PAPISA JOANA:
AS POSSIBILIDADES DE ANÁLISE DE UMA PERSONAGEM
NOS CONTEXTOS LITERÁRIO E CINEMATOGRÁFICO
Introdução
Para compreender o motivo pelo qual
produtos literários e cinematográficos, apresentando como protagonistas
mulheres, surgiram em determinados contextos, é necessário observar a relação
entre sociedade e escrita da história. Esta relação, por exemplo, explica o
surgimento da história das mulheres como campo de estudo, o qual chama a
atenção de historiadoras e historiadores até hoje.
Na
segunda metade do século passado, surgiu um campo de estudos específico para o
caso feminino, destacando uma história que enfatizava as mulheres como
protagonistas. Essa perspectiva surgiu nos anos de 1970, quando o campo de estudos
históricos ampliou sua atuação e seus objetos de pesquisa, afastando-se da
história voltada apenas para a política e estudando a vida particular de acordo
com os cotidianos femininos (Scott, 1992, p. 63-95).
Posteriormente,
na década de 80 se desenvolveu a ideia de um desvio de uma história partidária
e socialista para uma história voltada e vinculada à ideia de “gênero”,
proporcionando a esse campo de estudo uma característica própria. Por exemplo, Joan
Scott acredita que essa análise se originou através das construções sociais e
literárias de cada escritor (Scott, 1992). Esta nova abordagem possibilitou
reformular a ideia da relação com o campo de estudos sobre a vida das mulheres,
assim como trabalhar principalmente com a construção social, considerando a
mulher como um ser não inferior ao “sexo” masculino (Soihet, 2011; Scott, 1995).
Para que seja possível compreender a
história das mulheres em uma sociedade concentrada em papéis masculinos, é
importante ressaltar a ideia de gênero, o qual, a partir da perspectiva
gramatical, é compreendido como “uma
forma de classificar fenômenos, um sistema socialmente consensual de distinções
e não uma descrição objetiva de traços inerentes” (Scott, 1995, p. 72), ou
seja, a ideia de que existe ou deva existir uma história voltada apenas para
homens ou apenas para mulheres é contrária à ideia que é proposta pela própria
gramática.
Assim,
a criação de um campo de estudos voltado para a história das mulheres, a partir
de demandas sociais iniciadas com o movimento feminista entre as décadas dos
anos 60 e 70 do século passado, fizeram com que diversos produtos sociais e
culturais, tais como produtos literários e cinematográficos, refletissem esta demanda
social. No caso do presente trabalho, analisaremos brevemente as manifestações
literárias e cinematográficas, assim como suas formas de análise, voltadas para
a personagem Papisa Joana, uma personagem lendária vinculada ao contexto medieval
do século IX e que, segundo sua lenda, ocupou a cátedra de São Pedro durante
alguns anos.
A
Papisa Joana no contexto literário: formas de análise
O Livro “Papisa Joana” é considerado um
romance literário que foi publicado originalmente em 1996 em inglês e traduzido
ao português em 2009 pela Geração Editorial. Escrito por Donna Woolfolk Cross,
contém 496 páginas na que são divididas em 29 capítulos, descreve e caracteriza a história da
personagem Joana, que, através do caráter lendário, chegou a ocupar a cátedra
de São Pedro, assim como destaca a sua importância diante dos meios sociais
masculinos, ajudando a enfatizar as relações sociais, demonstrando os
preconceitos vivenciados pelas mulheres durante o período medieval.
A história da Papisa Joana é vista por
diversos historiadores como uma história lendária. Entretanto, é possível ver
diante do desenvolvimento dessa personagem características que a vinculam
diretamente com o Medievo. Como destaca Jacques Le Goff (2010), a papisa Joana pode ser
considerada uma lenda, mas uma lenda fortificada de acordo com os conhecimentos
da época, até porque, segundo Franco Junior (2008), essa lenda passou a ter
movimentação em um contexto social específico, um momento no qual foram feitas críticas
à estrutura administrativa eclesiástica. Essa ideia de lenda, que é alimentada
tanto por Le Goff quanto por Franco Junior, é apresentada durante a elaboração
do livro de Cross quando a autora (2009, p. 482-491) questiona o possível
posicionamento da Igreja ao abordar a ideia de existência da Papisa.
