O USO DAS MÍDIAS EM SALA DE AULA: MÚSICAS E O
ENSINO DE HISTÓRIA
O presente escrito
visa desenvolver o método de ensino através da mídia, mais especificamente as músicas
sob a justificativa da inovação no processo de ensino e aprendizagem, uma vez
que para os autores, o caráter jovial e, portanto, criativo, deve ser inerente
à profissão do educador. Levando isso em consideração, o texto se divide em duas
partes: a primeira aborda teórica e metodologicamente a utilização de fontes musicais
no ensino de História; a segunda trata se de uma reflexão acerca do ensino de
história dando destaque para a inovação importante no ensino de diversos temas.
Introdução
O uso de novos métodos didáticos em sala de aula cada dia
mais vem se tornando presente. Com isso o uso de audiovisuais, músicas, games,
etc. Ganham seu espaço. No âmbito da disciplina de história o uso vem sendo bem
recorrente com a chegada da ‘nova história’. A necessidade de inovar para
ensinar é algo bem repercutido na atualidade, em contraposição, a forte
repetição de métodos por parte do professor é um ponto que faz com que as aulas
sejam desinteressantes e o outro seja o interessante. Nesse sentido Leandro
Karnal explana um pouco sobre tal ponto.
“Todos nós procuramos uma zona de conforto. Desejamos coisas
que transmitam segurança. Isso implica, quase sempre, que você entrará num
momento em que a repetição dominará sobre a criação.” (KARNAL, 2012, P.125).
Apesar de tal condicionamento do organismo humano apontado
por Karnal, é importante afirmar que o caráter criativo é inerente a profissão
do educador, uma vez que ele, ao longo de sua profissão, entrará em contato com
diversas gerações quem vivenciam momentos distintos. Os estudantes nascidos nos
anos 2000, por exemplo, não viram o mundo sem o telefone celular, os que
nasceram em 2005, em boa parte do Brasil, não compreendem o cotidiano sem o uso
da internet e outras ferramentas tecnológicas próprias do século XXI. Em
contraposição, o professor que nasceu nos finais da década de 1980 e começo de
1990, por exemplo, tem uma perspectiva de mundo diferente, afinal, vivenciou
realidades diferentes. Sendo assim, é necessário aos professores, a capacidade de
entender os estudantes, para que assim possam melhor ensiná-los.
Levando isso em consideração, nada mais coerente que o
aperfeiçoamento da prática do ensino através das novas ferramentas
tecnológicas, em geral, recreativas. Isto é, o professor, com sua capacidade
criativa deve inovar em sua didática para inserir elementos de interação
tecnológica no processo de ensino e aprendizagem de modo que a experiência de
construção do conhecimento entre educador e educando seja atraente as novas
gerações e assim, fomentada por ambos os sujeitos do processo de educação.
Os
impasses na utilização de músicas no ensino de História.
A música possui em suas vertentes inúmeras possibilidades de
expressão ou compreensão, sua letra, seu momento de criação, representam um
determinado momento da humanidade. Ela está presente em vários momentos do
homem em consonância com o mesmo. Segundo David (2012, p.108); “música e homem
se identificam no tempo e no espaço”. Portanto, a música decerto, possui
vertentes históricas, elas retratam um certo período histórico e suas próprias
características. Logo, a música estaria capacitada nos requisitos de inserção
em sala de aula, sua aplicabilidade no papel é, portanto, verossímil, caberia
ao professor querer ou não esse recurso em suas aulas.
Contudo, existem problemáticas a serem discutidas em relação
ao próprio ensino de história no Brasil, as dificuldades do ensino básico
perpassam em grande escala o âmbito escolar e que limitam a inserção desses
recursos em sala de aula desde muitos anos atrás, logo, buscando compreender as
problemáticas do ensino de história atual, é necessário olhar para a construção
desse ensino de história no Brasil e vislumbrar os empecilhos que se posicionam
diante aos recursos como a música em sala de aula. Em vários momentos da
estruturação do ensino de história brasileiro existiram dificuldades ou
maneiras de se olhar para o próprio ensino, por exemplo, pensar nas décadas de
50 ou 60 no Brasil e relacionar a utilização de recursos como música para
criticidade, ou consciência histórica do aluno acabaria sendo bastante
esporádico.
“Sem espaço para a interpretação e a análise crítica, não
haveria como instrumentalizar o indivíduo para questionamento da ordem. A
reorganização do ensino de História teve, pois, conotações políticas, passando
a ser de competência dos órgãos públicos, tecnicamente aparelhados para os fins
que se adequassem àquela Doutrina.”(FONSECA, 2006, p. 56).
