LETRAMENTO
DIGITAL: USO DO YOUTUBE PARA ALÉM DA SALA DE AULA
O
texto aborda o letramento digital, a partir da utilização da mídia social
YouTube como um meio de estender o conhecimento para além da sala de aula. Para
isto, foi realizado um estudo de caso com os alunos do 6º ano da Escola Caminho
Feliz, na cidade de Pires do Rio, Goiás, este, pautado no uso de questionário.
Como fundamentação teórica, utilizou-se Gonnet (2004), Gomes Júnior e Gonçalves
(2016), Buckingham (2003), Burgess e Green (2009), Soares
(2003), Oliveira (2015), Castells (1999), entre outros relevantes. Os
resultados alcançados foram satisfatórios, visto que as respostas dos alunos
foram positivas quanto ao uso do YouTube para ajudar na aprendizagem,
demonstrando a eficácia e a importância da utilização dessa mídia pelos
educadores.
Introdução
As
mídias, segundo Jacques Gonnet (2004) são definidas como o equipamento técnico
que permite aos homens comunicar a expressão de seu pensamento quaisquer que
sejam a forma e a finalidade desta expressão, e podem ser divididas em três
categorias: mídias tradicionais, mídias emergentes e/ou alternativas e mídias
sociais. Sua heterogeneidade surgiu com a chamada Web 2.0, termo criado em 2004
que,
“Descreve
uma nova maneira pela qual os desenvolvedores de software e usuários finais
começaram a usar a World Wide Web como uma plataforma onde os conteúdos e
aplicações não são mais criados e publicados apenas por certos indivíduos, mas
são continuamente modificados por todos os usuários de forma participativa e
colaborativa (KAPLAN; HAENLEIN, 2010 apud ROSA; POELLHUBER, 2014, p. 252,
tradução)”.
Com
a Web 2.0, as mídias sociais tiveram grande amplitude e passaram a ser usadas
para conhecer pessoas, compartilhar vídeos, fotos, fazer comentários, enfim,
uma gama de recursos que conectam as pessoas. Em se tratando desta gama de
recursos, têm-se as chamadas Tecnologias Educativas (TE) que, segundo Carlos
Gomes Junior e Anderson Gonçalves (2016), envolvem um conjunto de conhecimentos
que podem ser utilizados na educação, e entre elas estão as Tecnologia de
Informação e Comunicação (TICs) como, por exemplo, “o e-mail, as redes sociais,
armazenamento e compartilhamento em nuvem [...] que tem a capacidade de
transpor as barreiras geográficas e conectar alunos e professores fora da sala
de aula” (GOMES JUNIOR; GONÇALVES, 2016, p. 106).
Neste
texto aborda-se a mídia social YouTube, visando responder à problemática de que
se é possível utilizá-la para estender o conhecimento para além da sala de
aula, tendo em vista as dificuldades apresentadas pelos alunos do 6º ano da
Escola Caminho Feliz, da cidade de Pires do Rio (GO). A escolha tanto do tema
quanto do local a ser feito o estudo, justifica-se pela experiência como
professora de História na referida escola, e por ter notado que alguns alunos
possuem dificuldades de concentração e de absorção dos conteúdos trabalhados
nas aulas, gerando, assim, contratempos ao realizar os trabalhos propostos.
Além disso, justifica-se, pela importância de se trabalhar com tecnologias
digitais, o que é uma das competências gerais da Base Comum Curricular Nacional
(BNCC).
A
professora de História mencionada usa o YouTube para publicar vídeos produzidos
por ela, com os conteúdos estudados na sala de aula. Devido a isso, a pesquisa
de campo se pautou na aplicação de um questionário a ser respondido pelos
alunos.
Porém,
para pensar em utilizar o YouTube como uma ferramenta para o ensino, é preciso
que a professora tenha conhecimento do recurso que quer utilizar (YouTube),
tendo em vista suas potencialidades. Surge aqui a perceptível importância de a
professora vivenciar as práticas de letramento digital.