O livro “Papisa Joana” é uma obra que descreve
a história de uma adolescente que vivia em uma cidade conhecida como Inlheguem
com seus pais, em pleno século IX, e que se interessou pelos estudos eclesiásticos,
que eram destinados apenas a seres do sexo “masculino”, o que, por fim, fez com
que a personagem principal do livro se caracterizasse como homem a fim de
conseguir desenvolver seus estudos.
A obra de Cross (2009) contextualiza e
apresenta a formação e a caracterização de uma jovem que posteriormente
consegue entrar no âmbito dos estudos eclesiásticos durante o século IX. Na
narrativa, é notório o engrandecimento que a escritora faz sobre a sua
personagem, colocando-a sempre em destaque e dotando-a de um poder relevante,
considerando a sociedade na qual se encontrava. Esse contexto pode ser visto
quando Joana é apresentada ao Papa, o qual afirma que a menina tem noções de
teologias ortodoxas (Cross, 2009, p. 104).
Para fomentar a dúvida e alimentar a
inquietação dos seus leitores, Cross utiliza o caminho do romance literário
para retratar a narrativa de vida da personagem. Joana é aceita no colégio de
estudos para homens, é levada da sua família, foge com seu irmão, encontra
diversos devaneios em sua trajetória, sofre um acidente, assume o posto de papa,
se entrega ao amor e, por fim, perde o seu papado ao dar a luz a um filho
durante uma procissão (Cross, 2009).
Em
relação ao estudo e análise de fontes literárias, por exemplo, podemos citar o
texto de Antônio Celso Ferreira, intitulado “Literatura: a fonte fecunda”, que
compõe um dos capítulos do livro “O historiador e suas fontes” publicado em
2009. Durante o decorrer do texto, o autor discute como uma fonte literária
pode ser importante nas construções de textos históricos, ajudando a
compreender como podemos trabalhar no contexto do romance. (Ferreira, 2009).
Neste
sentido, Ferreira (2009, p. 82) explica que: “o historiador não pode se deixar
seduzir facilmente pelos rótulos a ele apresentados”, e com isso deve-se
“interrogar a que público ela [ou seja, a fonte] se destina e que papel cumpre
nas condições sociais e culturais de uma época”. Sendo assim: “O que
caracteriza a operação historiográfica é a interpretação das fontes em
determinadas circunstâncias sociais, isto é, nos contextos, que só podem ser
reconstruídos, ainda que de modo parcial, lacunar ou aproximado, pela mediação
de outros textos” (Ferreira, 2009, p. 82).
Para
compreender a obra de Donna Woolfolk Cross no seu respectivo contexto de
composição, faz-se necessário o entendimento do termo de metaficção historiográfica que, segundo Linda Hutcheon (1991, p. 152),
“se aproveita das verdades e das mentiras do registro histórico,” analisando,
assim, os detalhes e as assimilações do mundo ficcional, com o objetivo de lhe
propor uma verificabilidade. Com isso, se faz necessário entender que a metaficção historiográfica “não
reconhece o paradoxo da realidade do passado, mas sua acessibilidade
textualizada para nós atualmente” (1991,p. 152).
Sendo
assim, é de grande relevância que possamos entender que durante o século XIX os
românticos destacavam a ideia de que os escritores criavam um universo utópico
e ao mesmo tempo imaginário. Porém, diante desse universo, o autor faria uma
crítica à sociedade através da sua realidade histórica (Ferreira, 2009, p.61).
Ou seja, através de um texto literário podemos compreender a relação entre
escrita e sociedade, enquadrando e localizando o contexto junto às políticas
sociais da época. Dessa forma, analisar a obra “Papisa Joana” a partir do viés
contemporâneo literário nos favorecerá revisar e questionar os padrões sociais
contemporâneos impostos a personagem.