Desta forma, durante esses anos, se percebia a fixação de
modelos que limitavam ou excluíam esses recursos no Brasil. O ensino de
história passaria apenas como uma determinada sequência de fatos considerados
importantes para o governo presente na época, o pensar humano, do aluno neste
caso, não era de fato importante, o autoritarismo marcaria presença dentro de
sala de aula em conjunto com o livro didático que se demonstrava como o recurso
pedagógico utilizado pelo professor. (FONSECA, 2006).
Se durante a época de 50 e 60 existia barreiras para a
inserção da música em sala de aula, esse paradigma começa a ser desconstruído
durante o fim da ditadura militar brasileira, logo, em meados dos anos 80, eram
propostas novas formas de se pensar em ensino e decerto o ensino de história.
Portanto, durante a redemocratização, haveriam debates e propostas que
procuravam mudar o modelo anterior de ensino. Entre essas propostas, se
destacaria a posicionado no texto de Fonseca (2006,p.60); “Ela propunha um
ensino de História voltado para a análise crítica da sociedade brasileira,
reconhecendo seus conflitos e abrindo espaço para as classes menos favorecidas
como sujeitos da História”. Desta forma, as mudanças no ensino de História
começariam ocorrer, novos currículos, e decerto novas metodologias em sala de
aula, a possibilidade das músicas como mecanismo didático em sala de aula se
tornariam cada vez mais verossímeis, visto que:
“Por anos, o projetor de slides marcou sua presença e, a
partir dos anos 1980, cresceu a utilização de filmes em videocassete com fins
didáticos, quase ao mesmo tempo em que o xérox substituía o mimeógrafo.” (KARNAL,
2012, p.80).
Entretanto, mesmo que em determinado momento esses recursos
midiáticos estivessem disponibilizados como maneiras de se trabalhar a história
em sala de aula, há mais problemáticas que acabariam se tornando limites dentro
dessa nova maneira de se pensar em ensino, e que estariam ligadas intimamente
com a escola pública e a privada. Segundo Balzan (2014, p.97); “Ofereçam-nos
condições para que possamos compreender os significados de todos esses
conteúdos”. Logo, a questão do âmbito, da estrutura, da disponibilidade de
verbas para se posicionar mídias em escolas é interessante ser discutida visto
que, em muitos casos, não se tem como proporcionar essas novas didáticas em
sala e com certo destaque para as escolas públicas brasileiras, onde a má
condição das mesmas é visível e desta maneira se demonstrando um empecilho para
a inserção de músicas em sala de aula nas aulas de história. Há inúmeras
problemáticas que poderiam incapacitar esse recurso em escolas, contudo, é
importante se lembrar do professor dentro de toda essa questão. Segundo Lüdke
(2014, p.80); “Dentro da perspectiva especificamente didática, pode-se visar
claramente a figura do professor como o mais importante agente, capaz de
acionar toda uma cadeia de fatores”. E desta forma, mesmo que sem suporte de um
ambiente escolar, o professor pode transformar a sua aula, sua didática, trazer
recursos, que necessariamente estariam em falta dentro do seu âmbito
profissional.
Motivos
para as novas metodologias no ensino de História.
Pensar em como ensinar história em sala de aula no ensino
médio e fundamental, e inserida dentro de uma sociedade que se utiliza muito de
tecnologias como o Brasil, é bastante interessante visto que, Segundo Santos
(2014, p.162); “Ensinar História de forma que os alunos tenham interesse pela
disciplina e por todo o saber oferecido por ela é um enorme desafio”. Contudo,
esses desafios estão em casos, ligados a percepção do ensino tradicional da
história e sua maneira de se trabalhar os conteúdos em sala de aula, visto que:
“De acordo com a abordagem tradicional da História,
percebemos o ensino de história como o estudo do passado ou como memorização de
fatos e datas dos principais acontecimentos, em geral de ordem política,
militar ou diplomática dos países.” (BARBOSA, J. 2012, p.2).
Logo, diante dessas questões, é intrigante pensar em novos
meios para se chegar a uma criticidade nos alunos, é pautável pensar em novas
metodologias no ensino de história. Lembrando do papel social que a história
tem pra sociedade, o ensino de história desta forma possibilitaria na formação
dessa consciência histórica, dessa maneira de se pensar no futuro e presente.
