem dúvida, o filme como produto do seu tempo, nos informa muito sobre a sensibilidade de uma época, mais até do que o tempo histórico nele retratado cinematograficamente. Ou seja, nós aprendemos mais sobre o momento em que o filme foi produzido do que sobre a época apresentada no filme. Diante dessa assertiva, como o professor de História pode trabalhar com essa mensagem implícita do filme nas aulas de História? E como seria possível o professor trabalhar com filmes nas aulas de História, levando em consideração o tempo das aulas e o tempo dos filmes?
Raimundo Nonato Santos de Sousa
ResponderExcluirTrabalhar no ensino de história com mídias ou outras ferramentas é essencial, até para desvincularmos de um ensino tradicional e repetitivo. Na sua opinião, quais os cuidados os professores devem adotar para o trabalho com documentários/filmes em sala de aula?
Túlio Henrique Pinheiro
Olá, Angelica. Apreciei seu trabalho e anotei algumas referências que desconhecia. Realmente, as mídias televisivas e cinematográficas ainda encontram um espaço privilegiado, despertando atenção. Achei que pontuou bem a questão do porque projetar os filmes. Os alunos de hoje, conforme disse, com acesso a muita informação estão bem antenados. A opção do filme deve mostrar ao que veio. Pergunto sobre a questão da técnica de edição. Muitos dos problemas enfrentado pelos professores, conforme é sabido, gira em torno da duração dos filmes, que via de regra ultrapassam o limite do tempo de aula. Teria alguma indicação sobre tutoriais de edição? Desde já, obrigado.
ResponderExcluirOlá Angélica ,
ResponderExcluirParabéns ! texto enriquecedor quanto as práticas sugeridas em relação ao uso do cinema em sala de aula . Você dialoga com autores clássicos em detrimento do debate do cinema como fonte documental. Sou professor de história e também pós graduando em história ,sociedade e cultura . Uma dúvida que me pairou na trajetória de suas reflexões , se relaciona a ideia quando você cita a Maria Auxiliadora Schmidt ao expor cuidados com a tratativa das linguagens contemporâneas e uns dos aspectos citados se dirigem a " construção da memória ( ou da memória em ruínas ) .Poderia nos esclarecer o que você entende ou oque viria a ser essa " memória em ruínas " ? Desde já agradeço pela sua atenção . Abraço .Mauro Sergio Magalhães - São Paulo - SP
Boa tarde Angelica, parabéns pelo texto!
ResponderExcluirO cinema tem um poder de persuasão e sedução muito grande, logo, como você disse, é necessário estudar o meio social do criador do filme, suas influencias e intencionalidades. Então, como estimular o pensamento crítico nos alunos e o gosto pelas produções audiovisuais? E como superar os impasses infraestruturais das escolas, com a falta de televisores e projetores por exemplo?
Fernando Raiol Mareco
Boa tarde.
ResponderExcluirParabéns pelo artigo. Realmente, é cada vez mais difícil prender a atenção dos alunos, a tecnologia é um "rival" daqueles, o melhor é trabalhar com ela. Quanto a metodologia abordada em sala de aula: Como conduzir esse assistir com um tempo de aula tão curto?
Bruna Dantas da Silva
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho desenvolvido, ele nos instiga a aceitar o desafio de apresentar esses filmes em sala de aula como recurso pedagógico.
Pergunta:
Ao afirmar: No entanto, o professor de história que fazer uso do cinema deverá passar por um processo de reeducação do olhar, onde esta nova forma de ver possibilita ler as imagens não como uma forma de ilustração, e nem tão pouco como reconstrução ou ressurreição do passado, mas sim como uma forma de representação social, ou seja, buscando compreender que as imagens produzidas não são o real em si, mas sim uma construção do real elaborado de acordo com as relações ideológicas de quem produz tais imagens.
Como poderíamos, como professores de História reeducar o olhar? Aproximar as disciplinas de Arte, Sociologia e Filosofia não seria uma estratégia para problematizar o filme como obra de arte, produto e realidade? Como constituir um diálogo interdisciplinar?
Obrigada. Um abraço, Vanessa Maria Rodrigues Viacava
Boa tarde.