Como dissemos anteriormente, o livro
foi publicado em 1996 em inglês, a tradução ao português foi realizada em 2009
e no ano seguinte foi produzido o filme que narra a história da mesma
personagem, com detalhes fornecidos pela escritora, enfatizando e ressaltando
as ideias feministas da época, caracterizando a personagem com a perspectiva de
uma mulher doutrinadora e com o poderio elevado diante de uma sociedade que
desvalorizava os poderes femininos.
A obra de Cross foi escrita tendo como
contexto histórico um momento no qual as mulheres eram vistas como subordinadas
ao poder masculino e que deveriam obedecer aos maridos e aos pais. Entretanto,
chama a atenção o fato de que, no capítulo 6 da obra de Cross (2009, p. 77), Joana
é representada fazendo uma leitura do livro de Homero, ou seja, tendo o contato
com a leitura. Após ter sido descoberta, Joana é punida, o que transparece nas
páginas do livro.
Cross destaca ainda no seu livro uma
certa insegurança sobre as felicidades matrimonias da época, pois ela demonstra
que a sociedade aceitava aquilo que era imposto pelo simples fato de que não
teriam outra forma de ver ou de conviver naquele momento. Por exemplo, em uma
das partes do livro a personagem da Sra. Gudrun (mãe da Joana) expressa a sua
revolta com as ordens que eram a elas destinadas durante o período (Cross,
2009, p. 81).
Algo que inquietamente fez alimentar esta
pesquisa foi a realidade ficcional descrita no contexto do livro, o que
alimenta a ideia de que haveria outra forma de vivenciar os meios femininos.
Por exemplo, a Sra. Gudrun alerta a Joana que a mesma deveria se dedicar aos
estudos e em nenhum momento se entregar a um homem, ou até mesmo ao matrimônio
(Cross, 2009, p. 81), o que não transparece no contexto cinematográfico, o qual
veremos a seguir.
A Papisa Joana no contexto cinematográfico:
formas de análise
Entretanto, a história da Papisa Joana
não se restringiu apenas ao contexto literário. Diante dos acontecimentos que a
consideram como uma personagem imaginária, em 2010 foi lançado o filme “Papisa
Joana” (no original “Johanna von Inlheguem”)
que retrata e segue a obra de Donna Woolfolk Cross, com direção de Soner
Workeman. O filme, que foi produzido em na Espanha e que tem uma
duração de 149 minutos , retrata a história da papisa, assim como sua
trajetória e as suas principais funções e limitações das mulheres diante dos
poderes da Igreja católica no começo do Medievo. Da mesma forma, enfatiza o
poder da mulher neste período histórico e ressalta o grande preconceito em
relação ao mundo feminino da época.
Enquanto que no contexto literário
Joana é uma mulher amedrontada diante dos personagens masculinos que participam
do romance (Cross, 2009, p. 102-103), no filme é possível se observar uma
personagem mais maleável, que consegue se encantar pela figura do personagem
Gerald em um primeiro contato, onde não é possível identificar o medo, a
angústia, e a repreensão da mesma. Por outro lado, pode se notar algo em comum no
livro e no filme no que diz respeito à trajetória e as desavenças que Joana enfrentou:
as obras são fiéis ao contexto, trata-se de uma adolescente que se revolta com
a postura da sua mãe e como forma de resistência e incômodo com a situação
resolve fugir de casa e ir ao encontro de um dos seu irmãos que foi enviado aos
estudos eclesiásticos, os quais, na época, eram destinados apenas aos homens.
Com isso, os fatos e acontecimentos da
vida da personagem demonstram o quão conflituoso foi o percurso que diante do
contexto cinematográfico foi camuflado em seus minutos de filmes. O cinema é
uma arte fundamental para entender diversos contextos, mas é possível compreender
que a forma que se descreve o personagem em um filme é distinta da forma que se
descreve em um livro. O ato imaginário de que Joana foi bem aceita na escola,
que ela se relacionou com personagens masculinos de forma rápida e ao mesmo
tempo segura, faz com que se classifique o filme com um tom ficcional, uma vez
que o contexto original que serviu como pano de fundo para o livro e para o
filme foi um momento no qual a maior parte das mulheres sofria preconceitos
diante da sociedade.
