Bruno Silva de Oliveira e Michelly Pereira de Sousa Cordão


O FEMININO EM VIKINGS: REFLEXÕES SOBRE AS PERSONAGENS NA CULTURA ESCANDINAVA MEDIEVAL



Observar aspectos, tentar compreender e retratar nas mais variadas mídias o que ficou conhecido como “Idade das trevas” são sentimentos que permeiam a grande massa do século XXI. Uma sensação de fascínio nos leva a reproduzir o que se imagina saber acerca dessa época com sociedades cercadas por grandes castelos e reis, cavaleiros trajando armaduras, empunhando suas espadas em batalhas exibidas grandiosamente e repletas de efeitos, até mesmo sociedades onde a simplicidade predominava, não havendo grandes castelos e nem armaduras lustrosas e esplêndidas, em produções cinematográficas e televisivas com um cenário de pouca luminosidade. Tal cenário traz consigo a diferença nítida entre as classes governantes e pobres, homens honrosos e mulheres, sobretudo, submissas, subjugadas e que ocupavam posições “que lhes cabiam”. O que não falta são representações dessa sociedade medieval que antecede o surgimento do Estado moderno, sociedade essa que foi de grande influência em tradições futuras.

Aqui fazemos uso do conceito de representação trabalhado pelo historiador francês Roger Chartier:

“As representações do mundo social assim construídas, embora aspirem à universalidade de um diagnóstico fundado na razão, são sempre determinadas pelos interesses de grupo que as forjam. Daí, para cada caso, o necessário relacionamento dos discursos proferidos com a posição de quem os utiliza” (CHARTIER, 1990, p. 17).

Entendemos, então, que as representações são um instrumento o qual o indivíduo utiliza para criar significados permeados por interesses, sejam eles político, social, econômico ou cultural. Quem fala, fala a partir de algum lugar e a partir dele, sendo o discurso uma peça importante das representações, segundo Roger Chartier.

Através de uma análise crítica buscaremos tentar compreender alguns questionamentos utilizando uma produção televisiva de nosso tempo produzida pela History dos EUA, sendo uma produção irlando-canadense, a partir do ano de 2013, dirigido por Michael Hirst, baseada nas histórias nórdicas de heróis sobre um dos personagens mais conhecidos, o viking Ragnar Lothbrok, ambientada em um cenário medieval. Tal produção possui suas particularidades, pois antes trata-se de uma fantasia, ficção, Vikings.

Afinal, do que se trata Vikings? A série retrata a ascensão de Ragnar Lothbrok, "um dos mais famosos Vikings, atualmente considerado uma criação literária..." (LANGER, 2015, p. 220), a partir do êxito de suas incursões a reinos como Northúmbia e Wessex. De "servo" a líder, essa figura se lançará em aventuras até então inimagináveis por aqueles que o cercavam, criando assim inúmeros inimigos que buscavam sua glória. Insuflando a ira dos deuses nórdicos, sendo agraciado por seu suporte em alguns momentos, encontra-se em meio a um grande propósito desses deuses. Em meio a essa ambientação de predominância masculina, algumas mulheres possuirão um papel de destaque, esse aspecto por si só já é um diferencial entre diversas produções que retratam a época, pois temos aqui uma maior visibilidade e participação de mulheres de forma crucial na trama. Com o decorrer da série sua trama amplia-se abordando assim inúmeros outros aspectos, tais como a expansão desses povos pelo Oriente.

É interessante ressaltar, ao contrário do que se tem em mente acerca do que seria ser viking, Johnni Langer e Munir Lutfe Ayoub esclarecem:

"O conceito de povo viking, desta maneira, também foi uma construção do imaginário artístico e que logra sucesso até hoje no mundo acadêmico. [...] adotamos o referencial de que o termo designa um modo de vida orientado por práticas culturais: a saída ao mar para comércio, pirataria, exploração ou colonização foi motivada e estruturada por motivações econômicas, religiosas e sociais, sendo comum a diversas etnias diferenciadas existentes em toda a Escandinávia durante a Era Viking, com diversos elementos culturais semelhantes, como linguagem, mitologia, religiosidade, cotidiano, entre outras" (2016, p.8).