ResponderExcluirO cinema é uma ótima ferramenta pedagógica para trabalhar com o ensino de história e em 1998 passou a integrar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s).Porém como sabemos, um filme sempre é feito através da perspectiva do(s)
diretor (es), que pode ou não se ter a preocupação em ser fiel quanto a
representação histórica. Além disso, muitas das vezes o filme é usado como forma de "entretenimento e diversão" e de acordo com Duarte (2002:“[...] a maioria de nós, professores, faz uso dos filmes apenas como recurso
didático de segunda ordem, ou seja, para “ilustrar”, de forma lúdica e
atraente, o saber que acreditamos estar contido em fontes mais confiáveis.
(p.87).” Baseado nisso, gostaria de saber se essa reeducação do olhar não implicaria em um "desequilíbrio" do que pretendo ser mostrado aos alunos e do que realmente é absorvido pelos mesmos, levando em consideração que a bagagem de ensino história do docente é mais profunda e analítica que do aluno enquanto ainda estudante de tal tema abordado.
Hugo Henrique Silva.
Boa tarde Angelica, belíssimo texto. No início você aponta que o mundo esta cheio de transformacao constante ligado na tecnologia é isso acaba atentando o aprendizagem dos discentes. Realmente no mundo que vivemos hoje o aparelho celular tira muita à atenção das pessoas em geral. De acordo com este ponto de vista você coloca que os filmes ajudariam esses alunos a sairem da rotina é até mesmo ampliando o conhecimento de um outro modo de ver a disciplina, isso é bastante relevente. Porém só passar o filme em aula, e nao aplicar um didática. Como você aplicaria sua didática em cima do uso dos filmes em sala de aula?
ResponderExcluirDesde de já agradeço, parabéns pelo o artigo.
Nome: Angra Rocha da Silva
Boa noite, Angélica.
ResponderExcluirÉ de total importância a adição de novos métodos que se tornem educativos para que os alunos possam se sentir incentivados. Através da exibição de filmes, e a condução de debates, a fixação do assunto ela se torna muito melhor.
Porém, hoje se encara um caos a respeito do ensino de história. A diminuição da carga horaria de aulas de história foi reduzida, fora as situações em que as aulas são quebradas (sejam por intervalos, ou por aulas de outras matérias). Como exibir o filme, ter tempo para voltar e discutir dentro do próprio filme, e depois da exibição, debatê-lo quando se tem o tempo tão restrito?
Cássio Felipe Azevedo de Figueiredo
Boa noite, Angelica Stachuk. Parabéns pelo seu trabalho.
ResponderExcluirComo você optaria por trabalhar um filme na sala de aula? Na graduação os professores questionam muito quando você resolve passar um filme inteiro e sempre indicam passar apenas trechos. Você acha que isso compromete a aprendizagem?
Atenciosamente
Gabriel José Brandão de Souza
Olá. Parabéns pelo seu texto!
ResponderExcluirO uso do cinema em sala de aula é muito importante, além de enriquecer o conteúdo. Como professora você acredita que é fundamental que o professor antes de passar um filme para os alunos trabalhe com eles a ficha técnica, como ele foi produzido, em que contexto está inserido etc.??
Até porque muitas vezes vemos alguns professores utilizando filmes só para passar tempo e que não condizem com o conteudo que os alunos estão trabalhando.
É preciso que o professor saiba explorar mais esse rico material em sala de aula, não só passar um filme por passar.
Precisamos de mais artigos como o seu, que mostrem o poder do ensino através do cinema em sala de aula.
Morgana Lourenço Rosa
ExcluirApesar das recorrentes dificuldades na qual grande parte dos professores enfrentam com recursos tecnológicos, seja por sua falta, seja por uma precária formação do próprio professor, acredito que trabalhos como o seu sejam de grande valia para instigar uma geração de professores que necessitam se atentar cada vez aos recursos discursivos do audiovisual. Considerando todas as propostas citadas no presente artigo, permita-me acrescentar uma questão metodológica que poderia possivelmente enriquecer ainda mais a utilização do cinema em sala de aula, a saber: o método comparativo. Quando o historiador Robert Darton escreve em sua obra "O beijo de Lamourette: mídia, cultura e revolução"(2010), sobre o filme "Danton: o processo da revolução", ressalta a multiplicidade interpretativa do filme, dependendo da região na qual o filme era discutido ou do posicionamento político de cada um. De modo que o filme ganhava mais de um sentido, ultrapassando inclusive muitas vezes, o sentido no qual o diretor do filme tentara alcançar. Através deste exemplo, acredito ser oportuno ao professor de história, traçar uma discussão acerca da construção de diferentes significados de filmes - principalmente aqueles que despertam polêmicas- em diferentes contextos. Isto, ao meu ver, além de despertar uma visão mais ampla do aluno acerca das possibilidades discursivas do audiovisual, provocaria também, uma melhor percepção da importância do contexto histórico diante da interpretação de uma obra cinematográfica. Pretendendo entrar na discussão sobre o uso do cinema em sala de aula e com perspectiva de enriquecer o debate, espero ter contribuído de algum modo. Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirGutierres Samon Teixeira dos Santos
Boa noite, ótimo texto! Gostaria de saber quais critérios e caminhos devo seguir na hora de selecionar um filme para trabalhar em sala de aula sem fugir muito do "sistema de ensino" ?