Diante dos personagens masculinos, o
filme retrata ainda a possível reflexão da personagem em relação à condição feminina
da época, pois, a mesma diz que ao se transformar em homem podia ter liberdade
e podia sentir o corpo, mesmo sendo preciso esconder diante de tantas roupas.
Enfatizamos ainda que o filme é enriquecedor em diversos detalhes, pois
consegue explicar como foi possível a entrada da personagem no mosteiro e como
a mesma conseguiu se vestir de homem e esconder as mudanças naturais que
ocorrem no corpo da mulher.
Sobre a análise de fontes
cinematográficas, recuperamos as palavras destacadas por Jose Alberto
Baldissera: “Os filmes que abordam as histórias podem ser considerados como
reconstituição histórica, que se refere a algum episódio histórico,
reconstituído através do cinema” (2009, p. 129). Neste sentido, a importância
do cinema como apresentação midiática é fundamental, visto que descreve e
demonstra ideias que são formalizadas diante do contexto apresentado. Devemos
recordar que o filme “Papisa Joana” foi ambientado no contexto do século IX.
Cross, contudo, em sua obra literária, faz com que esse contexto seja explícito
em seu livro, e consequentemente os responsáveis pelo lançamento do filme
retratam o mesmo contexto nas telas do cinema.
Uma vez que as fontes cinematográficas são
fundamentais para o desenvolvimento dos estudos históricos, é importante
ressaltar que toda fonte cinematográfica deve ser interrogada para que seja
interpretada de forma correta. Com isso, pode-se trabalhar com as ideias apresentadas
por Alexandre Busko Valim, o qual caracteriza as fontes cinematográficas como importantes
nos processos de reconstruções históricas, afirmando que ao interrogar os
filmes deve-se tratar o mesmo como um objeto de estudo que representa, de forma
direta ou indiretamente, o período que foi produzido (2012, p. 285).
Diante disso, a produção
cinematográfica é vista como um conjunto de conteúdos ideológicos que, ainda
segundo Valim (2012, p. 288), ocorre devido ao seu processo de produção que
engloba os processos de elaboração, acumulação, formação e produção de
ideologias.
Uma vez que as fontes literárias devem
ser analisadas ressaltando sempre a sua época original, como proposto por
Ferreira (2009), as fontes cinematográficas também devem recorrer a vestígios
originais documentados que engradeçam a sua história, sendo ela ficcional ou
verídica, de modo que leve o seu público a retornar os processos históricos e
analisar o seu contexto midiático (2009, p. 62).
Retornamos, assim, a ideia principal de
Baldiserra (2009, p. 130), o qual justifica que o cinema é sempre uma imagem em
movimento, e toda produção ficcional historiográfica deve levar em consideração
a sua época de ficção, a época de realização e, por fim, a época de recepção.
Ou seja, todo responsável pela produção de uma obra cinematográfica deve se
atentar a pontos importantes de caracterização da obra, com o objetivo de levar
ao telespectador a segurança de uma produção fundamentada em algo real e ao
mesmo tempo lúdica.
Portanto, a análise de obras
cinematográficas deve ser realizada de forma clara e objetiva, onde quem produz
deve se questionar qual contexto quer incluir nessa obra, e todo analista deve
entender que o contexto ficcional, por diversas vezes, é caracterizado por
ideias ilusórias e ao mesmo tempo realistas. Ou seja, segundo Valim (2012, p. 288)
todo processo de interpretação midiática deve ser analisado a partir de um
contexto, pois o cinema é uma ferramenta importante no conhecimento
educacional, mas ao mesmo tempo é decorrente de ideias ideológicas do seu
produtor.