Segundo
Magda Soares (2003) letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender a
ler e escrever em diversos contextos formais, informais e para usos
utilitários. Por isso, há um leque diverso de tipos de letramentos, tais como o
letramento digital, o letramento multimídia, o letramento em SMS, o letramento
em jogos, etc., e cada um com características distintas. O letramento digital,
segundo Buckingham (2003, apud BARCELOS et al., 2011, p. 02) refere-se a
conhecimentos, habilidades e competências necessárias para usar e interpretar
mídias. Ou seja, ele se mostra além de uma questão funcional de aprender a usar
o computador ou de fazer pesquisas na Internet. Ele mostra a necessidade de
entender e usar as mídias, o que é importante para o professor prender a
atenção do aluno, e usá-las como ferramenta de ensino, sendo esta a principal
relevância desta pesquisa.
A mídia social YouTube
O
site do YouTube, foi fundado oficialmente em junho de 2005 pelos
ex-funcionários do site de comércio on-line PayPal, Chad Hurley, Steve Chen e
Jawed Karim. A inovação para a época, segundo Burgess e Green (2009, p. 17) era
de ordem tecnológica, pois ele estava entre os vários serviços que tentavam
melhorar o compartilhamento de vídeos na Internet:
“Esse
site disponibilizava uma interface bastante simples e integrada, dentro da qual
o usuário podia fazer o upload,
publicar e assistir vídeos em streaming
sem necessidade de altos níveis de conhecimento técnico e dentro das restrições
tecnológicas dos programas de navegação padrão e da relativamente modesta
largura de banda. (BURGESS; GREEN, 2009, p. 17).”
No
site, uma pessoa podia enviar um vídeo produzido por ela, assistir vídeos em
tempo real, sem ter conhecimentos técnicos para isso, porém, diferente de como
o site está hoje, os vídeos tinham um limite de duração. Segundo Castells
(1999, p. 13), em julho de 2007, o YouTube lançou 18 sites associados, e um
site especialmente para usuários de celular, o que o transformou “no maior meio
de comunicação de massa do mundo” (CASTELLS, 1999, p. 13), ou seja, em uma
mídia de massa.
O
momento de sucesso do YouTube, chegou em outubro de 2006, quando a empresa
Google pagou 1,65 bilhões de dólares por ele. No começo de 2008, já figurava de
maneira consistente entre os dez sites mais visitados do mundo (BURGESS; GREEN,
2009, p. 18) e, em abril do mesmo ano, já hospedava em torno de 85 milhões de
vídeos. Todavia, vale ressaltar que “como empresa de mídia, o YouTube é uma
plataforma e um agregador de conteúdo, embora não seja uma produtora do
conteúdo em si” (BURGESS; GREEN, 2009, p. 21), isto é, os usuários fornecem o
conteúdo que, por usa vez, atrai novos participantes e novas audiências
(BURGESS; GREEN, 2009, p. 21).
O
YouTube brasileiro por exemplo, apresenta uma gama enorme de vídeos com
conteúdo variados: educação, jogos, culinária, filmes, séries, desenhos
animados, beleza, ciência, etc., estes podendo ser amadores ou profissionais. É
interessante destacar o uso dele por professores, como é o caso da professora
citada nesta pesquisa, que produz conteúdo em vídeo e disponibiliza para seus
alunos, uma realidade não só dela, mas de outros professores que também fazem
uso do site como ferramenta de ensino. Ou então, por aqueles que não produzem
conteúdos, mas que utilizam vídeos de outros professores em sala de aula, como
mencionado por Luana Bispo e Kelly Barros (2016), em seu artigo ‘Vídeos do
YouTube como recurso didático para o ensino de História’.
Dentre
conteúdos voltados para o ensino, pode-se mencionar os vídeos com conteúdo
científico produzidos por professores de grandes universidades brasileiras,
como é o caso do paleontólogo Paulo Miranda do Nascimento, conhecido como
Pirula, e do biólogo Atila Iamarino, entre tantos outros.