Essa perspectiva é intrigante visto que, há uma fragilização no ensino de
história no Brasil e se percebe quando alguns conteúdos sofrem de um tremendo
esquecimento em sala de aula, alguns conteúdos que decerto necessitam de
atenção. Os traumas coletivos, por exemplo, a perspectiva sobre o Shoah, são
quase esquecidos em sala de aula, às vezes se quer são mencionados, portanto,
ocorre uma fragilização da sociedade, visto que, a mesma não se lembraria da
sua própria capacidade humana de cometer atrocidades (SCHURSTER, 2017). Portanto,
é verossímil posicionar novas formas de se alcançar os objetivos em sala de
aula, repensar a metodologia e construir da base, maneiras de se instigar
aluno, professor e o ensino de história.
Desta forma, a música, o recurso midiático, que se desdobra como uma
nova oportunidade de método de ensino, se encaixa nessa perspectiva, visto que:
“A educação é um processo, não um fim em si mesmo, portanto
precisa sofrer intervenções positivas para o seu aprimoramento. O uso das
tecnologias na área da educação pode exercer um papel importante na relação
ensino-aprendizagem.” (ARAUJO,2017, p.925).
Desta maneira, a música, com sua expressividade, seu próprio
tempo e sua relação com o homem se demonstraria como uma nova forma de pensar
em ensino, em dar aula, de instigar os alunos, de proporcionar uma alternativa
para o contexto contemporâneo.
Música
e ensino de História.
Pensando dentro da perspectiva da sala de aula, as
possibilidades da utilização da música no ensino de história são diversas,
visto que, dependendo de como trabalhar essa fonte histórica, ela poderia
apresentar inúmeras características de um período determinado. A música,
portanto, dentro do ensino de história deveria ser analisada de diferentes
maneiras visto que:
“Mas além de ser veículo para uma boa ideia, a canção (e a
música popular como um todo) também ajuda a pensar a sociedade e a história. A
música não é apenas “boa para ouvir”, mas também é “boa para pensar”.”
(NAPOLITANO, 2002, p. 11).
Portanto, esse pensar que a música proporciona sendo levada
para uma sala de aula poderia ser enriquecedor tanto para o aluno quanto para o
professor, ambos poderiam se questionar, buscar compreender de forma mutua, o
pensamento que estaria por detrás de determinada música, a ideia ou visão que
uma música passaria estaria bastante ligada com o período de sua criação,
portanto, é uma fonte histórica que se bem trabalha em sala de aula pode ser
uma aliada no ensino em conjunto com o professor. Segundo Santos (2014, p.167);
“A música tem o papel de levar o aluno a épocas distantes, a arte não conhece
barreiras temporais e especiais, portanto por meio dela o professor pode tornar
o trabalho pedagógico mais prazeroso e instigante”.
Exemplo de como se utilizar música no Ensino
de História.
Quando se fala de determinados períodos históricos, eles têm
suas próprias essências que acabam caracterizando sua época, portanto, ao falar
de ditadura militar brasileira, por exemplo, se pensa em várias questões que se
passavam durante o período como, tortura, repressão, censura e caça a certos
grupos opositores. Logo, outra característica da época, são as músicas de
diversos autores, elas eram e são, fontes históricas visto que:
“Partindo-se do pressuposto que a música possui uma memória
e traz à tona lembranças em quem a ouve, pode ser um caminho para se chegar a
um determinado período histórico, e as canções, neste caso, tornaram-se
verdadeiros hinos de batalha, ou seja, muitas músicas tornaram-se ícones e um
símbolo à resistência militar durante os anos de 60-70.” (MAIA, 2015, p. 3).
Essas músicas trabalhadas em sala de aula acabariam
revelando as características da própria época visto que, nas suas letras,
possuíam certas mensagens sobre a liberdade de expressão ou o sofrimento de um
povo e normalmente essas músicas não eram tão explicitas em relação ao seu
conteúdo real, dessa forma, muitas músicas por alguns momentos desse período
passavam desapercebidos pelo governo militar que não imaginava que por detrás
de certas canções existiram um sentimento de revolta popular. Através de músicas
de artísticas como Geraldo Vandré, Chico Buarque, Elis Regina e Caetano Veloso
é possível compreender todo um período histórico da época de 60 e 70. Contudo,
outros exemplos poderiam ser citados e que seriam possíveis de aplicar em sala
de aula para uma renovação na didática em sala de aula. Portanto, a música enquanto método de ensino
é viável e versátil saindo daqueles paradigmas de aula sobre grandes
personagens históricos, a música pode proporcionar novas perspectivas de ensino
de História.