Considerações
finais
As
fontes cinematográficas e literárias possuem um papel fundamental no processo
de reconstrução histórica, visto que a história da Papisa Joana, tanto na
literatura quanto no cinema, é caracterizada como ilusória e ao mesmo tempo é
rica em informações sobre o século que a personagem é ambientada. Neste
sentido, a história torna-se fundamental para que o historiador resgate diante
dos fatos detalhes importantes que ajudem a enriquecer a história das mulheres no
Medievo.
Caracterizada e idealizada como
ilusória, as obras sobre a Papisa Joana, tanto no âmbito
do cinema quanto no âmbito da literatura, têm um papel importante nos estudos
sobre as mulheres que formavam a sociedade do período da Alta Idade Média, justificando,
assim, os acontecimentos que levaram à escrita do livro e, por fim, a produção
cinematográfica do filme. Visto isso, a possibilidade de estudo das obras e
apresentações sobre a Papisa Joana são descritas como importantes na descrição
de imagens femininas, onde deve-se obter conhecimentos vinculados aos poderes
da Igreja católica medieval para enfatizar a importância da personagem.
Portanto, questionar as atribuições
masculinas direcionadas a personagem Papisa Joana é importante para manter um
desenvolvimento histórico sobre as relações dessas mulheres e conseguir
analisar a obra com uma característica ficcional, mas que como todo historiador
acrescenta, sempre haverá uma linha histórica verdadeira.
Referências
Fontes
CROSS,
D. W. Papisa Joana. Tradução e apresentação de Paulo Schmidt. São Paulo: Geração editorial, 2009.
Papisa Joana. Direção: Soner Workeman. Produção: Constant
Film Products. Filme, 2009 (149 min.) Baseado no romance histórico “Papisa Joana” de Donna Woolfolk Cross. Disponível em : https://ok.ru/video/283800046306.
Acesso em Janeiro de 2019.
Bibliografia
BALDISSERA,
J. A. Ideias (visões) de Idade Média no cinema. Aedos: Revista do Corpo discente do programa de pós-graduação em
história da UFRGS. Vol.2, n.02. 2009.p.128-141
BUSKO VALIM, A. História e cinema. In: Novos Domínios da História. Ciro
Flamarion Cardoso; Ronaldo Vainfas (Orgs.). Rio de Janeiro: Elsevier Editora
Ltda., 2012, p. 283-300.
FERREIRA, A. C. “Literatura: a fonte fecunda”. IN: PINSKY, C. B., LUCA. TR. De (org.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. p. 61-91.
FRANCO
JUNIOR, H. Joana, metáfora da androginia papal. Revista de História e Teoria das Ideias, vol. 25, p. 113-134, 2008.
LE GOFF, J. Héroes, maravillas y leyendas de la Edad
Media. Barcelona: Paidós Orígenes, 2010.
SCOTT,
Joan. História das mulheres. In: A
escrita da História. Novas perspectivas. Peter Burke (Org.). São Paulo:
Editora Unesp, 1992, p. 63-95.
Olá Esteffane, bom dia.
ResponderExcluirAnalisando as duas obras (a literária e a cinematográfica) sobre a Papisa Joana, o que você percebe: mais semelhanças ou diferenças entre os dois âmbitos?
Parabéns pelo trabalho.
Luciano José Vianna
Ola luciano, boa noite
ExcluirA obra cinematografica utiliza como fonte principal o livro sobre a papisa, visto isso, durante a analise notei mais semelhanças entre os contextos, principalmente no que diz respeito ao meio de vida da personagem Joana.
Obrigada !
Esteffane Viana Felisberto
Oi Esteffane, Bom dia!
ResponderExcluirprimeiro gostaria de parabenizar você pelo texto e pesquisa e eu tenho uma pergunta. Tendo em vista que a fonte principal da obra cinematográfica é o livro, na sua percepção tendo tanto lido a obra como visto o filme, você acha que o filme consegue transmitir a mesma mensagem que o livro sem ações contraditórias?
Juliana Gomes Rodrigues
Ola Juliana, Bom dia !
ExcluirObrigada !