Percebe-se
assim, a importância de conhecer a história do YouTube, para o que ele serve,
quais suas características principais, que tipos de conteúdo são publicados
nele, para usá-lo como uma TIC, ou seja, agindo conforme prega o letramento
digital, que será abordado no tópico seguinte.
O Letramento Digital
Inúmeras
pesquisas em torno das áreas da educação, letras e linguística, têm se
preocupado em apontar a origem e o conceito do termo letramento. Dentre elas,
destacam-se as pesquisas de Soares (2003), Ana Elisa Ribeiro (2003), Angela
Kleiman (2008), as quais, segundo Carla Moreira (2012, p. 02):
“Procuram
apresentar considerações importantes sobre o letramento, tendo em vista que
estamos vivendo em uma sociedade moderna, em meio a várias tecnologias, por
isso, é necessária uma visão mais ampla desse conceito para que as pessoas
procurem se adaptar a uma nova realidade: a era digital”.
Assim,
não se tem um conceito exato do que é o letramento, pois cada autor faz uma
interpretação diferente. Kleiman (2008) considera-o como uma prática que não
envolve necessariamente as atividades específicas de ler ou escrever, mas um
“conjunto de práticas sociais que usam a escrita enquanto sistema simbólico e
enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos específicos”
(KLEIMAN, 2008 apud MOREIRA, 2012, p. 02). Para Soares (2003 apud MOREIRA,
2012, p. 02), o conceito de letramento “ultrapassa o ato de ler e escrever,
pois o sujeito precisa fazer uso dessas práticas” em diversos contextos
formais, informais e para usos utilitários. Surge assim, vários tipos de
letramento: em rede, multimídia, digital, móvel, em jogos, em informação, entre
outros.
O
letramento digital vai muito mais além do saber ler e escrever ou navegar na
Internet. Ele inclui a capacidade de buscar, localizar, compreender, avaliar e
usar a informação em meio digital, em seus vários formatos, isto é, a
capacidade de interpretar as mídias. E não menos importante, “a capacidade de
compreender e utilizar o computador e softwares” (UNIVESP.
Letramento digital - Aula 28, on-line).
Ser
letrado digitalmente é de suma importância na era digital, especialmente quando
esta se torna uma exigência na educação. O professor precisa conhecer e como já
dito, interpretar as mídias para conseguir passar conhecimento aos seus alunos
de forma que estes se sintam mais interessados em aprender, visto que os
próprios alunos já chegam na escola com várias novidades da era digital. E não
só isso, a BNCC, traz em suas competências gerais, pontos que deixam claro a
necessidade de compreender e saber utilizar as TICs, as mídias sociais e de se utilizar
diferentes linguagens, inclusive a digital:
“1.
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo
físico, social, cultural e digital
para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 4. Utilizar
diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –,
bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva
e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BNCC,
2018, grifo nosso).”
Como
será abordado a seguir, a professora usa seu conhecimento em letramento digital
como um meio de auxiliar suas aulas fora da sala de aula.
Uso do YouTube
Como
forma de auxiliar os alunos do 6º ano da Escola Caminho Feliz, na disciplina de
História, a professora destes produz vídeos para serem publicados na plataforma
do YouTube. Para isto, ela utiliza o computador e um software chamado Camtasia Studio 9, em que é possível
gravar vídeo e som, editar vídeos, capturar a tela do computador
simultaneamente, fazer anotações, entre outras funções.
Ele
é um programa fácil de ser usado, não necessitando de ter experiência com
edições e, até mesmo, os próprios alunos podem fazer seus vídeos se bem
orientados. O uso deste software, no contexto educacional, demonstra que o
conhecimento das ferramentas dele e suas funcionalidades por parte da
professora, são ações que compõem uma prática de letramento digital. Vale
ressaltar que este letramento não está isolado dos demais letramentos. Como
afirma Warschauer (2006, apud BARCELOS et al., 2011, p. 05): “O letramento
digital não está isolado dos letramentos praticados com material impresso, mas
envolvem novas possibilidades, apresentadas na mídia eletrônica.”