Reflexões
acerca do Ensino de História
Como exposto nas páginas acima, a utilização de métodos
tradicionais em sala de aula para o ensino de História, bem como de outras
disciplinas tem ocasionado um processo de desinteresse (contínuo e progressivo)
dos estudantes pelas atividades escolares, sobretudo porque o exercício da
prática docente na maioria das escolas remete-se a utilização de práticas
monótonas, tornando o âmbito escolar uma rotina por vezes estressante e
entediante, ainda mais em instituições educacionais onde não há estrutura
suficiente para conceder ao educando a oportunidade de tornar prático o
aprendizado. Isto é, no caso das matérias de ciências da natureza, ausência de
laboratórios a altura das aulas, já nas Ciências Humanas, especificamente em História,
inexistência de salas destinadas à catalogação de fontes e ferramentas para o
uso didático.
Tais problemas não são reais apenas em escolas públicas ou
nas pequenas escolas privadas, na verdade, tal questão atinge boa parte das
escolas no país, mas o “x” da questão não está na formação profissional, nos
conteúdos da grade escolar ou na ausência de estrutura para o ensino. Isto é,
todas estas lacunas estão inseridas na “equação da educação brasileira”, no
entanto, o ponto inicial para a solução das incógnitas citadas perpassa pela
reestruturação da educação enquanto processo.
Queremos dizer que os moldes educacionais ainda utilizados
em nosso país são baseados em modelos referentes ao século XVIII, onde a
estrutura das salas de aula, por exemplo, servia como afirma Foucault (1987),
para a dominação dos corpos. As fileiras postas lado a lado com espaços para a
passagem do professor que tem sua mesa à frente dos “alunos” posto como o
centra das atenções, que representa um discurso estético do poder de um
indivíduo sobre os demais, o símbolo do saber que preenche as “caixas vazias”
dispostas em sequência num cubículo, onde todo conhecimento emana de um sujeito
em direção a “objetos inertes”, “amorfos”.
Esse modelo de dominação e coerção do corpo estudantil desde
sua elaboração esteve fadado ao fracasso, uma vez que tolheu parte de sua
geração e também das posteriores, a capacidade criativa com a qual, sempre se
pensou a educação (embora de nível superior e voltada, quase exclusivamente
para as ciências exatas). Evidente que o contexto de criação das escolas de
ensino básico no século XVIII serviu ao propósito de dominação dos corpos,
sobretudo as escolas destinadas à formação de operários, que tinham a função de
disciplinar o alunado para as fábricas, cultivando as características da
organização, dos prazos e metas fabris. (FREIRE,1979)
Atualmente, como se nota, apesar da filosofia educacional
brasileira ter como base a pedagogia do patrono da educação, Paulo Freire, não
se debateu e ainda não se debate a nível nacional a reestruturação basilar do
ensino, a reformulação dos cursos de licenciatura ou mesmo reorganização dos
conteúdos vistos durante o ensino básico. Pelo contrário, as reformas
recentemente pensadas têm como projeto o viés tecnicista, que será
implementado, sobretudo nas escolas públicas, oferecendo ao estudante a
oportunidade de escolher entre a inserção em um curso técnico concomitante ou
subsequente ao ensino médio, ou o ensino superior. O que na prática, em nossa
perspectiva, atrairá os estudantes mais fragilizados economicamente para os
cursos técnicos, que em tese oferecem formação rápida e garantia de emprego
(mesmo mal remunerado) no mercado de trabalho. (BRASIL, 2017)
Em outras palavras, o paradigma da escola e do estudante não
se restringe ao professor, à falta de estrutura ou mesmo a variedade de
conteúdos listados em contraste com a quantidade e duração das aulas destinadas
à disciplina de História, mas sim ao próprio sistema educacional brasileiro que
a partir de seus moldes do século XVIII, conserva engrenagens enferrujadas que
hoje sequer mantém sua função de dominação dos corpos.
Considerações
finais
Percebe-se que a diversas tecnologias em sala de aula são
importantes para que o estudante se sinta representado por aquele espaço de
conhecimento, uma vez que eles, inseridos na geração “z”, estão sensíveis e
abertos a enxurradas de informações nas redes sociais, nos sites de notícia ou,
como já expostos através dos games. Em outras palavras, é importante lembrar ao
educador que, os estudantes de hoje não possuem, como no século XVIII, apenas a
enciclopédia e o professor como fonte de informação, mas um cyber espaço, de
fácil acesso, com mais informações em um segundo do que é possível aprendermos
em uma vida.