Fica claro, portanto, que, ao abordar o termo viking, não estamos nos referindo aos povos nórdicos de uma forma geral, mas sim a um povo específico com algumas práticas culturais que não correspondiam a todos. Entretanto, a produção traz consigo um aspecto que se tornou marca desses povos, como relata Ricardo Wagner Menezes de Oliveira (2016), ao comparar a forma como são retratados no mundo através das mais variadas mídias com o que se tem em mente ao observar sua produção artística:

"Os povos nórdicos da Era Viking são famosos por sua belicosidade no mundo inteiro. Muitas vezes representados como bárbaros nos cinemas, quadrinhos, jogos e literatura, os escandinavos carregam consigo uma imagem difícil de se associar com aquela veiculada ao produtores e admiradores de arte" (2016, p.84).

Parece inevitável não representar esses povos como sendo selvagens, brutos, destemidos e violentos criando assim um conceito estereotipado, a imagem do outro como não sendo civilizado. Como mencionado na fonte, difere da visão daqueles que seriam admiradores de arte, e aqui podemos compreender como sendo aqueles que estudam a arte produzida por esses povos e que através desses estudos fazem outra interpretação sobre como estes se comportariam.

Até o surgimento da Escola dos Annales, fundada por Lucien Frebvre e Marc Bloch, em 1929, através da revista Annales d’Historie Économique et Sociale, a História era vista por cima, a partir da minoria que detinha o poder. Com uma História voltada para os “de cima”, a grande massa era desprezada servindo quase que unicamente como figurantes. Podemos perceber claramente isso ao se observar as diversas produções contemporâneas que abordam essa temporalidade, representações que focam em grandes tramas dentro de reinos, de sua realeza e corte exibindo a plebe como um mero cenário.

Cabe fazermos algumas questões: como é vista a figura feminina nesse meio o qual está inserida? Como se portava nesse ambiente reinado pelo sexo masculino? Como a série irá apresentar essas mulheres em um cenário social passado na contemporaneidade?

Ao se pensar no feminino o que se vê são aspectos de submissão e discriminação por parte da sociedade, desde os primórdios de nossa existência até a modernidade. Ainda se vê na figura masculina o poder necessário para reger o meio em que vivemos. Podemos observar no decorrer dos tempos e no desenvolver das sociedades mudanças ocorridas nesse cenário, sejam elas benéficas ou maléficas. Uma figura tida como inferior por ter sido criada a partir da costela do homem, conforme mitologia judaico-cristã, pois o “sexo frágil” era visto, e assim permanece, como “naturalmente inferior” ao “sexo viril”; “A alma de uma mulher e a alma de uma porca são quase o mesmo, não valem grande coisa”, (MACEDO, 1997, p.22). Todavia, quanto a mulher na Escandinávia medieval, Johnni Langer diz que:

"Estudando a performance feminina na Escandinávia medieval, Zoe Borovzky interpreta que as mulheres participavam da transmissão do conhecimento oral, eram limitadas mas não totalmente dominadas pelos homens e valores masculinos" (2015, p.76).

Na Idade Média, sob forte influência do cristianismo, a mulher será vista como carne, cabendo ao homem a alma e razão. Nas particularidades da série e da cultura nórdica medieval em quais situações encontram-se suas mulheres?

Lagertha, umas das personagens da série, descrita como "[...] tendo a coragem de um homem" (LANGER, 2015, p. 220), possui uma trajetória interessante de se analisar. Sua jornada começa ao lado de Ragnar, ambos trabalham cuidando de sua pequena terra, cultivando, e por mais que ele seja a liderança da casa, é perceptível o sentimento de respeito por sua companheira. É possível observarmos no primeiro episódio da primeira temporada uma divisão que nos é familiar; Lagertha e sua filha, Gyda, são exibidas pescando e tecendo, enquanto Ragnar ensina a seu filho, Bjorn, o uso da espada e escudo. A cena nos introduz mostrando que o âmbito dessas mulheres era o doméstico e que se trata de uma sociedade militarizada e guerreira na qual o machado, ou espada, faz parte do homem: "Em uma sociedade militarizada todos os homens livres tinham o direito de portar armas, e a guerra e o armamento foram proeminentes tanto na vida oficial quanto privada" (PALAMIN, 2016, p. 166).