Sobre a pergunta, a obra cinematografica descreve detalhes que fazem parte da literatura. Porém,como se trata de um filme de gênero romantico sabemos que os escritores tendem a romantizar as historias afim de que atraia o publico, com isso a obra consegue repassar a ideia geral do contexto literario mas possuem ações contraditorias no que diz respeito a forma de como essa mulher foi vista inicialmente diante da socialmente, os desafios vivenciados por ela e a relação entre Joana e a figura dos homens da época. Mas , é indispensavel afirmar que o filme é uma otima referência para entender a realidade literaria.
Esteffane Viana Felisberto
Oie Esteffane, antes da pergunta gostaria de dizer que sua temática é muito interessante. E diante da questão mencionada no texto da existência ou não da papisa Joana, apresentados nos textos de Lê Gof ,Franco Júnior e do livro de Cros, neste ínterim como foi a análise e sua concepção em relação ao filme sobre este questionamento?
ResponderExcluirParabéns pelo texto, sucesso!!
Jacqueline Ferreira Dias
Ola jacqueline, Obrigada pelo elogio.
ExcluirOs textos de Le Goff e Franco Junior retratam a ideia dessa papisa como uma obra "lendária" porem a obra literaria questiona essa posição de ficção que se enquadra sobre a historia da Joana.
Com isso, é notorio que o filme aborda esse questionamento trazendo um espaço que se adeque ao que foi essa mulher naquela epoca, afim de que reforce essa imagem de questionamento abordado na fonte literaria.
Le Goff afirma ainda que a Joana foi uma lenda, mas uma lenda fortificada no medievo. Então nao se possui registro de veracidade dessa historia, o qual em todos os casos de pesquisas sejam elas literarias ou cinematograficas vem justamente reforçar essa afirmação de ficção.
A minha analise sobre o filme juntamente com os outros autores se enquadra mais no papel da mulher durante o periodo. Visto que inicialmente não possuo materiais teoricos que auxiliem na ideia de veracidade dessa historia. A analise do filme com isso passa a ser sobre como Joana era descrita, qual os meios sociais que ela estava inseridos, a relação com o meio masculino, entre outras inquietações que surgiram na leitura da obra .
Espero ter respondido seu questionamento !
Obrigada !
Olá Esteffane, boa noite!
ResponderExcluirNo seu texto voce argumenta que : "através de um texto literário podemos compreender a relação entre escrita e sociedade, enquadrando e localizando o contexto junto às políticas sociais da época. Dessa forma, analisar a obra “Papisa Joana” a partir do viés contemporâneo literário nos favorecerá revisar e questionar os padrões sociais contemporâneos impostos a personagem"
Voce acha que o fato da autoria da obra "Papisa Joana" ser feminina influência no estabelecimento de um maior protagonismo ousado e até mesmo heroismo na narrativa do livro, ou a autora consegue se desvencilhar desses aspectos do seu proprio gênero em sua obra, recontando a história apenas com o compromisso em contextualizar os fatos narrados?
Parabéns, belo texto!!!
Marcos de Araújo Oliveira
Ola Marcos, bom dia !
ExcluirSim, é perceptivel diante do contexto literario e também cinematografico perceber o engrandecimento da personagem principal. Eu não diria que isso é consequente da autora ser Feminina. E sim porque naquele periodo as mulheres nao tinham as suas historias descritas ,ou seja, o material original foi escrito depois e todo meio de escrita considerado ficcional tende a romantizar a historia narrada.
Conseguimos perceber na literatura e posteriormente no filme esse engrandecimento seja ela na forma pelo qual a personagem reafirma a sua relação familiar, a caracteristica dessa relação com o outro ( seja o personagem romantico ou os povos que faziam parte da igreja) , a sua coragem de questionamento Sobre a condição social que na epoca nao se tem registro se era questionado. Todas essas posições atribuidas a personagem faz com que reafirme um certo favoritismo que os escritores utilizaram para destacar a personagem principal.
Espero ter respondido teu questionamento !
Obrigada !!
Esteffane Viana Felisberto