ResponderExcluirGabrielly Godoi Soares
Os filmes sempre são bem vindos em sala de aula, mas devemos lembrar que muitas vezes eles são "enfeitados" e que o professor precisa saber identificar os aspectos importantes para que o aluno correlacione o tema a ser trabalhado de forma correta. Como conduzir o aluno para que ele desenvolva um olhar critico sobre o filme, visando principalmente sua interpretação, sob o olhar do conteúdo que está sendo trabalhado?
ResponderExcluirPatrícia Zaluski
Boa noite, Angélica. Primeiramente parabéns pelo rico artigo. Sou estudante de licenciatura em história e me interesso bastante pelo ensino direcionado aos alunos, sendo transmitido através de métodos didáticos de ensino. Utilizar diferentes meios de transmissão de conhecimento, como no caso o filme, é imprescindível. Nesse sentido, gostaria de saber qual sua opinião à respeito das importantes comunicações que poderiam ser feitas entre o cinema e profissionais de história, visto que a produção de filme com temáticas históricas não são totalmente verídicas.
ResponderExcluirAtenciosamente,
Juliane Carla Guedes Lima da Silva
Boa noite.
ResponderExcluirsua explanação é excelente, e as práticas sugeridas, sobretudo, o uso do cinema em sala de aula é enriquecedor, penso que esse é o caminho que nós devemos trilhar, de estarmos sempre inovando no espaço escolar, não ficarmos 'refém' ao uso exclusivo dos livros didáticos. Penso que antes de uma exibição de um filme, deve haver uma síntese sobre a importância do uso do filme e de imagens durantes as aulas, e com este se constitui em uma fonte historiográfica e um método inovador. Enfim, como devemos fazer a ponte entre o filme histórico, o conhecimento historiográfico e a realidade local do alunado? Como trabalhar o uso do cinema em uma sala onde os alunos são dispersos e não veem mais a educação/ensino como algo primordial?
Att: Cássio Júnio Ferreira da Silva
Muito válida a discussão, parabéns!
ResponderExcluirMinha pergunta é em a relação ao uso de outros recursos didáticos em sala de aula, como por exemplo, os jogos de vídeo game e desenhos animados com o contexto histórico, qual sua opinião?
Atenciosamente,
Rejane Ferreira dos Santos
Quando eu era aluno da educação básica os professores passavam filmes, na maioria dos casos, apenas por se relacionar com os assuntos tratados, porém não existia uma preocupação em discutir o que foi visto nele (as vezes nem com o classificação) ou não sobrava tempo para isto. Essa readequação do professor em sala, logicamente, vai muito mais que apenas essa questão da discussão, porém, como fazer para que o material passado seja mais abrangente? (No caso, que esse filme possa ser fácil compreendido não apenas pela classificação, mas também para ser mais famíliar com a realidade do aluno)
ResponderExcluirCecilio Borges Rosa Junior
Olá, parabéns pelo trabalho. Acredito que seja de suma importância a educação caminhar ao lado dos avanços tecnológicos para que haja uma melhor compreensão da didática, e nada melhor que utilizar o recurso do cinema, como já exposto. Mas e quando o filme expõe uma nova narrativa? Como por exemplo, Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino. De que forma o professor pode intervir, e o quanto essa releitura de um acontecimento pode ajudar na assimilação do conteúdo?
ResponderExcluirWilliam Emanuel de Araújo Gomes
Olá Angélica, tudo bem? Sempre me causou angústia passar o filme inteiro ou só partes; cortar as parte picantes ou não, lutar pra que o filme seja entendido como atividade e não diversão, enfim, Há critérios para passar um filme que seja mais importantes? Grato
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