Ainda nesse episódio, Lagertha sofre uma tentativa de estupro por dois homens, logo após seu companheiro ausentar-se com seu filho, temos um vislumbre muito significativo. É nesse momento em que ela se defende desses homens demonstrando conhecimento na área militar, tendo sido ela escudeira antes de assumir a responsabilidade familiar. Esse é um elemento importante, pois, começa aqui o caminho da série ao introduzir a figura feminina em ambientes que lhe eram estranhos de acordo com relatos produzidos, em sua grande parte, por homens. Tendo em vista que as produções históricas alegam estar mais para o ficcional a participação de mulheres quanto guerreiras, do que algo concreto dessa civilização.

Na produção, a mulher deixará de ser apenas um objeto sexual que se limitava ao ambiente doméstico; será também um indivíduo capaz de defender-se e exercer funções socialmente destinadas ao homem. Lagertha é um exemplo brilhante dessas muitas facetas, capaz de competir igualmente com o sexo oposto. Vejamos um diálogo entre dois personagens no primeiro episódio da primeira temporada que exemplifica o que foi dito:

"Rollor: então, Gyda, sua mãe está lhe ensinando como usar um escudo?
Gyda: sim, sei como usar um escudo.
Rollor: sua mãe foi uma famosa escudeira... nós lutamos na mesma muralha de escudos contra o povo do leste".

Os homens apossaram-se das decisões políticas desde os primórdios, nesse primeiro momento da série tal aspecto será muito forte. Ragnar comparece a reuniões, uma delas seu filho presta juramento de lealdade ao Earl Haraldson, que tem sua esposa sentada a seu lado enquanto ele toma decisões; em uma outra reunião, de predominância masculina, a cena volta a se repetir.

Agora observemos um trecho, no terceiro episódio da primeira temporada, do que diz Siggy a Earl Haraldson: "Viu o que fez, meu senhor? Nunca duvide de seu poder... ele não é nada para você, você é todo poder, toda autoridade. Pode ter o que quiser."

Como observado, Siggy é um personagem que, seria inimiga do homem a partir do momento em que exerce sua influência, como demonstrado em sua fala, visando algum objetivo mal visto socialmente. Todavia, por mais que ela exerça tal influência em conspirações com seu companheiro, todo o resto fica a cargo do Earl, não possuindo assim, maiores participações nesse ambiente. Sobre isso nos diz Flávio Guadagnucci Palamin:

"Até mesmo as mulheres, que raramente entravam em combate, desempenhavam papel importante nessas sociedades guerreiras. A elas não somente era destinado o ato do luto aos mortos, mas também agiam como instigadoras de conflitos, ao incentivar seus homens na tomada de vingança e na defesa da honra" (2016, p. 168).

Cenas de estupro são comuns, ocorrendo com mais frequência quando durante saques, nos quais até mesmo suas escravas estão sujeitas. Em uma dessas viagens visando também o saque, Lagertha, personagem feminino de grande destaque, irá presenciar um estupro, e mais uma vez sofrerá tentativa de estupro, dessa vez por parte do irmão do Earl Haraldson. Ela acaba matando-o, o que difere das palavras de Palamin, pois aqui temos uma mulher não só em combate como também, ela mesma, vingando-se em nome de sua honra. Durante o julgamento, ao assumir a culpa, o Earl recusa-se a acreditar, ao menos essa é a impressão que ele pretende demonstrar aos presentes na cena do quarto episódio, e diz: "Você não matou meu irmão. Olhe para você, como poderia? Ele matou meu irmão."