Portanto, é importante que se pense, antes de tudo, o papel
do professor em sala de aula, isto é, ao contrário do século XVIII, hoje a
função do professor não é reter informações, mas produzir, compartilhar e
construir conhecimento junto ao educando, mas para tal é necessário, sobretudo
no ensino básico, que o educador permaneça jovem. Isto é, para ensinar-aprender
nas instituições primárias o professor necessita de jovialidade para que possa
pensar como educando e assim criar inovações e sala de aula bem como os
educandos desejam. (FREIRE, 2016)
Tal perspectiva permitirá ao educador, ao deparar-se com as
breves hipóteses de métodos expostos aqui, sobre o uso de games, imaginar
diversas possibilidades para trabalhar com as músicas em suas salas de aula, as
quais conhecem os limites estruturais impostos pelo mecanismo educacional
brasileiro. Sendo assim, mais do que o uso de música para o ensino de História,
esse texto trata da condição (jovial) criativa inerente a um bom educador que,
a partir das fontes e ferramentas disponíveis cria algo novo. E tal capacidade
inventiva é a pedra angular da educação.
REFERENCIAS
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Carlos da Silva Neto: Graduando em Licenciatura em História- Universidade de
Pernambuco.
Otávio Vicente Ferreira Neto: Graduando em Licenciatura em
História- Universidade de Pernambuco. Membro do Leitorado Antiguo: Grupo de
Ensino, Pesquisa e Extensão em História Antiga. Orientador: Prof. Dr. José
Maria Gomes Souza Neto
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Olá, primeiramente gostaria de dar parabéns pela proposta de dois graduandos em se aventura em um tema tão latente, mas também complexo no ensino de história, que diz respeito ao uso das fontes sonoras.
ResponderExcluirJá faz alguns anos que venho trabalhando com a temática especifica da canção, mas sempre em diálogo com os campos da linguagem sonora e da própria música, e na leitura do texto de vocês me surgiram algumas inquietações que gostaria aqui de compartilhar para estimular o debate. Em primeiro lugar existe uma alternância da canção e da música como sinônimos (como no momento em que citam Marcos Napolitano), e não como um gênero que integra o outro, nesse caso queria saber se isso é intencional, se sim como vocês fazer essa aproximação? Pois penso que apesar das possibilidades são conceitos bem distintos como discute o próprio Napolitano, e outros pesquisadores como Luiz Tatit, Sergio Molina e Márcia Ramos de Oliveira.
Também fiquei pensando que vocês focaram muito na relação texto-contexto das música em sala de aula, mas não citaram por exemplo abordagens referentes a usos diversificados da mesma em sala de aula. Me parece que a utilização da música em sala de aula já virou prática corrente em muitas regiões não só do Brasil, como também do mundo, mas que constantemente existe um apego a "letra" e no que ela diz sobre o período em que foi composta, como vocês mesmos destacaram. Mas fiquei pensando que será que não estamos já em um momento de ir além, de realmente compreender a música e a canção em sala de aula em suas outras dimensões como a melodia, como o impacto da voz, a performance, a indústria por trás, a mídia especializada? A pesquisadora Miriam Hermeto em um livro sobre Música Popular Brasileira no ensino de História provoca essa questão e gostaria de saber de vocês como pensam sobre isso a utilização da música e da canção em sala de aula para além apenas do texto, ou seja, da letra?
Muito Obrigado,
Igor Lemos Moreira
Olá Igor, Primeiramente, gostaria de agradecer pelas colocações. Respondendo sua primeira inquietação; o uso de 'canção' e 'musica' no texto ocorre por um acaso apenas como um sinônimo, mesmo sabendo a diferença entre estes. Sua segunda inquietação me fez lembrar José D' Assunção Barros (2009) onde ele trás que; para estudar um determinada obra de um historiador se deve estudar primeiro este para posteriormente chega ao seu estudo histórico, desta forma penso o mesmo do estudo junto as musicas e canções.
ExcluirATT. Otávio Vicente Ferreira Neto
Bom dia, primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade de participar e compartilhar do conhecimento e da experiência proposta pelo autor. Sou professor da educação básica e tenho me deparado com o desafio de incorporar novas metodologias na minha prática pedagógica, isso posto, quais estrategias podem ser utilizadas na verificação da aprendizagem tendo a musica como possibilidade pedagógica de maneira que possamos fugir da prática corriqueira da memorização ainda presente nas escolas publicas? Adilson Marcos de Matos Ferrarese.