Não
é necessário que o professor abandone as outras formas de letramento, mas que
as utilize em conjunto com as demais, para possibilitar novos aprendizados e
conhecimentos. A imagem 1 e 2 mostram a interface do software Camtasia Studio 9, onde é notável que a mesma é
bem intuitiva, apesar de a linguagem ser em inglês.
Imagem
1: Interface do Camtasia Studio 9.
Fonte:
Print- MARCELINO, Priscila, 2018.
Imagem
2: Detalhe.
Tem-se
a possibilidade, como mostram as imagens, de gravar som e vídeo clicando no
ícone “Record”, acrescentar anotações através do “Annotations”, colocar
transições com o “Transitions”, importar um vídeo gravado com o celular, por
exemplo.
Utilizando
o Camtasia Studio 9, a professora então, faz seus vídeos gravando imagem e som.
E capturando a tela do computador, são apresentados slides (feitos por ela) com
os conteúdos estudados em sala. Os vídeos são publicados no canal intitulado
Prih’s Channel, no YouTube. Um exemplo de vídeo publicado no referido canal, é
o das imagens 3, 4 e 5. Na imagem 3, é apresentado o layout inicial do canal
Prih’s Channel. Nas demais imagens, é exposto um trecho do vídeo, intitulado Revisão para a Prova de História - A
Civilização Grega, e o feedback dos alunos, onde eles comentam, curtem e
tiram suas dúvidas.
Imagem
3: Página Inicial do Canal Prih’s Channel.
Fonte:
Print- MARCELINO, Priscila, 2018.
Imagem
4: Trecho do Vídeo.
Fonte:
Print- MARCELINO, Priscila, 2018.
Imagem
5: Feedback dos alunos (comentários).
Fonte: Print- MARCELINO, Priscila, 2018.
Nota-se
com alguns dos comentários e das visualizações, que o vídeo foi assistido não
só pelos alunos do 6º ano da Escola Caminho Feliz, mas também por outras
pessoas que ao pesquisarem sobre o tema, encontraram o vídeo. Assim, é
importante saber as opiniões dos alunos sobre este trabalho realizado pela professora,
o que foi possível através da aplicação do questionário.
Estudo de Caso
O
estudo de caso elaborado para auferir as opiniões dos alunos sobre a
disponibilização dos vídeos se torna notável, pois com base nele pode-se
vislumbrar se esta forma de utilizar uma mídia social para obter conhecimento
para além da sala de aula é possível e eficaz. Para tanto, este estudo foi
realizado através de um questionário contendo nove perguntas. Participaram da
pesquisa nove alunos (respondentes), todos com a idade de doze anos, sendo
estes cinco do sexo feminino e quatro do sexo masculino.
As
perguntas: 1 - Você conhece a plataforma do YouTube? Se sim, quando a conheceu?
2 - Com que frequência você costuma utilizar o YouTube? 3 - Para quais fins
você o utiliza? Cite alguns dos conteúdos ou canais que você acompanha. 4 -
Você gosta do YouTube? Justifique. 5 - Você acredita que o YouTube pode ser um
recurso didático para o professor, dentro e fora da sala de aula? Justifique. 6
- A professora de História de vocês, faz vídeos com revisões e publica no
YouTube. Como vocês avaliam os vídeos produzidos por ela? 7 - Os vídeos
produzidos pela professora de História, ajudam vocês nas provas e nas demais
atividades propostas por ela? Justifique. 8 - Quando assistem aos vídeos
produzidos pela professora de História, vocês conseguem fazer, por exemplo, uma
prova com maior facilidade? 9 - Vocês gostariam que a professora de História,
continuasse a produzir vídeos com os conteúdos das aulas? Justifique.