Essa associação da figura feminina com a brutalidade, força, luta e autodefesa, realizada pela série, não é comum e foge dos relatos nos quais são comumente associadas muitas vezes às práticas magicas. Para elas lhes cabiam a magia. Segundo Marlon Maltauro (2016), haveria dois tipos principais de magia na cultura desses povos, uma dedicada aos homens, praticada pela elite escandinava, voltada para a proteção, assim chamada de Galldr. A segunda caberia às mulheres, não sendo praticada pela elite, e estaria associada à perversão sexual, efeminados e homossexuais, sendo os homens que recorriam a essa prática mal vistos e tidos como homossexuais. Em uma sociedade militarizada em que a guerra também era causa de honra, causar danos ao inimigo por meio da magia não era apreciado. Tal prática também era utilizada para prever o futuro e impor maldições.

"As convenções sociais não permitiam as mulheres entrar em batalhas, nesse sentido utilizar a magia para causar dano seria a forma mais apropriada para a vingança feminina, quando o homem utilizava de tal artifício assumia um papel feminino" (MALTAURO, 2016, p. 188).

Em Vikings há dois personagens que utilizam dessa feitiçaria menosprezada, um vidente em Kattegat e Aslaug, personagem feminino que surgirá posteriormente assumindo, ao lado de Ragnar, a liderança dessa aldeia. O vidente será uma figura bem quista pelos habitantes, o qual receberá visitas, sobretudo dos líderes, na tentativa de buscarem respostas sobre o futuro que lhes aguardavam. Quanto a Aslaug, por mais que cause um estranhamento acerca de seus dons de elaborar profecias para determinados acontecimentos que possam vir a ocorrer, ela não será rechaçada, pelo contrário, será vista como um ser com dons divinos.

Aslaug e Lagertha, que em momentos da ausência de seu companheiro terão de lidar com a parte administrativa e política, sendo Lagertha a pessoa a vir ter para si total liderança de um vilarejo com o decorrer da trama, ocupando assim um espaço que lhe é estranho e não lhe cabe, de acordo com o modelo social em que o homem imperava. Futuramente, ela viria a assumir Kattegat na posição de rainha, reinando sem está atrelada ao casamento. Nesse cenário a personagem criará ao redor de si mulheres guerreiras tanto para sua segurança quanto para a segurança de seu território, são agora essas mulheres que irão liderar, até certo ponto, questões administrativas, políticas e militares utilizando-se da ajuda dos homens de forma secundária.


Estamos diante de mulheres que fogem ao padrão que lhes é imposto sendo postas em evidência em grande escala, sendo assim um aspecto que irá inovar na forma como elas nos são apresentadas nesse ambiente viking medieval. Essas figuras representavam uma ameaça ao modelo social que buscava, sobretudo, desempenhar um controle sobre a sociedade. É notório que, mesmo algumas mulheres podendo contar com alguma liberdade para exercer outra função além da que lhe cabe, em sua maioria foram vítimas de um meio social em que a figura do homem era o rei, a figura sexual máxima, e sua crença, a mão que rege o meio social.

As valquírias seriam um exemplo, na mitologia nórdica, de mulheres que ocupavam e possuíam importâncias comumente reservadas aos homens, todavia, esses aspectos incomuns destinados a elas não as excluía da subserviência ao homem, "com uma clara associação com o combate, essas servas de Odin são a representação ideal quando tratamos das representações da mulher guerreira" (LANGER, 2015, p. 64), vindo a tornarem-se um referencial mítico e idealizado da mulher, daí toda uma construção de uma imagem da mulher escandinava como guerreira, que em parte trata-se de uma visão fictícia, "assim, a figura da donzela belicosa nórdica se torna uma fantasia de natureza cultural, nacional e sexual, modelo para os ficcionistas modernos" (LANGER, 2012, p. 282).