ResponderExcluirOlá Adilson, primeiramente, gostaria de agradecer por seu comentário. Em segundo ponto, parabéns por seu pensamento em inovar na metodologia; muito do desinteresse dos alunos pela disciplina de história se dar pela repetição de métodos de ensino tradicional. Partindo para sua inquietação, você me questiona sobre uma forma de verificar a aprendizagem do alunado referente ao ensino a partir das musicas. Mediante a um debate o professor poderá observa se o conteúdo, realmente esta sendo compreendido; já que as musicas/ cancões trabalham com mais de um sentido do aluno.
ExcluirATT. Otávio Vicente Ferreira Neto
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Adilson, em primeiro lugar, quero agradecer pela sua contribuição para esse evento, estimulando esses debates importantíssimos acerca do ensino. O ponto que você mencionou pode ser trabalhado de diferentes maneiras. Entretanto, acredito que o debate entre professor e aluno seja uma das maneiras mais viáveis para extrair do aluno o objetivo requerido com a música.
ExcluirATT. José Carlos Silva Neto
Olá, super interessante seu texto e muito bem produzido. A utilização da música em sala de aula é realmente um recurso didático que me agrada muito, portanto, sabendo que os alunos irão receber essa proposta de diferentes maneiras, afinal, seus gostos muitas vezes são divergentes. Lhe pergunto como você escolhe as músicas que serão usadas nas aulas, em sua opinião é mais fácil escolher por temática ou gênero musical? Você acha que pode-se haver uma diferença significativa de "interesse/aprendizado" entre os alunos que gostaram e os que não gostaram da música utilizada em sala de aula?
ResponderExcluirOlá Claudio, em primeiro lugar, queria agradecer pelo seu comentário. Bem, como você partiu de uma perspectiva pessoal em seu primeiro questionamento, acredito que a escolha entre temática ou gênero musical é bastante variável e portanto, delimitada ao professor, decerto que, ambas tem uma importante influência na prática em sala de aula. A escolha por temática agradaria ao meu ver os professores, contudo estamos lidando com alunos de diferentes idades, é importante aproximar o eixo temático para os gostos atuais dos alunos. E no segundo ponto, decerto que a utilização de novas metodologias, irão produzir diferentes resultados nos alunos, não há garantias que todos irão sair satisfeitos com a escolha de música, mas é importante continuar a buscar diferentes práticas metodológicas que façam uma ampla parte dos alunos se aproximarem do conhecimento histórico de forma crítica.
ExcluirATT. José Carlos Silva Neto
Olá Cláudio, a princípio, agradeço seu comentário. Em suma você me traz duas inquietações, no que se refere a primeira delas; a escolha da música varia de professor para professor, mas em minha opinião a melhor forma, seria a escolha por temática a ser trabalhada pelo docente. No que se refere ao segundo questionamento; Na atualidade o uso dos meios tecnológicos se mostram no ver do jovem um ponto bem mais interessante que às aulas, desta forma um simples chamar atenção desse alunado já é um passo mais próximo para o aprendizado.
ExcluirATT. Otavio Vicente Ferreira Neto
Boa noite, José Carlos!
ResponderExcluirDe fato a música é uma linguagem muito agradável aos alunos, principalmente adolescentes. Digo isso por experiência, pois também gosto de trabalhar com a música em minhas aulas. Diante do seu trabalho exposto, gostaria de saber como escolher bem as músicas que tanto agradem aos alunos, e também estejam relacionadas ao contexto histórico estudado?
Att,
Fernanda Andrade Silva
Olá Fernanda, primeiramente gostaria de agradecer sua participação. Você me trouxe uma inquietação referente a como selecionar as musicas para os devidos conteúdo e agradar tanto aos alunos como para com o conteúdo. Através de um diálogo com sugestão do alunado, seria uma das melhores formas de agradar ambos; mesmo dessa forma a escolha deixará de agradar alguns e como diz o ditado popular : “ é impossível agradar gregos e troianos “
ExcluirATT. Otavio Vicente Ferreira Neto
Boa noite, Fernanda. Primeiramente agradeço pelo seu comentário. Percebo que você utiliza práticas metodológicas relacionando música e ensino de história, levando isso em consideração, é importante antes de trazer músicas para sala de aula, conhecer bem o corpo discente, se familiarizar com suas características, propor debates para ajudar nesse ponto e a partir disso selecionar as músicas para as aulas.
ExcluirATT. José Carlos Silva Neto