Por
motivo de espaço, as respostas dos alunos serão abordadas aqui de maneira
geral, mas sem alterar a integridade dos dados. Assim, destaca-se que todos os
alunos responderam que conheciam o YouTube e que tiveram contato com ele entre
os anos de 2011 e 2014, além de acessarem todos os dias. Os canais que eles
mais assistem são de jogos e comédia, salvo os da professora citada e outros
educativos, que segundo eles, são para ajudar nos trabalhos escolares. De
acordo com 100% deles, o YouTube pode sim ser um recurso para o professor, pois
eles gostam e preferem ver vídeos do que ler e ainda afirmam que gostariam que
a professora continuasse com os vídeos, e alguns até deram dicas para que esses
vídeos pudessem melhorar.
Em
vista dos argumentos apresentados, e com os resultados do estudo de caso, é
possível perceber a aceitação pelos vídeos e a contribuição dos mesmos para a
vida escolar dos alunos.
Considerações Finais
Em
virtude da discussão e dos fatos mencionados, ficou evidente que a mídia social
YouTube é um meio de estender o conhecimento dos alunos para além da sala de
aula, incentivando-os a estudarem mais e melhorando o entendimento dos
conteúdos que antes eram disponibilizados pela professora somente durante a
aula e de forma escrita.
Cada
aluno possui uma maneira própria de estudar, de absorver o conhecimento, que às
vezes fica difícil durante as aulas. Mas em sua casa, ele pode estudar no seu
ritmo, o que proporciona melhor aprendizado. Sobre esse aspecto, Oliveira et
al. (2015, p. 80) afirma:
“Dessa
maneira as tecnologias de informação e comunicação operam como molas
propulsoras e recursos dinâmicos de educação, à proporção que quando bem
utilizadas pelos educadores e educandos proporcionam a intensificação e a
melhoria das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula e fora dela. “
O
professor, nesse processo, precisa tomar as mídias e as tecnologias como suas
aliadas, como uma contribuição no processo de ensino-aprendizagem. Talvez sejam
necessárias capacitações e treinamentos, para que esses professores se sintam
seguros na utilização desses recursos, mas é algo que pode ser alcançado. Aliás,
a Base Nacional Comum Curricular propõe como competência que os professores
saibam lidar com as tecnologias, com as mídias, especialmente porque os alunos,
já chegam à escola letrados digitalmente, e o professor precisa acompanhar essa
“novidade”, para não cair na famosa frase “temos escolas do século XIX,
professores do século XX e alunos do século XXI”, dita por Viviane Senna
durante o Seminário, Mulheres Líderes.
Conclui-se
que, é necessário que o professor tenha conhecimento do letramento digital, ou
seja, saiba utilizar as mídias de forma a ajudar os alunos. Isso significa que
o professor deve aprender a ensinar, pois, como Emerson Rolkouski (2011, p.
102) afirma: “O uso da tecnologia está além do ‘fazer melhor’, ‘fazer mais
rápido’, trata-se de um ‘fazer diferente’”.
Referências
Priscila
Nascimento Marcelino: autora. É Especialista em Letramento, Alfabetização e
Inclusão e também graduada em Licenciatura em História, ambas pela Universidade
Estadual de Goiás/Câmpus Pires do Rio.
Nismária
Alves David: orientadora. É Doutora em Letras e Linguística pela Universidade
Federal de Goiás e Pós-Doutora em Estudos Culturais pelo Programa Avançado de
Cultura Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirUtilizo muito este recurso tecnológico para buscar o conhecimento. Acredito e sou convicto mais do que nunca, de que o youtube consiste hoje em uma das ferramentas mais importantes para divulgar uma informação. Admiro Eduardo Bueno e canais como o Brasil Paralelo que se propõem a fazer um trabalho sério e comprometido. A pergunta é: como estimular alunos e principalmente professores a utilizar este recurso para produzir conhecimento uma vez que, percebo diariamente, educadores presos a livros didáticos como se fossem bíblias, a metodologias tradicionalistas e se propondo a serem meros transmissores de algo que seguem como uma cartilha e de forma mecânica? Como fazer com que muitos educadores queriam sair de sua zona de conforto para de uma vez por todas que a influência que exercem em sala de aula tem o poder de estimular o aluno como também fazer com que ele desista de aprender? é preciso dar um novo significado à palavra ENSINAR. Os recursos estão à nossa disposição, basta reclamarmos menos e trabalhar mais.