Cabe-nos a função de atermos ao detalhe de que o mal não era oriundo apenas do homem, mesmo que esse ocupasse o primeiro lugar no ranking, mas que também é atribuído a própria mulher ações de marginalização contra outras mulheres. Na quinta temporada, uma cena no sexto episódio nos serve de ilustração desse comportamento entre elas, sobretudo devido a hierarquia feminina existente, observemos o diálogo:

"Lagertha: Margrethe! Um momento. Você continua a dar conselhos contra mim, a questionar meu julgamento, autoridade e competência.
Margrethe: Eu...
Largetha: Não discuta! Agora, isso acabou! Você vai parar de fazer isso!  Os riscos são altos demais. Mas se eu souber que você disse algo contra mim uma vez mais, vou cortar sua língua e vou escravizá-la de novo.
Margrethe: Ubbe teria algo a dizer sobre isso.
Lagertha: Ubbe não manda em Kattegat. Enquanto eu mandar, você fará como eu mando."

Em toda a conversa um detalhe nos é importante, o poder de uma mulher para escravizar outra, assim como também a punir severamente. Certamente que se trata de uma retaliação, por parte da rainha Lagertha, devido à falta de modos de Margrethe para com sua soberana. Não possuímos relatos em nossa bibliografia consultada acerca desse tipo de comportamento, a marginalização de uma mulher pela outra, todavia, a série apresenta, em sua construção da mulher com maior autonomia, a hierarquia como existente entre elas, e consequentemente as disputas internas.

A mulher possui uma posição que diverge do que seria convencional, entretanto, por mais que a série busque colocá-la em posições que lhes evidenciem, ela acaba caindo no mesmo modelo de sistema em que sempre haverá a presença do homem em uma relação intrínseca. Isso ocorre até mesmo quando a figura da mulher estiver na posição de rainha, como é o caso de Largetha. Ela, a Rainha em Kattegat, se verá em momentos que são construídos pelos produtores em que irá depender de uma liderança masculina para resolver determinadas situações.
É uma rainha, cercada por mulheres guerreiras, mas que terá na figura masculina, sobretudo seu filho Bjorn, uma dependência. Essa situação vai contra a imagem de um rei, que é retratado com maior independência da figura feminina para lidar com questões nos mais variados âmbitos, vindo recorrer sempre a outros homens. Uma dualidade onde, ela terá poder, mas não sem um homem ao seu lado.

É importante que se realize esse movimento de observar produções de nossa época que remetem a uma condição social no passado, pois podemos perceber como, em nossa época, esse outro é retratado e quais dimensões são atribuídas a alguns aspectos, em nosso caso a figura feminina na Idade Média do Ocidente, especificamente na Escandinávia, analisada em Vikings. As dimensões da produção partem de um cenário passado como fonte de inspiração para a criação de um novo ambiente fictício, em que são inseridas concepções que não condizem com as fontes históricas, sobretudo pela demanda que essas novas concepções apresentam e se veem na necessidade de serem atendidas. Falar sobre a mulher no tempo presente é dialogar com o feminismo, isso é notório na produção, onde se colocam mulheres com maior igualdade social, política e econômica, visando adequar-se e conseguir o público que colocam tais questões em pauta.

Referências

Bruno Silva de Oliveira é graduando em História pela Universidade Federal de Campina Grande.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.

LANGER, Johnni; AYOUB, Munir Lutfe. Desvendando os vikings: estudos de cultura nórdica medieval. João Pessoa: Ideia, 2016.

LANGER, Johnni. Fé nórdica: mito e religião na Escandinávia medieval. João Pessoa: UFPB, 2015.

LANGER, Johnni. Na trilha dos vikings: estudos de religiosidade nórdica. João Pessoa, UFPB, 2015.

LANGER, Johnni. Guerreiras na Era Viking? Uma análise do quadrinho "Irmãs de escudo" (Série Northlanders), 2012. Disponível em: <https://www.academia.edu/1806928/Guerreiras_na_Era_Viking_Uma_an%C3%A1lise_do_quadrinho_Irm%C3%A3s_de_escudo_Women_warriors_in_the_Viking_Age_RODA_DA_FORTUNA_REVISTA_ELETR%C3%94NICA_DE_ANTIGUIDADE_E_MEDIEVO_VOL._1_N._1_2012>. Acesso em: 20 junho. 2018.

MACEDO, José Rivair. A mulher na idade média. 3. ed. São Paulo: Contexto, 1997.

VIKINGS. Direção de Michael Hirst. History, 2013-2018 (ainda em produção).

5 comentários:

  1. Olá!
    Primeiramente parabenizo pelo texto, é sempre interessante, como foi pontuado, fazermos análises das representações que as produções contemporâneas fazem de períodos histórico passados. Vou utilizar um trecho do texto para minha questão:

    "Em Vikings há dois personagens que utilizam dessa feitiçaria menosprezada, um vidente em Kattegat e Aslaug, personagem feminino que surgirá posteriormente assumindo, ao lado de Ragnar, a liderança dessa aldeia. O vidente será uma figura bem quista pelos habitantes, o qual receberá visitas, sobretudo dos líderes, na tentativa de buscarem respostas sobre o futuro que lhes aguardavam. Quanto a Aslaug, por mais que cause um estranhamento acerca de seus dons de elaborar profecias para determinados acontecimentos que possam vir a ocorrer, ela não será rechaçada, pelo contrário, será vista como um ser com dons divinos."

    Como foi colocado, havia determinado menosprezo por práticas de feitiçaria, principalmente as realizadas por mulheres que não faziam parte da "elite'" da época, e também por pessoas tidas, no nosso entendimento atual, como homossexuais. Mas, no trecho acima, foi colocado que, mesmo diante desse menosprezo que era habitual na época, tais personagens tiveram outro tipo de aceitação naquele grupo. A questão seria exatamente esta... por que foram aceitos? Há algum diferencial que os leve a tal aceitação pelo grupo, uma vez que a prática não era vista com bons olhos? Como foi colocado, mesmo sendo uma prática que levantava certo estranhamento, também passou a ser vista como dom divino. Eu gostaria, se possível, entender melhor esse aspecto. Desde já, agradeço.

    Rafael Souza Ferreira

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    1. Bom dia, Rafael Souza! Agradecemos pela sua contribuição.
      Essa questão que você aborda refere-se a uma particularidade da série, onde na trama criada os personagens em questão tem suas importâncias. No caso de Aslaug, assim como muitos personagens femininos presentes na série, temos um dialogo com o feminismo, pauta importante que tem sido discutida com muita força na atualidade, e essa discussão acaba se fazendo presente em produções, nesse caso em Vikings. Como se trata de algo particular a produção, sim, irá existir elementos e circunstâncias criadas pelos roteiristas, para que esses personagens tenham um diferencial e possam ter maior participação e importância na trama. Assistir a série possa te ajudar a melhor entender essas e outras questões.

      Bruno Silva de Oliveira

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  2. Pietro Ferrari da Costa11 de abril de 2019 às 10:22

    O texto nos mostra que nós podemos fazer reflexões teóricas a partir de um objeto que foi feito para entretenimento. Você acha que podemos usar séries como Vikings ou Game of Thrones para tratar de assuntos críticos da política contemporânea? Como por exemplo, a série Breaking Bad, que no meu ponto de vista, faz uma analogia à legalização das drogas e as ações do Estado em relação a isso.

    Pietro Ferrari da Costa

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    1. Bom dia, Pietro! Agradecemos pela sua contribuição!
      Em se tratando de Vikings, e até mesmo Game of Thrones, vamos ter um elemento que possa dificultar essa analise acerca de "assuntos críticos da política contemporânea", que é a temporalidade a qual as referidas séries se propõem a representar. É possível sim que, por meio de estudos direcionados para essas questões encontremos algum elemento acerca de questões políticas contemporâneas, tendo em vista que essas produções possuem elementos a partir de seu tempo de produção. Não saberemos apontar um elemento especifico que possa melhor responder sua pergunta, sobretudo por não ter sido algo trabalhado por nós.

      Bruno Silva de Oliveira

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