Olá, boa noite!!
ExcluirMuito obrigada pelo elogio!
Sua indagação é bem pertinente.
Bom, do que percebo e do muito que já li sobre isso, para que possamos estimular os alunos e especialmente os professores a utilizarem essa mídia, é preciso que haja uma mudança e também incentivo ainda nos cursos de licenciatura. Mas em que sentido? Mostrando e ensinando para os futuros professores a importância das mídias, das tecnologias digitais no ensino, pois só assim, conseguiremos mudar a percepção (muitas vezes negativa em relação a esses recursos) de muitos professores. Um exemplo: quando eu fazia a graduação, alguns colegas não conseguiam usar um computador ou mesmo pesquisar na Internet assuntos para as aulas, e por isso, durante o estágio, se recusavam a utilizar o computador e o data show (que era o recurso que a escola nos disponibilizava) por não conseguirem manuseá-lo. E por não saberem utilizar, não terem conhecimento, diziam que não adiantava de nada preparar aulas com esses recursos tecnológicos.
Por isso acredito que o papel principal para que haja essa mudança, está ainda na Universidade. Um professor conhecedor das mídias digitais, letrado digitalmente não terá problemas em transmitir conhecimento de forma mais fácil e eficaz para seus alunos.
Espero ter respondido sua pergunta.
Abraço,
Priscila N.
"Como fazer com que muitos educadores queiram sair de sua zona de conforto para de uma vez por todas, perceberem que a influência que exercem em sala de aula tem o poder de estimular o aluno como também fazer..."
ResponderExcluirAPENAS CORRIGINDO TEXTO ANTERIOR
Primeiramente meus comprimentos pela brilhante pesquisa!
ResponderExcluirDevido à massificação do uso de mídias digitais e alternativas, as formas de aprendizado tem se ampliado. Com a democratização da comunicação temos uma quantidade cada vez maior de informação inundando nossas mentes e a dos alunos. Cada vez mais conhecimento dos mais variados tipos é disponibilizado a distância de um clique, o que decentraliza as fontes de aprendizado. Não demora em percebermos a situação sensível a que estamos, onde variados tipos de dados estão espalhados e embaralhados entre si, muitas vezes se confundindo e não dando margem para a clara distinção do que é cientifico ou não, o que gera a necessidade de não só saber filtrar toda essa massa de informação, mas também repassar esta habilidade para os alunos. Tendo estas considerações em vista, qual seria o papel do professor do século XXI? Já estamos em um momento em que o conhecimento simplesmente atravessa nossas vidas a todo tempo e resta aqueles com a habilidade de curador fazer a curadoria dos saberes? Ensinar a fazer a filtragem da informação para que não se incorra no erro de acreditar em informações falsas? Ou seja, nos resta como professores a tarefa de letrar os alunos digitalmente?
Olá, boa noite!
ResponderExcluirMuito obrigada!!
Sobre seu questionamento, arrisco dizer que o papel do professor desse século, é antes de tudo perceber onde ele está inserido. Mas em que sentido? Temos professores que ainda não se adaptaram às novas tecnologias e que, não são letrados digitalmente. Por não terem essa habilidade não conseguem distinguir uma notícia falsa de uma verdadeira, não conseguem acompanhar as mudanças que estão acontecendo no ensino. Então é preciso que o professor se atente a essas questões. Fazendo essa reflexão, ele poderá perceber que seu papel é ir além do ensinar, do transmitir conhecimento, do letrar digitalmente seus alunos. É, a partir dessas habilidades, formar cidadãos críticos.
Espero ter respondido sua pergunta.
Abraço,
Priscila N.